Um país inteiro de dieta. Extraordinário. As medidas austeras sobre o consumo, especialmente, sobre os géneros alimentares, provam que estamos perante uma imposição de dieta forçada sobre toda a população de Portugal. Vamos ser o país mais esbelto e fino do mundo.
Umas perguntas: que futuro terá um país e um povo que é enganado e que se deixa enganar em todas as campanhas eleitorais? Não eram estes partidos que governam o país neste momento que diziam que não havia crise internacional, que a haver sacrifícios deviam ser única e exclusivamente sobre a despesa do Estado? Não foi nessa base que estes algozes crucificaram o anterior governo? Não foram estes actuais governantes que prometeram não sobrecarregar mais os portugueses e que aplicariam medidas austeras sobre a despesa terrível do Estado? (…) A estas perguntas podemos juntar outras tantas.
Este ultraliberalismo vai ano a ano enterrar a massa trabalhadora deste país e por arrasto as nossas famílias. A receita que o Estado pretende arrecadar não vem grosso modo do lado da despesa, mas quase em exclusivo do lado dos impostos sobre os salários e os bens essenciais.
Estas medidas que nos impõem como necessárias fazem de quem trabalha uma simples «coisa». É disso que se trata, as pessoas tornam-se coisas, números ou máquinas. A cena do filme de «Tempos Modernos» - Modern Times, de 1936 - de Charles Chaplim (um trabalhador de uma fábrica, tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava e mecanizada…), neste contexto, esta cena ganha uma actualidade impressionante e toca-nos profundamente no nosso hoje e no nosso amanhã. O povo trabalhador mecanizou-se, é um aglomerado de pessoas, uma máquina produção que renda ou não, terá que contribuir excessivamente para encher os cofres do Estado ou tirar do seu sustento para cobrir os gastos irresponsáveis de gente insensível e desmesurada no exercício da coisa pública. É disto que se trata e isto merece toda a nossa revolta e indignação. E como alguns têm afirma uma desobediência civil militante, empenhada, activa... Para pormos cobro a este descalabro social que nos leva ao inferno da tristeza e da infelicidade. Chega! Digamos todos.
O Frei Fernando Ventura tem afirmado insistentemente «o rei não pode comer faisão, quando o povo tem que comer broa de milho». Esta verdade-alerta, vem colocar o dedo na ferida. Daí que muitos têm sido os pronunciamentos que manifestam indignação como este que ilustra a ideia que os sacrifícios são só para alguns e não chegam a todos. Repare-se neste da facebookiana Raquel Estreito: «Pois, a maioria das medidas é para "o trabalho dependente". Onde estão as medidas para, por exemplo, diminuição de despesas "de representação" (telefones, viagens, refeições, viaturas e motoristas...) dos "altos" funcionários públicos»? – Eis o que se esperava também no domínio dos sacrifícios, para que fosse feita justiça às promessas apresentadas ao povo em campanha eleitoral.
Última palavra. Os ricos e as suas mais valias pouco ou nada sofrem. Uma injustiça. Uma afronta terrível para quem vive do seu parco rendimento mensal. Ora, assim de engano em engano, lá vamos nós gemendo e chorando até ao abismo da cada vez mais acentuada miséria e pobreza em que vão caindo as famílias portuguesas.
JLR
2 comentários:
Meus Deus, que praga! não de gafanhotos, pior: de Pinóquios|!!!
E o mais grave disto tudo é constatar que estes sacrifícios não resolverão a crise, pois o que ficará é pouco para manter a máquina do estado, os deputados a mais nos parlamentos -no continente e nas ilhas; os assessores, os gestores de "empresas" do estado e afins; o descarado financiamento dos partidos, etc, etc.
E o povo? Ah! o povo elege democraticamente os seus governantes, pensando que irão resolver alguma coisa... enquanto espera para ver "no que vai dar" fica com menos espaço no cinto para fazer mais buracos, salvo seja!!!
Enviar um comentário