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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Estar vigilante em relação ao futuro

Comentário à missa deste fim de semana. Domingo XIX tempo comum.
A mensagem deste domingo ameniza um pouco a do domingo passado, que era dura e radical em relação aos bens deste mundo. Tendo em conta que muitas vezes não nos lembramos de que a nossa vida é frágil, inconstante e que passamos pelo crivo da morte, permitimos que a insensatez na acumulação de muitos bens nos domine a vida e os dias neste mundo.
Na mensagem deste domingo, fica o alerta de que melhor será concentrarmo-nos na verdadeira riqueza e estar vigilante, porque esse momento da morte é a maior certeza que temos. Não devemos andar sempre a pensar nisso, mas que nunca o devíamos esquecer, seria melhor para nós para que vivêssemos melhor e quem sabe se não estaríamos mais concentrados no que é mesmo importante para ser feliz e ajudar os outros também a serem felizes. Estou convencido que o mundo seria outro se tomássemos a sério a consciência que neste mundo não somos eternos, mas finitos. Penso, que tomados por este assombro do mistério que envolve o morrer, a humanidade inteira seria mais feliz e teria outra consciência perante todos os valores que devem nortear todas acções em favor do bem comum, da liberdade, da amizade e da fraternidade.
Devemos estar vigilantes, porque muito mais felizes seremos se a qualquer momento formos chamados a entrar na outra «dimensão da vida» pela realidade morte. Se assim for nada temeremos, porque sempre fomos tomados pela liberdade face aos bens deste mundo. Nada nos ensoberbeceu e vivemos pela lógica da partilha e da luta pela justiça. A Carta aos Hebreus  é clara quanto a esta esperança de viver pela fé como condimento desta temporada em que andamos por este mundo: «A fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se veem» (Heb 11, 1).
Nada nos encegueirou ou dominou, porque vivemos de acordo com a mensagem da salvação que Jesus nos oferece e que nos fez sempre estar preparados, em alerta constante. Se nos regem estes sentimentos somos os mais felizes dos homens e das mulheres.
O sentido da nossa existência seria uma miragem e já estaríamos mortos muito antes da morte física se não encontramos sentido para o dia a dia. A pior caminhada é aquela que nunca encontrou sentido e todas as pessoas que nunca descobriram a resposta para a sua origem, para o agora da vida e para o destino futuro, nunca serão verdadeiramente felizes e não enfrentam com coragem essa ocasião derradeira que chamamos de morte. O desencanto, a depressão e o desespero podem tornar-se o pão nosso de cada dia e não haverá bens nenhuns deste mundo, por mais interessantes e aliciantes que sejam, poderão libertar desse estado de alma degradante. Parece estranho, mas quem sabe se cada um de nós não seria melhor pessoa se estivesse atento/vigilante em relação à ocasião da morte? 

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