Comentário à missa do domingo
VIII Tempo Comum, 2 março de 2014
S.
Paulo dá-nos uma grande lição sobre a função do «chefe» ou da «chefia», se quisermos,
da comunidade, que deve ser sempre assumido como um serviço à pessoa de Cristo
e do Seu projecto. O «chefe» vai ajudando a comunidade a perceber a vontade de
Deus. A sua fidelidade prende-se a Deus.
Quando
fazemos juízos a respeito das pessoas, nem sempre somos justos ou imparciais. O
nosso julgamento é, quase sempre, fruto da nossa visão (ou deformação) do
projecto de Deus. Paulo tem a certeza de que a sua consciência não o acusa.
O
Evangelho ensina-nos a viver o desprendimento e a liberdade face aos bens deste
mundo, particularmente, perante o dinheiro. Este deve ser sempre um bem ao
serviço e nunca uma pressão que escravize o pensamento e a liberdade de acção.
Quando
faz parte da vida este desprendimento, emerge a partilha e a vontade de justiça
como valores essenciais. O mundo seria menos injusto, isto é, mais fraterno,
teria muito menos pobres, famintos e indigentes se estivesse organizado como
uma casa comum, um lugar onde fosse possível a festa do amor partilhado. Onde
ninguém ficaria para trás. Todos teriam oportunidades iguais.
Neste
banquete, os bens não seriam só e apenas para alguns, mas para todos, porque
não faltaria lugar à mesa para ninguém. Todos estariam convidados e entrariam
nessa grande festa da fraternidade universal.
Alguns
perguntarão, um sonho? Um desejo? - Sim ambas as coisas, sonho e desejo, que
devem fazer parte do coração de todos os povos, especialmente, nós cristãos,
que lemos e celebramos as palavras de Jesus.
É
preciso lutar para que o mundo seja estruturado, não apenas na simples
caridade, mas na justiça e na partilha dos bens. De que serve o mundo estar a
saque por uma minoria que nunca se farta de dinheiro e por isso suga quanto
mais pode os recursos naturais, que pertencem a todos, e com eles monta
negócios chorudos só e apenas em seu benefício e dos seus familiares? - Serve
esta lógica para acentuar mais a pobreza, a fome e a indigência. A seguir a
raiva e a revolta. Urge uma outra lógica, mais de acordo com o bem comum, para
que o mundo seja conduzido para o ideal da paz e da justiça que chegue a toda a
humanidade. É este o sonho de Deus, é este o nosso sonho.
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