1. A violência no desporto,
particularmente, no futebol, está relacionada com drogas e álcool. Mas a
formação de gangues, que na gíria desportiva chamam de claques, têm levado a
cabo uma série de ocorrências violentas, porque se apresentam bem treinados
para praticar o vandalismo, usam armas brancas e de fogo como se fossem
movimentos militarizados para travar sérias batalhas em combate. Tudo isto é
seriamente perigoso.
2. Nos últimos dias fomos sobressaltados com uma série de acontecimentos relacionados com a violência no futebol. As imagens antes e depois do jogo entre o Benfica e o Porto no último domingo (02/04/2017), não são bonitas e mostraram como está totalmente desvirtuado o fim a que se destina a festa do futebol. As outras imagens no mesmo dia do jogador do Canelas ao árbitro da partida entre Sport Rio Tinto e Canelas 2010, também são indignas, um péssimo exemplo para as crianças e os jovens e são uma clara evidência da distorção daquilo que não faz parte do desporto, especialmente, o futebol.
3. A agressividade bélica das imagens
que o futebol frequentemente nos vai presenteando, resulta do machismo, das
drogas, do uso cada vez mais banal de armas. Tendo em conta este cenário são
precisas políticas de prevenção e de repressão. Mas atenção, é necessário
legislação e ação enérgica, mas que não seja reduzida a pura repressão, porque
quando tal acontece, vamos ter as forças da ordem envolvidas ao nível da mesma
medida da violência que tais gangues cometem. A seguir são os polícias que
estarão em maus lençóis e terão de responder perante a justiça.
4. Estou convencido que não adiantará proibir pura e simplesmente os gangues no futebol, porque vamos ter depois ainda mais grupos de marginalizados. Se fosse para acabar com tudo o que descamba ficaríamos com pouca coisa, até mesmo instituições relacionadas com a família, saúde, educação e o funcionamento básico da sociedade em geral. Vai daí é preciso implementar um maior controle sobre os membros das claques e não deixar nenhum prevaricador impune como tem acontecido muitas vezes. A impunidade não é boa conselheira, é preciso acabar definitivamente com ela em nome da segurança e do bom nome do desporto que nasceu para entreter e proporcionar a festa.
5. Podemos ter em conta três medidas
importantes para levarmos a cabo um combate certeiro com esta onde de violência
no desporto (futebol): a) educação na família, na escola e nas várias
instituições desportivas; b) a prevenção deve estar na mente das autoridades
desportivas e não só, todos juntos devem procurar todas as formas e métodos que
evitem ao máximo o vandalismo e a violência das claques quando há jogos; c) e,
finalmente, o recurso à repressão, isto é, as leis devem existir e devem ser
claras, quem não cumpra as regras deve ser obrigado a tal, mas com a devida
medida para que não se dê a ideia de que se está a responder à violência com mais
violência. Tudo isto deve ser conjugado e deve obedecer a prazos longos, médios
e curtos, mas integrados, permanentemente e envolvido ao máximo no modus vivendo
da realidade concreta dos locais onde se desenvolvem os jogos. Não devem nunca
faltar criatividade e surpresa, aspetos muito importantes na segurança quando
envolve enchentes de espetadores como tem sido o caso dos jogos de futebol.
Antes que seja tarde, é preciso agir à medida e convenientemente contra a
violência no futebol.
6. Este ambiente de violência mancha o futebol português, é o mau exemplo que se passa às crianças e aos jovens, mas também as imagens correndo o mundo e vão ditando as sentenças da opinião pública universal acerca do que somos e como somos até a jogar à bola.
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