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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um partido que não se percebe

O PC-Português lamentou hoje a atribuição do prémio Nobel da Paz 2010 ao dissidente chinês Liu Xiaobo, considerando que é "mais um golpe na credibilidade" deste galardão e que representa "pressões económicas e políticas" à China.
Não percebo este partido. Ora defensor dos oprimidos, ora contra as injustiças dos partidos do centro e de direita, ora contra as políticas que violam os postos de trabalho, ora sempre em lutas por melhor e mais justiça... Porém, quando se trata de apontar regimes comunistas que violam os direitos humanos e que levam a efeito as políticas mais ferozes contra os trabalhadores e contra os cidadãos, o PC-Português dá voz à fefesa de tais governos e das suas políticas contra a vozes que enfretam tais poderes absolutistas.
Agora manifesta-se contra o prémio Nobel atribuído ao activista e dissidente chinês Liu Xiaobo. Pena que nos confrontemos com uma linguagem de um partido incorregível, retrógada e conservador. Por isso, mais uma vez fica provado que este PC-Português não tem autoridade para tomar como exclusivo a defesa dos trabalhadores ou dos injustiçados da nossa sociedade. Serviu este comunicado, para mostrar que muito do seu alarido nas ruas e praças, não passa de batuque que se levado à prática governativa o que não seria de quem pensasse de modo diferente da nomenclatura do partido. Por fim, resta-lhes a sorte de estarem numa sociedade democrática, para terem livre circulação, pensamento e acção, mas, logo que pudessem ponham cobro ou modificavam segundo os seus princípios sectários. Nem uma palavra contra a violação dos direitos humanos, contra a perseguição política que prevalece nos regimes comunistas que ainda perduram nalguns lugares deste mundo (China, Cuba, Coreia do Norte...), que só abriram um pouco por razões económicas, mas do ponto de vista político e dos direitos dos cidadãos continuam sempre com as mesmas perseguições.
O facto de recorrer à crítica da atribuição do prémio Nobel da Paz de 2009 ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama - criticável com certeza - mas, ao PC-Português não justifica nada, apenas manifesta-se como argumento fácil para defender o indefensável e revela o quanto este partido tem um pensamento afunilado em sentido único, anacrónico e conservador.
Esta visão zarolha das coisas incomoda, desacredita quem deseja o fim das injustiças e que todos os dias brada alto e bom som que está do lado dos injustiçados e dos oprimidos deste mundo.
José Luís Rodrigues

5 comentários:

Marilu disse...

Querido amigo, tenha uma linda semana. Beijocas

Roberto Rodrigues disse...

É um Partido que se perdeu no tempo. Deus nos livre de algum dia o poder lhes cair nas mãos!
Teriamos outra Venezuela por cá...

Abraço.

Porque morrem as palavras? disse...

Este partido parou no tempo.
Fazer o quê?

M Teresa Góis disse...

Poderá ser um lugar comum mas, na verdade, a "cassette" é a mesma de há décadas. O discurso é sempre o mesmo, em defesa dos trabalhadores mas, defendemos os trabalhadores olhando as circunstâncias e a realidade. Para pedir é preciso saber dar. Pouco evoluiu. do 25 de Abril para cá e, enquanto tiverem a política interna de uma cabeça, um pensamento, mil cabeças o mesmo pensamento, não conseguirão evoluir.E é pena, porque há pessoas interessantes e válidas no seio do PCP. Muitos, tornaram-se dissidentes.

Cambará Cultura disse...

Eles teem razão, padre. Simplesmente seguem a sua cartilha. Há uma aranha, a viuva negra, que mata o parceiro depois de copular! O PCP não muda e não vamos querer que eles apoiem certas acções que julgamos humanas e justas. Sua visão do mundo é totalmente estranha e inaplicável, só quem vota neles sem estudá-los a fundo é que não percebe.