O nosso hospital do Funchal conta em
lista de espera para cirurgia 17 mil pessoas. Um número impressionante e
preocupante. Mais ainda informam que as pessoas esperam em média entre 3 a 5
anos para serem atendidas. Não são raros os casos em que as pessoas quando são
chamadas para a cirurgia já habitam a mansão dos mortos. Este caos «controlado»
mete medo e faz-nos viver em profunda insegurança.
Umas das causas apontadas será
provavelmente dizerem-nos que não há dinheiro. Porém, o dinheiro não falta para
a campanha permanente e para a imposição do pensamento único. O dinheiro não
falta para o desporto do jet-set, o golfe. Não falta para obras que salta a
vista não serem úteis ao bem comum, mas a uma pequena porção de gente que
sempre se «alimentou» dessa forma. Não falta para viagens que nunca percebemos
em que é que servem o povo da Madeira. Não falta para eventos de gosto duvidoso
e que ainda não provaram serem uma mais avalia para fazer movimentar a nossa
economia. A lista podia continuar...
Manchete Diário de Notícias do Funchal 26 de fevereiro de 2014 |
O dinheiro só falta quando se trata de
manter dignamente os serviços de educação e da saúde na Madeira. Para onde
vamos guiados por autistas sem escrúpulos que não se compadecem nada com a
desgraça alheia? Que sociedade é esta que tolera governantes irresponsáveis que
não olham às condições desumanas em que vive a nossa população? Não admitem
haver doentes, pobreza aliada ao desemprego altíssimo e famílias a passar fome
entre tantas outras chagas sociais que nunca viram uma resposta conveniente por
parte das nossas autoridades? As perguntas podiam continuar...
Perante este panorama é
preciso deixar a politiquice rasca, que concentra energias em demasia, e exigir
que quem tem a responsabilidade deste sector tão importante para a população se
fixe verdadeiramente na resolução deste problema que continua a remeter uma
porção enorme do nosso povo para a valeta da doença. Não encontrar um ambiente
de confiança e que garanta alguma qualidade de vida que reduza o sofrimento e
induza na esperança, fere o corpo e a alma. Estar doente é ser o mais pobre dos
pobres. Pelo que vamos vendo as instâncias que devem cuidar da saúde do nosso
povo está profundamente doente e por isso faz-nos ser um povo entre os pobres
dos pobres. Precisamos de luz a este nível e quem tem responsabilidade para a
resolução deste problema deve começar já a ter outro comportamento e a
respeitar melhor quem passa pela rua amarga da doença.
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