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Convite a quem nos visita

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Tempo novo para uma cidade nova para todos

Graças a Deus, estamos diante de um tempo novo. Cada tempo é sempre novo. Mas sempre haverá tempos mais novos do que outros. Se quisermos haverá sempre um «devir» constante segundo Heráclito, porque nada do que vai chegando em cada parcela de tempo ainda não nos foi dado viver. Com este «devir» experimentamos o novo com prazer redobrado, aliciante se nos convoca para a liberdade, para o bem comum, para outra forma de encarar o mundo, o poder e as pessoas. Apesar de tudo cada tempo é aliciante e rico. Basta estar atento e ser feliz com o que vai chegando.
Neste travelling do tempo novo, temos de continuar a não permitir que sejam violentados os direitos, os valores, criando mecanismos bem claros que combatam a irresponsabilidade na governação, que travem todas as formas de corrupção, que não permitam que os incompetentes, os lambe botas e todos os energúmenos que a sociedade democrática ainda vai produzindo, que depois têm a possibilidade de se abeirarem do pote do bem comum, que o sugam até ao fundo sem olhar a meios para alcançar os seus intentos contra toda a justiça e contra a distribuição equilibrada dos bens que estão destinados a serem instrumentos para a felicidade de todos.
Precisamos de uma nova revolução do pensamento e de nos concentrarmos naquilo que é importante mesmo nos tempos de penúria em que vivemos. A esperança acendeu-se com as caras novas vindas de outra frescura que não dos bafientos e bolorentos esquemas do poder montado sob o engano, os truques e todas as formas viciantes que conduziam a ganhos discutíveis.
Penso, que chegou a hora de não considerar os cidadãos como gente distante, anónima considerada apenas gente quando é preciso que votem. Então, nada de tirar o pão da boca dos «bandidos» que tiveram o azar de nascer neste país, nesta região e não aplicar o dinheiro isso sim, nos luxos que alguns entendem ter direito porque existe leis que assim estabelecem e que tais leis devem ser cumpridas escrupulosamente. Doa a quem doer. Morra quem morrer… Estaremos ferozmente sempre contra medidas «boas e políticas» que não salvam o povo, mas o coiro dos sortudos que se abeiram do pote do poder. Façam-me um favor, vão passear com esta lógica do pacóvio que não acredito em nada do que sai da vossa boca.
A paciência já vai faltando para ver e ler as notícias de mau perdedor, as justificações atabalhoadas e injustificáveis, a criação de bodes expiatórios fictícios ou fantasmagóricos e todo o vocabulário anacrónico para suscitar o medo... Está a tornar-se intolerável suportar a arrogância com que se tira o que não deve ser tirado e se coloca onde não deve ser colocado. A verdade que passa a mentira num ápice e vice-versa. As derrotas que são ganhos. Os preto que é branco. E tudo o que a engenharia sabe lá tomada de onde vai permitindo como se todos fossemos um parolos que engolem tudo.  
Assim, que nos anime na esperança e na vontade de construir com o pouco que temos um mundo grande em condições minimamente dignas para todos os cidadãos. Esta é uma manhã de Outono onde todas as encostas estão cheias de flores. Se não as vejo na realidade física que me envolve, de certeza, que as vislumbro pujantes no coração e na alma que irrigo com a água do sonho e da esperança. 

sábado, 28 de setembro de 2013

Cidade

Porque é tempo de reflectir e pensar a cidade... 
Canto a cidade nos cantos sublimes das artérias do medo
Como se o dia fosse acabar em cada passo da gente
Que deambula nas avenidas, ruas, becos, travessas e rampas
Porque cada momento e cada esquina escondem o segredo
De nunca chegar a vida que o tempo engoliu naquela hora.

Fica depois uma sombra de um esbelto plátano no oásis
Daquela cidade maior onde um dia no baptismo da história
Te nomearam de liberdade sobre a rocha firme da calçada.

Agora passeiam-te os povos vindos de todos os lugares
Sob o olhar atento de quem deseja um dia saber mais
De todos os lugares mágicos que a vida nos ofereceu.

Ó cidade da minha memória encantada pelo ideal fervor
Quero ver-te esbelta, viva ou mesmo ressuscitada
E nesta hora nasci de novo para o dia maior
Daqueles passos em volta do rosto sublime do amor.

E não digas mais que a cidade nunca pode ser sentida
Como uma vida cheia de esperança no ideal da felicidade.
José Luís Rodrigues

Cáritas: tudo para olho da rua já

Mas quando é que isto vai acabar?
Não tenho mais palavras para isto… Chega. Enojam-me. Revolta-me. O melhor será estar calado. Até porque já não tenho vontade anímica parra comentar atitudes tão estranhas e contra a caridade dos outros. Não quero faltar à caridade. Por isso não se apressem para lerem muita coisa a este respeito neste blogue. Já várias vezes que me prometi não dizer mais uma única palavra sobre a Cáritas, esta OG da Madeira. Mas os insultos contra os pobres estão a chegar em catadupa. Face a isso é quase irresistível.
Mas, vamos então apenas isto.
Esta coisa de se proceder insultuosamente em relação a quem não tem o necessário para viver brada aos céus. Mais ainda se provocado por instituições ligadas à Igreja Católica. Já tinha pensado que a Cáritas por se ter «governamentado» tanto corria o risco de se destruir a si mesma e que ia contribuir para que a sensibilidade apuradíssima dos nossos cidadãos para a partilha e solidariedade começassem a ser menores. Está aí à vista de todos.
É com muita pena e tristeza que vejo isto. Mais grave ainda são as explicações que se apresentam para justificar o injustificável.
Se dependesse de mim há muito que esta direção da Cáritas estava toda no olho da rua… 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Versão moderna do Sermão da Montanha

Porque estamos no final da campanha autárquica... Partilho esta versão «moderna» do Sermão da Montanha. Para que todos serenem e a paz nos concentre no essencial. Mais ainda para os eleitos nunca desistirem de procurar o caminho do serviço ao Bem comum e à justiça com dedicação e toda a coragem. Se assim for para Deus e para nós serão bem aventurados. Aos outros que fiquem na oposição também serão bem aventurados, quando forem atentos defensores do povo, denunciadores do que está mal e colaboradores em tudo aquilo que entendam ser o bem para todos. Que segunda feira se inicie um tempo novo para todas as comunidades autárquicas, onde todos os cidadãos se sentem protegidos e seguros de que em qualquer espaço há condições condignas para serem gente feliz. São estes os meus propósitos. Segue-se as Bem- Aventuranças modernas: 
- Bem-aventurados os pobres de ambições escuras, de sonhos vãos, de projectos vazios e de ilusões desvairadas, que vivem construindo o bem com o pouco que possuem, ajudando em silêncio, sem a mania de glorificação pessoal, atentos à vontade do Senhor e distraídos das exigências da personalidade, porque viverão sem novos débitos, no rumo do céu que lhes abrirá as portas de ouro, segundo os ditames sublimes da evolução. 

- Bem-aventurados os que sabem esperar e chorar, sem reclamação e sem gritaria, suportando a maledicência e o sarcasmo, sem ódio, compreendendo nos adversários e nas circunstâncias que os ferem, abençoados aguilhões do socorro divino, a impeli-los para diante, na jornada redentora, porque realmente serão consolados.

- Bem-aventurados os mansos, os delicados e os gentis que sabem viver sem provocar antipatias e descontentamentos, mantendo os pontos de vista que lhes são peculiares, conferindo, ao próximo, o mesmo direito de pensar, opinar e experimentar de que se sentem detentores, porque, respeitando cada pessoa e cada coisa em seu lugar, tempo e condição, equilibram o corpo e a alma, no seio da harmonia, herdando longa permanência e valiosas lições na Terra.

- Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, aguardando o pronunciamento do Senhor através dos acontecimentos inelutáveis da vida, sem querelas nos tribunais e sem papelórios perturbadores que somente aprofundam as chagas da aflição e aniquilam o tempo, trabalhando e aprendendo sempre com os ensinamentos vivos do mundo, porque, efectivamente, um dia serão fartos.

- Bem-aventurados os misericordiosos, que se compadecem dos justos e dos injustos, dos ricos e dos pobres, dos bons e dos maus, entendendo que não existem criaturas sem problemas, sempre dispostos à obra de auxílio fraterno a todos, porque, no dia da visitação da luta e da dificuldade, receberão o apoio e a colaboração de que necessitem.

- Bem-aventurados os limpos de coração que projectam a claridade de seus intentos puros, sobre todas as situações e sobre todas as coisas, porque encontrarão a "parte melhor" da vida, em todos os lugares, conseguindo penetrar a grandeza dos propósitos divinos.

- Bem-aventurados os pacificadores que toleram sem mágoa os pequenos sacrifícios de cada dia, em favor da felicidade de todos, e que nunca atiçam o incêndio das discórdias com a lenha da injúria ou da rebelião, porque serão considerados filhos obedientes de Deus.

- Bem-aventurados os que sofrem a perseguição ou incompreensão por amor à solidariedade, à ordem, ao progresso e à paz, reconhecendo acima da epiderme sensível, os sagrados interesses da Humanidade, servindo sem cessar ao engrandecimento do espírito comum, porque assim se habituam à transferência justa para as actividades do Plano Superior.

- Bem-aventurados todos os que forem dilacerados e confundidos pela mentira e pela calúnia, por amor ao ministério santificante do Cristo, fustigados diariamente pela reacção das trevas, mas agindo valorosos, com paciência, firmeza e bondade pela vitória do Senhor, porque se candidatam, desse modo, à coroa triunfante dos profetas celestiais e do próprio Mestre que não encontrou, entre os homens, senão a cruz pesada, antes da gloriosa ressurreição.

Rejubilem-se, cada vez mais, quantos estiverem nestas condições, porque, hoje e amanhã, são bem-aventurados na Terra e nos Céus. 

in:amigosdaotaepoesia.blogspot.com autor HUMBERTO CAMPOS

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Um rico e um pobre

Mesa da palavra:
Comentário à missa do próximo domingo
Uma parábola. Duas figuras. Um rico e um pobre. A parábola do rico e de Lázaro. Ou ainda, e, porque não, «a parábola dos seis irmãos ricos». 
Para que serve a riqueza se não for para fazer o bem, para promover a vida e a felicidade? E quanto vale a pobreza se não for assumida com humildade e simplicidade de coração?
Esta parábola ensina claramente que Deus optou pelos mais pobres. A fortuna material não vale muito para o coração de Deus. Por isso, devemos desprezar os ricos e a riqueza? – A resposta só pode ser não! Porque todos podem assumir a radicalidade da pobreza, mesmo sendo ricos materialmente falando, basta que o coração manifeste os valores do reino de Deus. A pobreza que Deus aprecia não é a miséria, o não ter absolutamente nada para viver, mas o saber viver perante os bens de uma forma solidária e aberta à promoção da vida para todos.
Esta história é uma clara provocação. Jesus manifesta que a partilha da vida é um valor essencial do reino novo que Ele inaugura. Assim, recusar a vida partilhada, tem como fim a desgraça, isto é, a infelicidade que é a ausência total da graça de Deus. Neste sentido, encaramos a parábola do homem rico e do pobre Lázaro como um convite ao discernimento.
Os cristãos devem claramente manifestar no seu viver perante os bens materiais, que a sua opção centra-se na partilha e na solidariedade, para que ninguém à sua volta se sinta desprezado ou necessitado de qualquer aspecto da vida e assim todos estarem aptos a acolher o sentido do viver na mais radical felicidade.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Campanhas que enchem barriga

Apetece-me começar com a frase que descobri um dia num artigo de jornal quando ainda era estudante, levei-a ao meu saudoso professor de Latim, professor Mata, que nos presenteou com uma boa parte de uma das suas aulas analisando-a em todos os seus aspectos, tal lição marcou-me tanto que para a minha conduta de vida nunca mais a esqueci, diz assim: «Timeo Danaos et dona ferentes» - receio os gregos mesmo até quando eles me dão dádivas. Algum povo, que se deslumbra com pequenas dádivas, devia pensar que já está pagando tudo isto com suor e lágrimas. A vida está dura demais para alguns e não se aliviará esta dureza com caridades partidárias, mas com justiça. Pão e circo só enche de poeira os olhos e em algumas horas a barriga.
As festanças, o circo continua… De onde apareceu tanto dinheiro para as festanças e ramboiadas que alguns partidos estão a realizar nesta campanha autárquica? Quem vai pagar estas festanças? – Ó democracia triste, o que te fizeram? – Dizem-nos que dos piores sistemas políticos é o melhor. Porque nela para o bem e para o mal, há um homem um voto, mas tendo em conta o que é possível ser feito em democracia, teria de haver alguns homens que apenas deveriam valer meio voto.
Mas, é o povo ou eleitores que temos. Com pouco se diverte e embriagado com pouco se contenta. A seguir mais pouco ou nada se importa com eleições ou simplesmente não vai votar ou faz cruzes em todos os quadrados do boletim de voto ou risca ou rasga, inutilizando a sua «pequena» (é verdade, pequena) parcela de participação. A irresponsabilidade é sim o pior veneno que vai matando a democracia. A austeridade e sofrimento que a crise trouxe, deveria ter proporcionado alguma consciência e maturidade às pessoas, mas pelo que se vê ainda, falta mais alguma coisa para que alguém aprenda o suficiente.
Até ver, aguardemos o que virá depois. Não se queixem depois que a fome bateu à porta, os que andam de festança em festança agora a encher a barriga. Quando será o dia que todos irão pensar de verdade, que eleições não dizem respeito só e apenas aos que se elegem, mas tem que ver com todos nós e com a vida concreta do nosso dia? – Até continuo esperançado que a verdade sempre tenha mais força do que todas as dádivas segundo intencionadas que por aí vão sendo semeadas. 
Para complementar esta reflexão, não deixem de ver e ouvir o seguinte comentário... É a cereja em cima do bolo:

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Móveis dentro de caixotes

Intolerável... Vergonhoso de mais para merecer mais palavras e comentários....
Apenas isto. Disse o ainda Cardeal Bergoglio, hoje Papa Francisco: «Não se pode pertencer à Caritas, senão numa linha testemunhal, pois ela não é uma organização burocrática ou executora de projetos, de gestão de recursos e de funcionários. O que ela é, acima de tudo, um testemunho da Igreja à sociedade. Portanto, afirmo que a Caritas não é uma ONG (Organização Não Governamental) a mais. Caritas não é uma ONG!» (Palestra do Cardeal Bergoglio, hoje papa Francisco, aos membros da Cáritas na Assembleia Nacional, em 2009, Mar del Plata). Afinal, entre nós não é apenas uma ONG, é uma OG... Cada um que adivinhe o que seja.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A oração do papa pelos desempregados

Magnífico... A Não perder.

Santo Padre reza oração improvisada e muito comovente de súplica pedindo trabalho para os desempregados


O trabalho e a dignidade humana

Face ao descalabro do desemprego que afecta o mundo inteiro, o Papa Francisco no encontro com os trabalhadores na Sardenha, disse:
«A falta de emprego é um sofrimento que leva – desculpem-se se sou um pouco forte, mas é a verdade – a sentir-se sem dignidade! Onde não há trabalho, não há dignidade! E este não é um problema só da Sardenha, só da Itália ou de alguns países da Europa, é a consequência de uma escolha mundial, de um sistema económico que leva a esta tragédia; um sistema económico que tem no centro um ídolo, que se chama dinheiro.»
Deus, explicou o Pontífice, quis que no centro no mundo não estivesse um ídolo, mas o homem e a mulher, que levam avante, com o próprio trabalho, o mundo. «Trabalho significa dignidade, trabalho significa levar o pão para casa, trabalho significa amar!»
Por isso, encorajou o Papa, «não deixem roubar a esperança! Mas devemos ser astutos, porque o Senhor nos diz que os ídolos são mais espertos do que nós. O Senhor nos convida a ter a astúcia da serpente com a bondade da pomba. Tenhamos esta astúcia e digamos as coisas com o seu próprio nome. Devemos lutar juntos para que no centro, pelo menos da nossa vida, estejam o homem e a mulher, a família, todos nós, para que a esperança continue... Não deixem roubar a esperança!».
A premissa principal sobre este assunto radica no seguinte: o trabalho não pode ser apenas uma ocupação ou um simples emprego para ocupar tempo e ganhar dinheiro. E ainda não se pode reduzir o trabalho à frase redutora que muitos frequentemente utilizam: «procuro um emprego, mas não procuro trabalho». Nesta frase está contido um negativismo atroz e ela encerra o tipo de sociedade que os homens actuais teimam em construir. A sociedade do lucro fácil sobre a baixa produtividade. O trabalho realiza a pessoa humana e confere-lhe uma utilidade inalienável. O Papa reforça o princípio de que a economia está ao serviço do homem e não o homem ao serviço da economia, como parecem entender algumas empresas e multinacionais cujo horizonte radica exclusivamente no lucro. 
Estamos então diante mais um momento magnífico de apelo e denúncia à desumanidade que é o desemprego, que resulta de tanto egoísmo e ganância. Que não caia em saco rosto esta mensagem do papa.

domingo, 22 de setembro de 2013

Papa propõe caridade cristã que ultrapasse «assistencialismo»

Os tempos que nós vivemos fizeram «ressuscitar» o assistencialismo, aquela ideia tenebrosa dos pobrezinhos, nós e depois eles, porque estávamos noutro patamar um pouco acima do ser pobre, então podíamos ter o nosso pobre, para que nessa assistência pudéssemos salvar a nossa alminha e também a deles, claro...
O Papa Francisco vem colocar na ordem as coisas e diz claramente que essas Caritas, esses Bancos Alimentares, esses partidos políticos, esse oceano de ONG's e todas as associações e «grupecos» que proliferaram como cogumelos para fazer «caridadezinha» ou assistencialismo, são postos na ordem e quiçá devam desaparecer porque sempre deviam ser provisórios até ao dia em que surja a justiça e o bem comum.
Lamento que não veja todos os que pertencem a estes movimentos da caridade mediática, como lutadores acérrimos desses valores para que a pobreza desapareça totalmente do mundo. São estes os primeiros a considerarem os pobres como matéria prima, como mais valia para o assistencialismo e alguns para o negócio em que se tornaram. E mais grave ainda, quando são fretes bem claros aos poderes instalados na cadeira da governação. Os favores que realizam é de bradar aos céus.
O Papa Francisco alertou hoje na Sardenha para a necessidade de superar uma visão da caridade que a limita ao «assistencialismo» ou «moralismo», para seguir o exemplo de Jesus junto dos mais necessitados.
«A caridade não é assistencialismo, muito menos um assistencialismo para tranquilizar as consciências: isso não é amor, é negócio. A caridade é uma escolha de vida, um modo de ser, de viver: é o caminho da humildade e da solidariedade», disse, durante um encontro com pobres e presos, na Catedral de Cagliari.
A solidariedade, alertou, «arrisca-se a ser riscada do dicionário», porque implica «trabalho» e vai contra uma «cultura do descartável».
Que esta advertência nos torne mais conscientes nesta luta contra a pobreza, para que não exista mais necessidade de ninguém se «alimentar» da fatalidade da pobreza de ninguém. O moralismo assistencialista é um insulto e não deve estar presente no pensar e no coração de ninguém. Não nos deve faltar nunca a vontade de fazer uma sociedade mais justa onde todos tenham a oportunidade de se realizarem com dignidade, contribuindo para a edificação do mundo, mas sem favores de nada nem de ninguém, estão integrados no seu trabalho/emprego em plena assunção do direito que os assiste, nada mais.
«Não podemos seguir Jesus no caminho da caridade se não gostarmos em primeiro lugar uns dos outros, se não nos esforçarmos por colaborar, compreender as nossas vivências e perdoar-nos», acrescentou.
O Papa advertiu para a «arrogância» que se pode viver no serviço aos mais necessitados e criticou os que «instrumentalizam os pobres em favor de interesses pessoais ou do seu grupo». Se fossemos a falar deste aspecto este texto ficaria numa extensão sem fim à vista. Cada leitor que faça a sua análise, que pense na postura de tanta gente que tempos a tempos se apresenta na comunicação social a falar de pobreza e de pobres mais os apelos insistentes às nossas dádivas. A isto o Papa Francisco diz: «Isto é pecado, pecado grave, porque é usar os necessitados, que são a carne de Jesus, para a vaidade! Seria melhor que estas pessoas ficassem em casa», afirmou. Deixemo-nos tocar por estas palavras.

sábado, 21 de setembro de 2013

Um presente e um futuro

Ensaio poético para o fim de semana...
Na ânsia de ver uma palavra dita na luz da paz
Veio das entranhas do segredo da fé
Uma certeza circular da alegria quando te vi
No toque harmonioso das mãos que soam.
Primeiro o frio da timidez da partilha
Mas depois a ebulição ecoou a chama
Quando o sentido da palavra disse mais de nós
Porque se cruzaram os olhares desta existência
Que nos foi dada aqui e agora no respirar do nome
Dito no balbuciar dos lábios no fio do som
Da verdade que sei pensar no encanto
Que os deuses desvelaram na festa do sorriso
Aberto quando o desejo diz da vida.
A felicidade que vejo no convívio de uma dança
Quando o festim da glória cantou bem alto
Um abraço e uma carícia debaixo do bafo quente...
Sob a penumbra de um dia sombrio feito silêncio
Neste aqui sentido encalço de um segredo
Que veio dizer o tudo embora baixinho.
Em cada passo seguro na calçada íngreme vi
Da encosta do dom que o cume mostrou um sinal.
Em cada retoma ressuscitada nos trilhos da cinza
Destes dias que vejo presente como reflexo do tempo
Que se guarda na doçura de um toque que se desprende
De uma rocha firme no interior de um desabafo
Seguro da memória do amor antigo
Quando do novo se faz a norma dos passos em volta
Desta visão
Que sempre digo no prazer do riso
Diante deste desafio que se recheia todo
Na certeza que se sente neste presente
Já ciente do outro nome que o olhar me disse
Ser seguro no abrigo que creio e digo em nome.
Vem futuro e bate em nós a impetuosidade da fé  
E abre a todos para sempre a porta do sonho.
José Luís Rodrigues

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Precisamos da honestidade como o pão para a boca

Comentário à missa do próximo domingo...
No evangelho da parábola do mau administrador descobrimos que a desonestidade, a mentira e as artimanhas humanas no que diz respeito ao governo dos bens materiais, não se conjugam com a proposta da religião de Jesus Cristo.
Do ponto de vista humano, o administrador infiel que foi chamado à atenção pelo seu senhor, safou-se muito bem e mereceu por isso um grande elogio, mas do ponto de vista de Deus não tem qualquer valor esta atitude. Para Deus o importante é descobrir nas coisas pequenas o sentido da fidelidade, da honestidade e da verdade.
Jesus conta-nos esta parábola, para ensinar que é mais importante para a felicidade e para a salvação de todos procurarmos caminhos que nos centrem na fidelidade e na honestidade.
Muitas vezes pensamos que as pessoas mais importantes, com cargos de elevada responsabilidade devem ser os mais honestos e os mais fieis. Mas segundo a palavra que escutamos neste evangelho, todos, devem procurar viver a honestidade de uma forma radical. Ninguém deve sentir que pode, por ser mais humilde ou por não ter tarefas de muita responsabilidade, fugir às regras e ludibriar os outros com a mentira e a desonestidade. A palavra de Jesus confirma que esta maneira de pensar é um engano puro: «Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas, também é injusto nas grandes». Diante desta clarividência não pode haver qualquer tipo de pretensão.
Outro aspecto, prende-se com o seguinte. Não é possível servir a dois senhores. Jesus mostra que muitas vezes o dinheiro em vez de ser um instrumento de trabalho e de base ao serviço da vida, pode tornar-se um «senhor» muito adorado. De facto, é bem verdade que assim é. A nossa sociedade está cheia de gente que não vê outra coisa à sua frente senão o dinheiro. São os escravos do vil metal. Não são capazes de perceber que a felicidade não está em ter muita fortuna material, mas em servir-se dos bens da terra para investir na promoção da vida para todos, como garantia de futuro seguro para a salvação não apenas de alguns mas de todos. E esta é a maior felicidade que se pode ter. Procurá-la é dever de cada pessoa. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mensagem do papa Francisco aos bispos

Aos bispos novos e (mais antigos nestas andanças dos principados que tanto gostam)

- Bom, ler para crer... Alguns devem ter as orelhas a ferver. - EIS O PAPA FRANCISCO:

1. Falando sobre acolher com magnanimidade o Papa Francisco disse: 
“Que seu coração seja tão grande a ponto de ser capaz de acolher todos os homens e mulheres que você encontrar ao longo de seus dias e que você vai encontrar quando visitar suas paróquias e comunidades. Já agora se perguntem: aqueles que baterão à porta da minha casa, como irão encontrá-la? Se a encontrem aberta, - continuou o Santo Padre - através de sua bondade, da sua disponibilidade, experimentarão a paternidade de Deus e entenderão como a Igreja é uma boa mãe, que sempre acolhe e ama”.

2. E o Papa deu alguns conselhos aos novos bispos:
“Entre as primeiras tarefas que vocês têm está o cuidado espiritual do presbitério, mas não se esqueçam das necessidades humanas de cada sacerdote, especialmente nos momentos mais delicados e importantes de seus ministérios e de suas vidas. Nunca é tempo desperdiçado o tempo passado com os sacerdotes! Recebam-nos quando solicitarem; não deixem sem resposta um telefonema; estar sempre próximo, em contato constante com eles”.

3. O terceiro e último elemento proposto pelo Papa: permanecer com o rebanho. 
“Refiro-me – disse Francisco - à estabilidade, que tem dois aspectos específicos: “permanecer” na diocese, e permanecer “nesta” diocese, sem buscar mudanças ou promoções. Não se pode conhecer realmente como pastores o próprio rebanho, caminhar à sua frente, no seu meio e atrás dele, cuidá-lo com o ensinamento, com a administração dos Sacramentos e com o testemunho de vida, se não se permanece na diocese. A nossa é uma época em que se pode viajar, se deslocar de um ponto a outro com facilidade, um tempo em que as relações são velozes, a época da internet. Mas a antiga lei da residência não passou de moda! É necessária para um bom governo pastoral. Permanecer, ... continuou o Papa. Evitem o escândalo de serem “Bispos de aeroportos”! Sejam Pastores acolhedores, que caminham com o seu povo, com afeto, com misericórdia, com docilidade de tratamento e firmeza paterna, com humildade e discrição, capazes de olhar também aos seus limites e de ter uma dose de bom humor. E permaneçam com seus rebanhos!”.

- Que Deus nos inspire e ajude a tomarmos isto muito a sério, mas que tomem especialmente a sério aqueles a quem a mensagem é dedicada...

A campanha eleitoral autárquica soma e segue

Ando um pouco confuso. Não sei quem é quem na variedade dos candidatos que se propõem para governar os nossos destinos municipais. Oxalá ganhem os mais honestos, o que prometem e cumprem, os limpos de vida e de espírito, os que têm consciência do que é o bem comum. Isto é, que ganhem aqueles que não só dizem pensar nas pessoas nos discursos eleitorais, mas estarão com elas todos os dias e todo o tempo do seu mandato. Devia ser isto que se julgava no momento do voto.
Outro aspecto grave. Muito grave em democracia são os temores que se levantam, a política do medo para condicionar a decisão das pessoas, mais a ira contra tudo o que aparentemente parece mexer como vento contrário. Eis as ameaças, o menosprezo com títulos e epítetos desprestigiantes aplicados aos candidatos que pertencem à oposição e aos agentes da comunicação social. Um desrespeito pelas pessoas que nos cora de vergonha. Já seria tempo de não estarmos neste nível tão baixo de fazer política. Este modo de se propor como candidato a um cargo público, não serve os interesses do bem comum. Vamos indignar-nos com isto.
Também é incalculável a minha indignação quanto aos comícios à porta das igrejas, das capelas e nos respectivos adros. Sempre foi assim, bem não é bem assim, nos adros assistia-se à distribuição das papeladas, as canetas, os chaveiros, os bonés, as bandeiras… Comícios, não me lembro de ver. Mas desta vez sim, vemos claramente comícios nestes ambientes. Uma vergonha inqualificável. Bom, vergonha não, mas falta de sensibilidade e de respeito pelos lugares que pertencem às paróquias (propriedade privada), penso, que ninguém gostaria que fossem fazer um comício no terreiro da sua casa? - Andam por aí uma série de fotografias que atestam este abuso. Basta ter olhos para ver. Quando posso, tenho perguntado onde andam as autoridades máximas da nossa Diocese para tomarem uma posição contra isto... Mas não posso fazer mais. Junto-me ao rol imenso de gente que está a manifestar nas redes sociais e nos meios de comunicação social a sua indignação. Bem hajam, nisto vemos um sinal de que a consciência em relação ao que é certo e errado está bem presente no coração das pessoas. Começamos a acordar, isso é muito bom... 
Nas minhas igrejas está um pouco mais ou menos moderado e respeitam, porque sempre alerto as pessoas para não receberem nem falarem com candidatos dentro do adro, mas fora, nas praças e nas ruas que são espaços públicos. Porém, contaram-me que num fim-de-semana que estive ausente, foi uma vergonha, puseram-se todos à porta da igreja e quase que as pessoas não podiam sair.
Concluo já, enquanto a educação não funcionar dentro do respeito pouco ou nada podemos fazer. Porém, entendo que devia haver uma posição claramente contra este abuso da parte da Diocese e aí sim, penso, que as coisas poderiam ser mais moderadas. Enquanto não há, temos uma anarquia vergonhosa.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

CORAGEM É CORAGEM...

Verdades são verdades...
1. Em aramaico, fariseu significa “separado”. O partido dos fariseus distinguia-se pela observância literal da Lei judaica e os seus membros consideravam-se os seus únicos escrupulosos cumpridores. Os fariseus não suportavam os “desvios” de Jesus. Em seu entender, bastava o contacto com os pecadores públicos para se ficar “impuro”.

2. «Com a sua simplicidade desarmante, Jesus disse-o de modo bem claro: nem todo o que diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino de Deus, mas o que faz a vontade do meu Pai», José. I. G. Faus in Deus e a Fé – razões de um crente e do não crente, J. I. González Faus e Ignacio Sotelo, (Casa das Letras, Lisboa, 2005).

3. «Fazer a triagem dos nossos desejos, aceitar não ter tudo abre-nos aos outros, protege-nos do isolamento e leva-nos a partilhar o que temos (…) E eis que o nosso coração muda. E não somente o nosso coração, mas também o nosso olhar e o nosso comportamento». Das reflexões do irmão Aloïs durante o Encontro Europeu de Jovens em Poznan, Polónia (Dez. 2009/Jan. 2010).

4. «Compreendemos muitas vezes a salvação como uma coisa do além. Um rápido olhar sobre a Bíblia mostra-nos algo diferente: a salvação tem início aqui na vida. Nas histórias de Jesus diz-se o seguinte: Ele veio para nos libertar, para nos salvar, para nos curar aqui na nossa vida. Curou doentes, ergueu paralíticos, perdoou aos pecadores os seus pecados e devolveu às pessoas, que já se tinham entregado, a coragem para viver. Isto mostra que encontramos a salvação aqui na nossa vida», O livro das respostas, Anselm Grün, (Paulinas, Lisboa, 2008).

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Autárquicas 2013

 A campanha para a eleições autárquicas começa hoje. Devia ser um tempo de serenidade, onde os diversos candidatos se dão a conhecer e revelam o que pretendem fazer se forem eleitos. Nisto consiste uma campanha eleitoral. O mais simples possível, sem exageros e gastos desmedidos que se forem levados a cabo insultam o nosso povo que vai ao hospital e não encontra as condições necessárias para tratar da sua saúde ou então as nossas escolas que estão sem professores e sem os elementos materiais necessários para realizar a aprendizagem com a devida dignidade. Mais ainda se pensamos que há uma multidão de desempregados e famílias que não têm dinheiro no fim do mês para comprar os alimentos e pagar as suas contas básicas da água e da luz.
O pior de tudo, é que vamos voltar a ter, campanhas «eleiçoeiras» carregadas de mentiras, de promessas loucas que depois não serão cumpridas, pão e circo por todo o lado, obras malfeitas e à pressa para a inauguração como elemento da festança e da mentira em que a nossa vida foi montada. Tudo poeira para enganar as pessoas e caçar votos. Parece que os tempos já foram melhores para este género de campanhas eleitorais. Mas veremos no final.
O meu propósito seria acreditar que podia ser possível viver-se a democracia com verdade, na base daquilo que propõe o Papa Francisco, «honestidade, justiça e transparência». Mais ainda desejo que esta campanha esclareça as pessoas. Todos os partidos devem prometer que não vão violentar o bem comum e que farão bom uso do voto que os eleitores lhes irão confiar.
Ouso aqui resgatar que a condição humana está marcada pela miséria e pela dimensão dos erros constantes. Não haverá projectos infalíveis e pessoas que se possam dizer totalmente isentas de pecado, convém não desprezar uma verdade inegável, atestada pela reflexão filosófica de um Sartre e mesmo pelo rigorismo filosófico de Kant, segundo o qual «o ser humano é um lenho tão torto que dele não se podem tirar tábuas retas». Mas, ao menos assim-a-assim pode ser possível, bastará vontade sincera.
Neste sentido para esta temporada de campanha e para vida em todos os momentos que nos guie o seguinte, dito em palavras modernas: somos diabólicos e simbólicos, sapientes e dementes, capazes de amor e ódio. Por isso Hobbes no seu Levitã (1651) nos confirma: «Assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte, a razão disso reside no facto de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder». Esta verdade crua e tão actual provoca-nos arrepios e revela o quanto se tem «trabalhado» para destruir o melhor dos sistemas políticos, a democracia…
Esse poder materializa-se no dinheiro. Por isso a corrupção, a crise, a ganância e todas as desgraças sociais, que assistimos envolvem sempre dinheiro e mais dinheiro. Diz um dito de Ghana: «a boca ri, mas o dinheiro ri melhor». Os corruptos creem nesta ilusão.
Até hoje não achamos cura para esta ferida interior. Só podemos diminuir-lhe a sangria. Creio que, no termo, vale o método bíblico: desmascarar o corrupto, deixando-o nu diante da sua corrupção e a pura e simples expulsão do paraíso, quer dizer, tirar o corruptor e o corrompido da sociedade e metê-los na prisão. Por isso, acredito que as únicas promessas dos candidatos a qualquer eleição deviam ser sempre: «vou ser honesto, justo e transparente».

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O ano escolar começa hoje mergulhado na anarquia

Não fazem sentido os apertos financeiros indiscriminados, sem critério. A destruição da escola pública assim de forma tão irresponsável, de tal forma, que não podemos deixar de dar razão ao Paulo Baldaia, director da TSF no DN-Lisboa, que afirma categoricamente o seguinte: «A escola pública é uma questão estrutural da vida em sociedade. Alguém tem de explicar isso ao ministro, para ele deixar de brincar com coisas sérias».
Mais grave se o ano escolar começa mergulhado na maior anarquia, alunos que chegarão à escola com fome, sem o material necessário para a necessária aprendizagem, professores desanimados e desinteressados, uma burocracia impressionante que faz consumir a maior parte do tempo dos professores que deviam ter todo o tempo do mundo para estarem na sala de aula com os seus alunos, mais se ouve dizer que muitos alunos estão sem professores quando sabemos da multidão deles que não tiveram colocação e estão desocupados, no desemprego… Um rol interminável de situações que não deveriam existir para que as nossas escolas fossem lugares de alegria, de festa do saber e da educação para a vida. Ainda não é, mas será um dia, acreditamos!
Os professores merecem serem bem pagos e que lhes seja colocado à disposição todas as condições para exercerem a sua profissão com dignidade. Sem isso, faltará uma verdadeira relação entre alunos e professores, a escola não tem alegria, não é uma festa… A amizade, nada. A solidariedade, zero. A paz, inatingível. A vida e a preparação para ela não acontecerão. Por isso, aos governantes deste país e da nossa região, responsáveis pela escola, pedimos que sejam verdadeiros quanto à aplicação dos impostos. À escola o necessário, para que a educação cumpra o seu dever e prepare verdadeiros homens e mulheres, cidadãos empenhados na construção de um futuro saudável para todos.
Um dos maiores pedagogos do século XX, o padre Manuel Antunes (1918-1985) dizia o seguinte sobre a educação: «Que princípios deverão orientar a educação do nosso Povo? (...) Ousamos esquematizar: os princípios que tenham em conta a aliança do cérebro, da mão e do coração; os princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade de todos os homens; os princípios que possam unir o sentido científico, o sentido tecnológico e o sentido comunitário desde a célula familiar à Sociedade Mundial». Apesar de tudo e de tanto que norteia as nossas escolas, um bom ano lectivo 2013-2014 para todos os fazedores da escola…

sábado, 14 de setembro de 2013

Jesus de Nazaré

E assim chega a hora do reconheço, retemperado e seguro no cumprimento da missão em nome de... E basta!
Veio da colina de Nazaré o Homem feito no seio da terra
Nas veredas da Galileia saboreou o pão e o vinho
Depois sinais do mistério denso que chamou memória.
Foi ao encontro de rudes pescadores para Apóstolos
Mestres que cheiram a peixe e a mar
Mas foram o tal futuro feito missão da pesca nova do amor.
No altar da montanha elege os simples e os pequenos
O povo do Reino da luz intensa da abundância da vida.
Quando o desprezo dita regras abraça o doente
E estende a mão à prostituta contra o veneno hipócrita
Dos que se diziam donos da cidade.
Sem medo anunciou a paz
Sem medo denunciou os gestos que matam
Sem medo declarou que não devem «casar» os poderes
Sem medo defendeu os simples que carregam fardos de nada
Sem medo despachou como «hipócritas» e «túmulos caiados» todos os senhores do tempo e do templo
Sem medo vislumbra o seu fim e o fim de todos
Mas, também para todos dita a esperança da glória
Que no hoje de cada dia e de cada hora todos tomam e bebem
No pão e no vinho da vida tomada das sementeiras do tempo.
José Luís Rodrigues