É soberbo constatarmos que se generalizou a
mentalidade do «eu» contra os «outros». O nosso ensino não está ele todo
assente na concorrência, na pressão psicológica para vencer na vida a todo o
custo e na pressão dos valores dos exames não pelo grau de inteligência, mas
pela ditadura das denominadas notas numerais? – Dá que pensar esta escola que
temos!
O egoísmo emerge da forma como a sociedade se
estrutura e do modo como as nossas famílias se constituem. Segundo este singelo
apreço, percebemos que o egoísmo está radicado no consumismo e no tipo de sociedade
mercantilista que o mundo moderno inventou. Perderam-se totalmente os valores
antigos da partilha, a eficácia do diálogo, o desprendimento dos bens e a
satisfação dos sentidos com o pouco que a vida dava. Estes aspectos estão
reduzidos a cinza e não estão nem por sombra presente no coração das gerações
mais novas.
Ninguém
hoje que se preze minimamente não pode deixar de ser dono dos seus livros
comprados a preço de ouro, das suas roupas caras e de marca, do seu quarto com
televisão (este é o principal bem responsável pela falta de diálogo e pelo
egoísmo familiar) e todas as comodidades que a vida actual exige que cada ser
humano possua. Nenhuma pessoa se imagina a vestir roupas que pertenceram a
outra pessoa, as crianças e os adolescentes não se revêm nos livros e nos
materiais que pertenceram aos outros. Tudo tem que ser novo e caro para que
satisfaça plenamente as investidas do ego. Tudo isto pode ser grave se assumido
em desmedida e soberbamente, por isso, deve fazer-nos pensar, até
porque «a raiz de todos os males é o egoísmo» (Madre Teresa de Calcutá).
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