Filme
A sinopse de Exodus, do aclamado Ridley
Scott, realizador de Gladiador e Prometheus, informa que este é uma adaptação
da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento. O filme narra
a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus na época em
que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados. Moisés é
resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto,
Moisés recebe ordens de Deus para ir ao Egipto, na intenção de libertar os
hebreus da opressão. Finalmente, consegue a libertação dos israelitas, após a concretização
das famosas e duríssimas sete pragas contra os egípcios. No caminho, ele teve de
enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho.
Destaco do filme três momentos. Primeiro,
os diálogos entre Moisés e Deus. Segundo, o regresso e encontro com o seu filho
e a sua mulher. Terceiro, a travessia do mar vermelho.
Obviamente, que me assaltava uma certa
curiosidade para ver como o realizador do filme encenaria a figura e a voz de
Deus. Imaginava que seria apenas uma voz. Mas não, enganei-me. Quando Moisés
tomado pela curiosidade e com o pretexto de perseguir as ovelhas perdidas na
encosta da montanha sagrada no meio de uma enorme tempestade, mergulhou pela
ravina no meio do turbilhão de pedras e terras que se desprenderam, soterrado
com apenas com a cabeça de fora da lama vê a sarça-ardente, ao lado uma criança,
um jovenzinho, que lhe fala e confia-lhe a missão da libertação do povo hebreu.
Achei interessante a representação de Deus. Deus é pequenino, é jovem um
adolescente imberbe que se estabelece diálogo com a humanidade e
manifestando-lhe todo o seu poder libertador. A serenidade e a paciência de
Deus não podiam ser representadas por um adulto.
Os diversos diálogos que se estabelecem
entre Deus e Moisés são de uma riqueza interessante. A dada altura quase que se
percebe que a bondade de Moisés parece ser maior do que a de Deus. Curiosa é
também a impaciência de Moisés, que ralha com Deus e insulta-O por ter
permitido uma escravidão de 400 anos. Nisto aprendemos que o tempo de Deus nada
tem que ver com o tempo da humanidade. Como escreveu Santo Agostinho, «Existem
duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a
vontade de Deus; e não torcida a de Deus para se acomodar à tua». Esta luta é a
de Moisés, mas também tem sido a da humanidade em todos os tempos. Por aí essa
conjugação nem sempre tem andado com as agulhas acertadas. Esta é a luta da fé.
O segundo momento que considero
brilhante do filme, está naquela ocasião do regresso de Moisés à tribo onde ele
tinha sido acolhido e onde se casou com uma hebreia, chamada Séfora, (María Valverde),
deste casamento nasceu um filho. No diálogo ternurento sobre a fé que se segue entre
ele e a esposa sobre a fé, Moisés, pergunta se ela renegou a sua fé, ela
responde que nunca. «Ainda bem», responde Moisés, «vais precisar dela a partir
de agora mais do que nunca». A Câmara faz um travelling extraordinário e revela-nos
a grande multidão de pessoas que seguem Moisés sobre a encosta que os rodeia.
Finalmente, destaco a cena espectacular
da travessia do Mar Vermelho. O abaixamento da maré até ao ponto de ficar
enxuto o fundo do mar até estar adequado para atravessar a multidão e depois
quando finalmente todo o povo já está na outra margem, o exército do Faraó Ramsés
é literalmente engolido pela soberba junção das águas.
Um filme entre os vários que já existem
sobre o mesmo assunto, que considero ser o melhor que vi. A todos os que
puderem não dispensem uma ida ao cinema por estes dias para ver este filme
interessante: «Exudus, Deuses e Reis». Ao menos desanuvia do «êxodo» folclórico
que algum Natal vai apresentando por aí.
Elenco: Christian
Bale (Moisés); Aaron Paul (Josué); Sigourney Weaver (Tuya); Joel Edgerton
(Ramsés); Indira Varma (Miriam); Ben Kingsley (Nun); John Turturro (Seti)…
Sem comentários:
Enviar um comentário