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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Curioso sinal dos tempos

O que estará na cabeça deste rapaz? Será que pode a Igreja Católica no mundo inteiro servir-se do exemplo da correlação entre o altar e o poder político partidário existente na Madeira que soma quase 40 anos?
Vamos lá esclarecer. A Igreja Católica é profundamente política. Mas a Igreja não tem jeito para fazer política partidária, isto é, deve ser a Igreja profundamente política, na verdadeira acepção da palavra, mas não deve ser partidária. Não deve tomar partido por nenhum sistema político nem muitos menos, deve estar ao lado de nenhuma força partidária. Sempre que tal aconteceu o mundo perdeu e a Igreja ainda muito mais perdeu.        
Nos nossos dias, como já o foi também noutros tempos, não deixa de ser curioso e divertido ver o Papa e os textos fundamentais da Igreja a defenderem a democracia, a separação da Igreja e o Estado, e alguns representantes políticos, leigos e laicos do Estado e da vida pública, a deferem a hierarquia. Exactamente como agora se vê entre nós um deputado vir a terreiro a pedir que a Igreja «tem que recuperar o seu papel político»… Mais ainda não deixa de ser curioso que um leigo conotado como sabemos com a política partidária, mais do que bafejada com a colaboração abnegada da Igreja Católica da Madeira há tantos anos, peça à Igreja que viva o que nos meios internos da Igreja vai sendo exorcizado e foge-se da política como o diabo foge da cruz.
A mistura da Igreja com as políticas vigentes são fatais para a Igreja, porque entra mesmo sem o desejar num descrédito muito grande. Se, por um lado, não lhe falta bens materiais para erguer igrejas, fazer beatificações, realizar manifestações populistas entre tantas outras acções. Por outro, falta-lhe presença nas coisas da sociedade, presença séria nas instâncias da educação, da política e dos meios de comunicação social. A Igreja precisa de reacender a esperança no mundo, perder o medo e encontrar depois lucidez para pensar em respostas pastorais que a relancem numa pastoral séria e ousada.
A espada e o hissope não servem para evangelizar. Hoje espera o mundo que a Igreja carregue a cruz da vida das mulheres e dos homens concretos e que caminhe com todos até ao Calvário da vitória.

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