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terça-feira, 1 de março de 2011

Sobre o matrimónio

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja Homilia 20 sobre a Carta aos Efésios, 4, 8, 9: PG 62, 140ss. (a partir da trad. Orval):
«O homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher, e serão os dois um só.»

O que deves dizer à tua mulher? Diz-lhe com muita ternura: «Escolhi-te, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. A existência presente nada é; por essa razão, as minhas orações, as minhas recomendações e todas as minhas acções destinam-se a fazer que nos seja dado passar esta vida de tal maneira, que voltemos a reunir-nos na vida futura sem qualquer receio de separação. O tempo que vivemos é breve e frágil. Se nos for dado agradar a Deus durante esta vida, estaremos para sempre com Cristo e um com o outro, numa felicidade sem limites. O teu amor arrebata-me mais que tudo, e não conhecerei infelicidade tão insuportável como a de estar separado de ti. Mesmo que tivesse de perder tudo, de ser pobre que nem um mendigo, de passar pelos maiores perigos e de sofrer fosse o que fosse, tudo isso mesmo seria suportável desde que o teu afecto por mim não diminuísse. Só com base neste amor desejo ter filhos.»
E convém que adeqúes o teu comportamento às palavras. [...] Mostra à tua mulher que aprecias viver com ela e que, por causa dela, preferes estar em casa que na rua. Prefere-a a todos os teus amigos, e mesmo aos filhos que ela te deu; e que estes sejam amados por ti por causa dela. [...]Fazei as vossas orações em comum. Ide à igreja e, ao regressar a casa, contai um ao outro o que foi dito e o que foi lido. [...] Aprendei a temer a Deus, e tudo o resto decorrerá daqui, e a vossa casa encher-se-á de inúmeros bens. Aspiremos aos bens incorruptíveis, que os outros não nos faltarão. Procurai primeiro o Reino de Deus, e o resto ser-vos-á dado por acréscimo, diz-nos o evangelho (Mt 6, 33).
Nota do autor do blogue: Alguns acharão esta linguagem conservadora, fora de tempo. Mas, se os casais cultivassem o que esta mesagem transmite, teríamos famílias com melhor saúde, uma sociedade mais verdadeira e justa, um mundo mais habitável para homens e mulheres... Afinal tudo podia ser diferente se no começo da vida em casal, na família os sentimentos estivessem centrados no que é mais importante para a felicidade, a entrega ao bem do outro, que logo a seguir viria por acréscimo o bem para todos...
Imagem de Blog da cantora Adriana Gil

4 comentários:

M Teresa Góis disse...

Eu começo por dizer que todo o discurso de padres sobre o matrimónio, sua vivência, cedência e quotidiano é, no mínimo, suspeito.
Porque será que Jesus escolheu para discípulos homens do povo, CASADOS ou, pelo menos, que viviam com mulher. Porque será que Jesus deixou à frente da 1ª Igreja,as mulheres que o acompanhavam e que presidiam? Intuição do Mestre?
A concórdia entre homem/mulher, na sociedade, é sempre concórdia: é um jogo em que nenhum perde pois, sendo preciso ceder,é para depois ganhar.E não digo mais nada...

Cambará Cultura disse...

"Prsbítero" - ansião, por antonomásia, homem prudente!..Olhe, sra Tukakubana (deve ser do género feminino "I presume!", Jesus escolheu homes casados...João não era casado e Jesus era solteiro! Não vai dizer que vivia em concubinato (muitos dizem!), com tantas mulheres seguindo sua "troupe!"...Padre, presbítero,a "igreja" particular que é a família...Se tiver vocação o Padre (Pai...) pode e deve cuidar de uma família amplificada que é a IGREJA! "ser cuspido na face....e continuar como se nada houvera acontecido! Respeitarmos mais a sua missão, é, no mínimo, civilidade e, sobretudo, caridade!
N.B: Sou casado!
O Padre é um elemento solitário se formos analizar a Sociedade..."Na cura dos leprosos só um voltou a agradecer!...."

M Teresa Góis disse...

João não era o único discípulo, muitos mais para além dos 12 O seguiram, deixaram tudo mas, quando passavam pelas suas terras era nas suas casas que todos eram acolhidos.
Longe de mim, mesmo muito longe, qualquer suspeita nesse tema de concubinato.
Quanto ao celibato foi "criado" em 1139 na Igreja Católica.Hoje, o actual Papa convida Anglicanos casados para a Igreja Romana.
Não há em todo o Mundo pessoas solteiras e felizes, vivendo celibatárias por opção? Não percebi bem aonde pretendia chegar. Também sou casada e Mãe de família, por opção. Quanto ao celibato dos Padres, penso que a vocação de Padre em nada perderia se a opção fosse ser casado. Talvez a Igreja ganhasse e, pelo que constato, esta não é só a minha opinião.E não concordo consigo quando diz que "o Padre é um elemento solitário", muito pelo contrário. Talvez por muitos pensarem assim se vejam Sacerdotes que deram tudo na vida e hoje acabam em lares ou asilos, os seus dias.

Cambará Cultura disse...

Domingo último O padre da paróquia se despediu porque iria para outra localidade. Havia mais de mil pessoas na missa mas só magras dezenas foram se despedir dele e dar-lhe um abraço! Muitos choravam, o padre também...Aí percebi que de maneira geral são solitários! "Jesus curou os leprosos mas só um voltou para agradecer!