A
partir da tarde ontem até meia manhã de hoje (21 novembro de 2014) deu para
percebermos mais uma vez que a pouca vergonha neste país não tem limites.
Porque, havia «folga orçamental», toca privilegiar os políticos coitadinhos que
ganham tão pouco e têm sido tão fustigados com a pesada austeridade.
Tudo
bem que um político, deputado da nação, que não representa o povo, mas corre
loucamente em nome do vil metal, tenha reparado nessa «folga orçamental», por
isso, toca propor que as «subvenções vitalícias para os deputados» sejam repostas.
Pois, porque não foi feita a proposta para distribuir por quem menos tem? - Não
era isso que se esperava de partidos políticos responsáveis ao serviço do seu
povo...
O
que surpreende e indigna sobremaneira é que os principais partidos da nação
(PSD e PS) se unam como irmãos gémeos para votar a favor uma medida que os
beneficia e que achem justa uma desigualdade destas, a votem favoravelmente,
quando foram eles que aprovaram leis muito lesivas para todos os pensionistas,
aumentaram todos os impostos para valores insuportáveis, fizeram atingir a taxa
de desemprego até valores impressionantes, cortaram nas prestações sociais
indiscriminadamente, condenaram o sangue novo da população para a emigração e
para o desespero... Eis o retrato de Portugal de Norte a Sul e Ilhas.
Foram
estes dois principais partidos que colocaram o nosso povo na miséria, porque
estratificaram o povo desta maneira, uma parte é pedinte, a outra vai
partilhando o pouco que resta com imensa dificuldade e meia dúzia cada vez mais
podre de rica, incluindo a cambada de alguns políticos bens instalados na
babugem do Orçamento de Estado e na cama do partido onde foram bafejados pela
sorte. Sorte, vamos indo. Pelo que salivaram, lamberam botas e bajularam os
chefes.
Não
tem limites a pouco vergonha. Está a circular a notícia que o afanado deputado
acaba de retirar a proposta da gamela do orçamento. A polémica rebentou na
sociedade portuguesa, ainda bem, porque se a vergonha não anda pelos lados da
Assembleia da República, é bom que seja a opinião pública a reclamar pudor e
bom senso.
Aos
partidos políticos mais uma vez se percebe como funcionam. São um grupo de
gente com sorte, escrupulosa perante os seus proventos, que enriquece à conta
dos nossos impostos e que perderam todo o sentido de Estado e que pouco ou nada
se importam com o povo. Reina à mais crua insensibilidade. Uma podridão
generalizada.
Mais
uma vez ainda aludimos ao «Triunfo dos Porcos» de George Orwell: «Todos os animais
são iguais, mas há animais mais iguais do que outros». Os políticos de hoje
fazem jus a esta máxima de forma descarada e sem um pingo de vergonha.
1 comentário:
Concordo e sinto a mesma revolta.
E tenho pena que tenhamos chegado aqui.
Em certas alturas, ao ver e ouvir certas coisas, acho que já vivi de mais...
Landa
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