Algumas mentes após a leitura da "carta aberta a um incendiário", dizem que sou padre e que como tal estou a "semear o ódio" e que devia ter pena dele porque é um "perturbado". Digam-me o que devo sentir perante as centenas ou milhares de desalojados, as três pessoas que morreram, a paisagem negra onde antes era verde deslumbrante, o caos que semeou o medo, o terror e a insegurança durante vários dias... Sim, o que devo sentir perante a destruição que implica agora muitos milhões, que não temos, para recontruir e trazer à normalidade milhares de pessoas? Digam-me lá...
Deve ser então que um "perturbado", pelo facto de o ser, pode fazer tudo o que entender e depois deve ter toda a minha consideração e admiração, porque sou padre... Se assim é, repito com toda frontalidade o que já disse, seja entregue à misericórdia de Deus e à justiça humana para responder pelo seu crime hediondo, este e todos os terroristas que há no mundo.
Mas ainda, aconselho a que se leia com olhos de ver o texto escrito ao incendiário (ao da Madeira e aos outros) e hão-de reparar que nenhuma palavra incita ao ódio e à vingança. Pelo contrário, coloca onde devem ser colocados todos os perturbados deste mundo quando recusam, só porque sim, aprender a viver em comunidade.
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