Estamos em período de Carnaval, cujo seu
sentido se expressa por todo lado nos pequenos e graúdos com muita folia,
brincadeiras de todo o género, máscaras e alguns/algumas, apesar do frio, não
se inibem de algum desnudamento. Nada que me escandalize. Viva a
festa. Já é velho, mas hoje recebe uma atualidade
impressionante: «tristezas não pagam dívidas». E como precisam os tempos
hodiernos que se lembre este provérbio... Porém, passado este período
entraremos num tempo de penitência e de recolhimento interior, a Quaresma, que
nos deve levar a pensar sobre a nossa dimensão
existencial, particularmente, para que estamos neste mundo e para onde
vamos. O Papa Francisco escreveu uma mensagem belíssima para o tempo da
Quaresma onde disserta sobre a «globalização da indiferença». E para que não
falte alguma reflexão convido-vos a ler, rezar e refletir sobre esta
importante mensagem. Vejam AQUI
Resumo:
Apresentação
da Mensagem do Papa para a Quaresma de 2015
O tema oferecido pelo
Pontífice para servir de guia para a recoleção dos fiéis é «Fortalecei os
vossos corações», um trecho extraído do Carta de São Tiago, capítulo 5,
versículo 8.
Tema
geral da mensagem:
No texto da Mensagem o
Pontífice reflete sobre a «globalização da indiferença», «a indiferença para com o próximo e para
com Deus é uma tentação real», que pode atingir três esferas da
vida eclesial: a Igreja, as comunidades e cada um dos fiéis.
1. Quanto à Igreja, o
Papa Francisco recorda que no corpo de Cristo não há espaço para a indiferença.
Frases sintomáticas: «O
cristão é aquele que permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia,
revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele, servo de Deus e dos homens; « tornamo-nos
naquilo que recebemos: o corpo de Cristo. Neste corpo, não encontra lugar a tal
indiferença que, com tanta frequência, parece apoderar-se dos nossos corações;
porque, quem é de Cristo, pertence a um único corpo e, n'Ele, um não olha com
indiferença o outro»...
2. Nas paróquias e as
comunidades, o Papa sugere que, para receber e fazer frutificar plenamente
aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em
duas direções.
Em primeiro lugar, «unindo-nos à Igreja do Céu na oração»; «Convicta
de que a alegria no Céu pela vitória do amor crucificado não é plena enquanto
houver, na terra, um só homem que sofra e gema, escrevia Santa Teresa de
Lisieux, doutora da Igreja: «Muito espero não ficar inactiva no Céu; o meu
desejo é continuar a trabalhar pela Igreja e pelas almas» (Carta 254, de 14 de
Julho de 1897).
Em segundo lugar, cada
comunidade cristã é chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a
sociedade circundante, com os pobres e com os que se dizem descrentes. Diz o
Papa: «Em segundo lugar, cada comunidade cristã é
chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante,
com os pobres e com os incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária,
não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens»; « A Igreja segue Jesus
Cristo pela estrada que a conduz a cada homem, até aos confins da terra (cf.
Act 1, 8)».
3. Por fim, o Pontífice
dirige-se a cada um dos fiéis, pedindo que não se deixem absorver pela «espiral
de terror e impotência» diante de notícias e imagens que relatam o sofrimento
humano. Pergunta: « Que
fazer para não nos deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência?»
Convite
espiritual:
«Não subestimemos a
força da oração!», escreve o Papa, citando a iniciativa «24 horas para o
Senhor», que se celebrará em toda a Igreja nos dias 13 e 14 de março. Além da
oração, Francisco recorda que todos podem contribuir para o fim do sofrimento
com gestos de caridade, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja.
«A Quaresma é um tempo
propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal - mesmo
pequeno, mas concreto - da nossa participação na humanidade que temos em
comum».
Francisco recorda ainda
que o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, «porque a
necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência
de Deus e dos irmãos».
Conclusão: «Para superar a indiferença e as
nossas pretensões de omnipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este
tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração, a que nos convidava
Bento XVI (Carta enc. Deus caritas est, 31). Ter um coração misericordioso não
significa ter um coração débil. Quem quer ser misericordioso precisa de um
coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se
deixe impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do amor que conduzem aos
irmãos e irmãs; no fundo, um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações
e se gasta pelo outro».
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