Domingo XXVI tempo comum. Um singelo comentário à missa do fim de semana. Pode servir para quem, vai habitualmente e não só...
Uma parábola. Duas figuras. Um rico e um pobre. A parábola do rico e de Lázaro. Ou ainda, e, porque não, «a parábola dos seis irmãos ricos».
Uma parábola. Duas figuras. Um rico e um pobre. A parábola do rico e de Lázaro. Ou ainda, e, porque não, «a parábola dos seis irmãos ricos».
Para
que serve a riqueza se não for para fazer o bem, para promover a vida e a
felicidade? E quanto vale a pobreza se não for assumida com humildade e
simplicidade de coração?
Esta
parábola ensina claramente que Deus optou pelos mais pobres. A fortuna material
não vale muito para o coração de Deus. Por isso, devemos desprezar os ricos e a
riqueza? – A resposta só pode ser não! Porque todos podem assumir a
radicalidade da pobreza, mesmo sendo ricos materialmente falando, basta que o
coração manifeste os valores do reino de Deus. A pobreza que Deus aprecia não é
a miséria, o não ter absolutamente nada para viver, mas o saber viver perante
os bens de uma forma solidária e aberta à promoção da vida para todos.
Esta
história é uma clara provocação. Jesus manifesta que a partilha da vida é um
valor essencial do reino novo que Ele inaugura. Assim, recusar a vida
partilhada, tem como fim a desgraça, isto é, a infelicidade que é a ausência
total da graça de Deus. Neste sentido, encaramos a parábola do homem rico e do
pobre Lázaro como um convite ao discernimento.
O
rico do Evangelho, parece ser um homem carregado de todo o tipo de luxo. Não se
compadece com a contenção, é um homem que esbanja luxo e requinte nas roupas
finas e elegantes (púrpura e linho, que eram artigos muito caros e luxuosos
importados da Fenícia e do Egipto). Faz banquetes diários com abundância de
comidas e bebidas.
Porém,
à porta deste homem senta-se um pobre, chamado Lázaro, é aqui o seu lugar de mendicidade. A sua situação é de total marginalidade, o seu corpo tem feridas
graves que são lambidas pelos cães. É literalmente um mendigo, um faminto, um
impuro que não tem onde cair morto. Diz o texto: «Bem desejava saciar-se do que
caía da mesa do rico», isto é, desejava comer os pedaços de pão que eram
atirados para debaixo da mesa, para serem recolhidos pelos cães.
Este
pobre ferido na sua dignidade, um verdadeiro marginalizado e um excluído do
prazer da vida abundante, encontra solidariedade em Deus. Este personagem é o
único, em todas as parábolas, a ter nome, que significa «Deus ajuda». Deus optou
decididamente por ele.
No
entanto, a morte, é o caminho que nivela todos. Ninguém é mais ou menos diante
da realidade da morte. A sorte da salvação de Deus é bem diferente
para uns e para outros. Lázaro, é levado pelos anjos e é colocado junto de
Abraão, está ao lado do grande amigo de Deus e tornou-se íntimo daquele que foi
solidário com o mais fraco.
Não podemos pensar que afinal os ricos estão perdidos e que mais vale
ser pobre ou miserável na vida do que ter alguns bens materiais. O texto não
nos diz nada disso nem insinua tal barbaridade. Jesus, ensina-nos que é
necessário discernimento, ou seja, a partilha dos bens leva à promoção da vida
para todos. A ambição e o acumular egoísta gera morte. Por isso, é preciso
saber discernir e optar pela partilha dos bens antes que seja tarde.
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