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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Tenho pena que Portugal esteja a ser instrumentalizado

Muito bem dito... Só não ouvem os agachados dos desgovernantes portugueses que vão submissos beijar a mão da srª. Merker e do sr. Wolfgang Schäuble... A atitude de favor dos desgovernantes portugueses é indigno e vergonhoso para o nosso povo.

"Portugal está a ser instrumentalizado - pela Alemanha - para provar aquilo que não é susceptível de ser provado: que o programa de ajustamento é fantástico, é bom, o que é preciso é cumpri-lo. Do ponto de vista do país acho que efectivamente não é nada gratificante, é uma ideia que me perturba e me desgosta. Tenho pena que Portugal não esteja ao lado daqueles que pugnam efectivamente por outra situação e que - mais uma vez lhe digo - esteja a ser instrumentalizado, apresentando-se como um exemplo de sucesso".
No seu comentário no programa «Política Mesmo», a ex-ministra das Finanças de Cavaco Silva criticou a posição do Governo português relativamente à questão grega, que viu nesta quinta-feira uma recusa da Alemanha em aceitar uma extensão do empréstimo por mais seis meses.  
Ferreira Leite confessou também que não gostou de ver a ministra das finanças, Maria Luís Albuquerque, sentada ao lado do homólogo alemão. Apresentado pelo ministro das Finanças Wolfgang Schäuble como a prova de que os programas de austeridade resultam, a comentadora lamentou que Portugal esteja a ser um instrumento nas mãos da Alemanha. «Tenho pena que Portugal seja apresentado como exemplo de sucesso», lamentou-se. E disse mais: «Não sei de onde vem a força moral da Alemanha para impor medidas»
A comentadora aplaude as palavras de Jean-Claude Juncker, considerando que o presidente da Comissão Europeia fez bem ao reconhecer que a austeridade é uma receita sem resultado e que não teve em conta os efeitos sociais de cada país. 
«Aquelas receitas, que eram postas de uma forma única, para tratar as doenças dos países estavam erradas. Nem sempre estavam ajustadas às especificidades de cada país [...]. Muito fundamentalmente, eram receitas que não atendiam em nada às consequências sociais das medidas que estavam a ser tomadas».
Fonte: TVI-24, Programa Política Mesmo de Paulo Magalhães.

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