Quaresma 2015
O título desta reflexão trata-se de um
livro romance do escritor indiano Anita Desai, que descreve a situação da vida
em família e da mulher em diferentes culturas. Um jejum na perspectiva cristã,
dado que a tradição do jejum na Igreja sempre esteve associado à preparação de
uma festa, a grande festividade da Páscoa de Jesus Cristo.
A Quaresma convida-nos ao jejum, hoje,
não tanto ao simples gesto de deixar de comer carne ou outra iguaria, mas à
renúncia perante o ódio, o rancor, a vingança que conduzem à violência e à barbárie. Neste âmbito, descobrimos o quanto podemos fazer pela paz e que devemos pensar no mundo em que vivemos onde a fome devasta vários milhões de
pessoas anualmente, onde se esbanja de uma forma desmedida sem controlo nenhum
e onde se produz uma abundância de lixo sem precedentes em nenhum momento da
história humana.
O jejum não pode ser apenas uma renúncia
barata, isto é, não pode ser apenas uma forma de renúncia de carne para comer
peixe. Por isso, penso que pouco servirá um jejum que renuncia à carne para
comer lagosta ou outro prato de peixe muito mais caro do que um de carne. Neste
sentido, o jejum não se limita apenas ao cumprimento de fórmulas exteriores,
mas é antes uma atitude interior de vida que promove o bem em favor de todos. Se
o jejum se resume às atitudes puramente materiais ou materialistas não ganha
sentido nenhum.
O jejum e a alegria da festa é uma
serena luta em favor da paz em todo mundo. Muito melhor seria para a humanidade
toda se os políticos de todo o mundo procurassem fazer um verdadeiro jejum das
armas. Um mundo sem armas seria o resultado da verdadeira atitude do jejum.
3 comentários:
Brilhante reflexão.
Há tanta gente por aí que renuncia à carne para comer pratos carregados de violência!
Lindo!
Se me permitir vou partilhar nos meus grupo de jovens fazendo referencia ao autor.
Bem haja pela partilha.
Obrigado amiga Paulina. Esteja à vontade. Continuação de boa Quaresma...
Oxalá que víssemos este texto seu mas que Isaías já narrava. transformar tudo o que seja armas em instrumentos de trabalho. Parabéns, gostei muito. a minha interpretação do Jesus é essa. Um abraço Amigo e Irmão Padre José Luís Rodrigues
Enviar um comentário