Domingo
XXXIII do Tempo Comum, 16 novembro de 2014
O
ladrão, quando quer assaltar uma casa, nunca avisa em que dia ou hora vai
chegar. Não diz nada e vem a horas escusas, que ninguém espera, para poder
contar com o sono, a falta de prevenção e a guarda enfraquecida. Assim será
também a segunda vinda de Jesus.
O
primeiro advento de Jesus foi bem badalado, pelas miríades de anjos celestiais,
pelos pastores, pelos magos do Oriente, mas a segunda vinda será sem aviso
prévio (Mt 24, 43; II Pe 3, 10; I Tes 5, 2-6). O Senhor Jesus virá como o
ladrão de noite. Ninguém sabe quando, embora saibamos que, de certeza, Ele vai
voltar. Dessa hora, dia e ano só o Pai do céu sabe.
Se
alguém soubesse esse mistério, preparar-se-ia nessa altura e isso seria uma
hipocrisia sem valor, e Jesus não poderia realizar o objectivo da surpresa.
Deus
quer que não descuremos a guarda e estejamos preparados todos os dias e horas,
portanto, não durmamos como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios.
Estaremos
prontos para partir com Jesus, no dia e hora em que Ele voltar? Só os que
estiverem preparados serão levados para estarem para sempre com Ele, no lugar
onde não há mais dor, lágrimas, guerra e tristeza.
Preparemo-nos
agora para nos encontramos todos um dia com Deus, hoje, amanhã ou quando Ele
vier. Não importa saber o momento dessa vinda. O mais importante para Deus é
viver preparado como se Ele viesse hoje e trabalhar com fidelidade como se Ele
só viesse daqui a 50 anos.
Pois
bem, como preparar-se para essa vinda? - Através de muitas formas e mediante as
muitas atitudes positivas que podemos escolher para nossa vida. A vida material
não pode resumir-se a uma preparação para a morte. Deus pede-nos muito mais.
Não precisamos de andar constantemente com o pensamento na morte, mas devemos
ocupar o pensamento e a vida com tudo o que ela tem de bom para nós próprios e
para os outros.
A
volta de Jesus será o clímax desta vida e o início de uma vida ainda melhor
para cada cristão fiel. Presenciar essa volta e esse novo começo deve ser o
objectivo de todo cristão - para si mesmo e para seus irmãos. Nós aguardamos
esse acontecimento com alegria? Queremos realmente que ele aconteça? Devemos
responder positivamente não só com os nossos lábios ou as nossas mentes, mas
também com as nossas vidas. Devemos viver como filhos da luz e ajudar os nossos
irmãos e irmãs a andarem connosco na luz de Deus. Esta esperança no futuro, que
em Deus, será sempre glorioso, dá sentido à vida presente. Assim, os cristãos
não são uns desesperados agora, mas contagiam o mundo para a esperança e para a
certeza de que o futuro que nos espera não é de condenação, mas a alegria da
festa do amor de Deus em plenitude.
Neste
sentido Jesus no Evangelho manifesta claramente de como devemos esperar a vinda
de Jesus. Em primeiro lugar não deve assistir-nos qualquer sombra de medo e
depois fazer todo o empenho para fazer frutificar os «bens» que Deus confia a
cada um, os chamados talentos. E a seguir «condena» aqueles a quem Deus
entregou talentos, mas tomados pelo medo instalam-se no comodismo, na apatia e
não foram capazes de fazer render os dons de Deus e privaram a humanidade dos
frutos que tais bens vinham proporcionar.
Todos nós devemos ser
responsáveis e com toda a honestidade assumir cumprir os nossos deveres com
dignidade, com a consciência de que por mais pequena que seja a tarefa, ela contribui
para a beleza do mundo e da vida. Já a Madre Teresa de Calcutá tinha ensinado assim
que «por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no
mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota». Que a vida de cada um de
nós seja um hino ao bem fazer em cada dia, para que aquilo que somos faça
sorrir alegremente todos os que são bafejados com as nossas acções. Que nada
nos faça enterrar os talentos.
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