Comentário à missa do próximo domingo...
No evangelho da parábola do mau administrador
descobrimos que a desonestidade, a mentira e as artimanhas humanas no que diz
respeito ao governo dos bens materiais, não se conjugam com a proposta da
religião de Jesus Cristo.
Do ponto de vista humano, o administrador infiel que
foi chamado à atenção pelo seu senhor, safou-se muito bem e mereceu por isso um
grande elogio, mas do ponto de vista de Deus não tem qualquer valor esta
atitude. Para Deus o importante é descobrir nas coisas pequenas o sentido da
fidelidade, da honestidade e da verdade.
Jesus conta-nos
esta parábola, para ensinar que é mais importante para a felicidade e para a
salvação de todos procurarmos caminhos que nos centrem na fidelidade e na
honestidade.
Muitas vezes pensamos que as pessoas mais
importantes, com cargos de elevada responsabilidade devem ser os mais honestos
e os mais fieis. Mas segundo a palavra que escutamos neste evangelho, todos,
devem procurar viver a honestidade de uma forma radical. Ninguém deve sentir
que pode, por ser mais humilde ou por não ter tarefas de muita
responsabilidade, fugir às regras e ludibriar os outros com a mentira e a
desonestidade. A palavra de Jesus confirma que esta maneira de pensar é um
engano puro: «Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem
é injusto nas coisas pequenas, também é injusto nas grandes». Diante desta
clarividência não pode haver qualquer tipo de pretensão.
Outro aspecto, prende-se com o seguinte. Não é
possível servir a dois senhores. Jesus mostra que muitas vezes o dinheiro em
vez de ser um instrumento de trabalho e de base ao serviço da vida, pode
tornar-se um «senhor» muito adorado. De facto, é bem verdade que assim é. A
nossa sociedade está cheia de gente que não vê outra coisa à sua frente senão o
dinheiro. São os escravos do vil metal. Não são capazes de perceber que a
felicidade não está em ter muita fortuna material, mas em servir-se dos bens da
terra para investir na promoção da vida para todos, como garantia de futuro
seguro para a salvação não apenas de alguns mas de todos. E esta é a maior felicidade que se pode ter.
Procurá-la é dever de cada pessoa.
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