Tendo em conta as limitações de espaço, sobrou-me este bocadinho da crónica do próximo domingo no Dnotícias. Por isso, adianto este pedaço como aperitivo...
Estamos em fim de ciclo na Madeira. Ainda
bem porque precisávamos de viragem, de mudança, transformação ou o que quiserem
chamar ao fim deste estado de coisas que nos conduziu a este mal estar geral.
Ainda assim receio que podemos estar perante a ideia prestidigitadora
de que se muda tudo para ficar tudo na mesma e não bastará presentearem-nos com
nova roupagem política, se o que se vê não passa depois de reles e incómodos
rostos reciclados. Disso estamos mais que fartos.
Hoje, ao olhar a Madeira do milagre económico,
que redundou também em muitos fracassos e muita desigualdade, sentimos vergonha
ao vermos tantos conterrâneos nossos sem os rendimentos necessários para cobrir
as suas necessidades básicas, como a alimentação, pagar a conta da água, a luz,
a casa, não há trabalho, a educação está periclitante e a saúde enferma de
razões que retemperem a confiança e a esperança.
Obviamente que reclamamos que se busque a
reconciliação, o perdão. Para que se faça passado o insulto e o achincalhamento
da vida privada dos poucos adversários que tiveram a coragem de pensar
diferente ou tenham simplesmente e saudavelmente discordado, exactamente, como
é nobre numa democracia normal.
É preciso concentrar a governação no
povo madeirense. Não se compreende que passados 5 anos ainda estejam mais de
meia centena de famílias a viver de favor, porque os milhões da Lei de Meios
não chegaram para resolver a sua situação. A governação ou tem atenção à realidade
concreta do nosso povo ou então está a ser inútil para a Madeira.
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