Hoje não há um mundo
cristão. Não existem sociedades cristãs. Mas um mundo onde há cristãos e
sociedades multifacetadas onde estão também os cristãos.
Quatro etapas para vencer
o mundo descristianizado:
Primeira, é compreender
que, a realidade efectivamente mudou, que já não é possível proceder como
antes. A Igreja não pode continuar a viver segundo o que era hábito, tem de
inventar novas maneiras de estar, à imagem dos primeiros cristãos, que se viram
obrigados a inventar tudo no meio de um mundo hostil.
Segunda, é admitir que, se
algumas instâncias têm um verdadeiro projecto de desestabilização da Igreja,
essas instâncias são velharias cheias de pó e sem futuro. Admitir que a sociedade
não maquina nenhum complô contra a Igreja, o que procura, como qualquer
sociedade, é o seu equilíbrio. Ela própria está comprometida numa evolução
sociológica séria cujos contornos e cujo fim tem dificuldade em discernir, e
procura, por vezes de forma desastrada, o seu equilíbrio espiritual.
Terceira, é aceitar que, o
tempo que se vive é, de facto muito difícil e que isso é uma característica
incontornável.
Quarta, é provar que,
quanto este período pode ser rico se a sua instabilidade contribuir para que os
cristãos se sintam livres na invenção de novas maneiras de ser fiéis. A
hierarquia da Igreja deverá manifestar a sua confiança em relação aos fiéis,
convidando-os a experimentarem, evitando olhá-los com desconfiança quando
aparece uma iniciativa pouco habitual (entre nós, precisamos muito de progredir
neste aspecto, a nossa terra enferma deste mal terrível, tudo o que seja
diferente é logo rotulado ou então simplesmente olhado com desconfiança.
Sofremos da mania do ataque, tudo o que seja ser diferente, tudo o que seja
discordar é de imediato entendido como um ataque e como crítica destrutiva.
Seria interessante contabilizar quantas pessoas a nossa Igreja tem como Persona
non grata!...).
O imperativo evangélico
deve ser totalmente seguido: que os dirigentes não cedam à tentação de eliminar
sem mais o que julgam ser joio, «com o receio de que, arrancando o joio, não
arranquem também o trigo» (Mt 13, 29). Todos na Igreja são chamados a confiar
no Espírito Santo, na Sua acção, embora sempre secreta, mas viva e eficaz em
todos os momentos da vida humana.
1 comentário:
Um banquete que alimenta o espírito, encontro aqui no seu portal,
e talvez só possamos 'vencer o vazio' quando deixarmos de abrir igrejas e possamos ver Cristo andando nas ruas em forma de honestidade justiça igualdade bondade e sobretudo amor.
Que o Espirito Santo aja em nós para presenciarmos a unidade e verdade das igrejas.
Com admiração agradeço a mensagem.
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