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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo XXVIII do Tempo Comum
10 de Outubro de 2010
Um Deus para todos
Lc 17, 11-19
A gratidão na mensagem de Cristo, também é elevada à condição de valor essencial para o cristão. No texto, que o Evangelho de Lucas nos apresenta, ficámos a conhecer que Jesus curou dez homens com lepra de uma só vez. Parece ser mais evidente o pedido realizado pelos dez leprosos, porém, a sensibilidade para a gratidão, apenas se fez sentir no coração de um apenas e que por sinal não é conterrâneo de Jesus, mas estrangeiro, isto é, era um samaritano. Mais uma vez aprendemos que facilmente gritamos por socorro e pela salvação, mas a abertura para a gratidão não parece ser tão evidente na nossa vida. É o mundo que temos, a educação que não temos e a mentalidade actual que parece achar que a tudo tem direito sem nada em troca. Tudo sem paciência, sem esforço e sem trabalho. Eis o descalabro a que chegamos.
Não é nova a insensibilidade para a ingratidão. O próprio Jesus sofreu com essa realidade. Está bem expresso neste texto tirado de Lucas. Apenas aquele, que Jesus não esperava que lhe agradecesse, veio comovido «e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer». Esta atitude foi muito exaltada por Jesus, porque não foram aqueles que eram seus compatriotas os mais gratos.
A nossa vida também está cheia de muita ingratidão. Serão muito poucos aqueles que se prostram diante de Deus e Lhe agradecem o dom da vida, o dom da saúde e o dom da felicidade. Entre nós, também acontece que as pessoas muitas vezes facilmente se esquecem de manifestar gratidão perante a boa aceitação e a ajuda dos outros.
O nosso mundo seria muito mais belo se todos soubessem pronunciar uma palavra de gratidão perante a beleza das coisas materiais e espirituais que o nosso Deus nos coloca à disposição. Algumas pessoas não querem que lhes agradeçamos os favores que fazem, mas fica sempre bem da parte daqueles que os recebem uma atitude de gratidão. Deus não precisa de «obrigados», antes deseja que a nossa vida seja também uma constante graça em favor de todos. Este é o maior sinal da presença de Deus no mundo.
Este Deus apresentado por Jesus, abre-se a todos de uma forma total, porque deseja estar ao serviço da vida para todos, tenham as manias que tiverem, mas que tenham ao mesmo tempo um coração disponível para gritarem pela salvação e mediante a obediência à palavra de Deus, a traduzam com o gesto da gratidão.

José Luís Rodrigues

É apresentada a imagem em: ivanildodopt.blogspot.com

2 comentários:

Marilu disse...

Querido amigo, é um texto para refletirmos. beijocas

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís mais um texto interpelativo daquilo que falta aos homens e mulheres do tempo de hj.Essa palavra gratidão esfumou-se. É ver, após anos e anos de fadigas, entregas sem recompensas, generosidades, os nosso idosos acabam por ir para o hospital e depóis a família já não vai busacá-los , após alta médica, o pai ou mãe que lá foi receber tratamento. É vê-los a gritar pelos filhos e filhas que dizem já não têm espaço em casa para eles.E muitas vezes as casas eram deles os velhos e velhas. Arrepia--me.Nas camionetes vão meninas e meninos sentados e os idosos de pé mesmo com algumas deficiências físicas.É ver patrões despedir empregados e empregadss que deram tudo, o máximo para a prosperidade da empresa e são despedidos sem que haja preocupação se os despedidos , que têm familia para sustentar e despesas correntes como a casa, o transporte, a escola, a saúde etc ,mas para o capitalismo selvagem não há Caridade,isto é, preocupação pelo Outra ou Outra.Nesta sociedade vale tudo. Dois mil anos depois sentimos uma sociedade absolutamente descristianizada, prostituída, desprovida de valores humanísticos .É, por isso, que o mundo foi entregue a figuras sem rosto e sem alma, os tais tecnocratas, que, tb deveriam ter gratidão para com os cidadãos, que,através das suas contribuições pagaram as universidaes para eles tirarem o curso e depois escarram na cara daqueles que não puderam tirar pq eram pobres.Não por falta de inteligência, mas de dinheiro que outros, desde o Estado e aos grandes tudo usurparam indevidamente. Hj o coração já não existe. Há o tal relativismo e racionalismo de que o Papa actual diversas vezes tem chamado a atenção dos Poderosos e donos do Mundo.