Não
fazem sentido os apertos financeiros indiscriminados, sem critério. A destruição
da escola pública assim de forma tão irresponsável, de tal forma, que não
podemos deixar de dar razão ao Paulo Baldaia, director da TSF no DN-Lisboa, que
afirma categoricamente o seguinte: «A escola pública é
uma questão estrutural da vida em sociedade. Alguém tem de explicar isso ao
ministro, para ele deixar de brincar com coisas sérias».
Mais
grave se o ano escolar começa mergulhado na maior anarquia, alunos que chegarão
à escola com fome, sem o material necessário para a necessária aprendizagem,
professores desanimados e desinteressados, uma burocracia impressionante que
faz consumir a maior parte do tempo dos professores que deviam ter todo o tempo
do mundo para estarem na sala de aula com os seus alunos, mais se ouve dizer que
muitos alunos estão sem professores quando sabemos da multidão deles que não
tiveram colocação e estão desocupados, no desemprego… Um rol interminável de
situações que não deveriam existir para que as nossas escolas fossem lugares de
alegria, de festa do saber e da educação para a vida. Ainda não é, mas será um
dia, acreditamos!
Os
professores merecem serem bem pagos e que lhes seja colocado à disposição todas
as condições para exercerem a sua profissão com dignidade. Sem isso, faltará uma
verdadeira relação entre alunos e professores, a escola não tem alegria, não é
uma festa… A amizade, nada. A solidariedade, zero. A paz, inatingível. A vida e
a preparação para ela não acontecerão. Por isso, aos governantes deste país e
da nossa região, responsáveis pela escola, pedimos que sejam verdadeiros quanto
à aplicação dos impostos. À escola o necessário, para que a educação cumpra o
seu dever e prepare verdadeiros homens e mulheres, cidadãos empenhados na
construção de um futuro saudável para todos.
Um
dos maiores pedagogos do século XX, o padre Manuel Antunes (1918-1985) dizia o
seguinte sobre a educação: «Que princípios deverão orientar a educação do nosso
Povo? (...) Ousamos esquematizar: os princípios que tenham em conta a aliança
do cérebro, da mão e do coração; os princípios da liberdade, da igualdade e da
dignidade de todos os homens; os princípios que possam unir o sentido
científico, o sentido tecnológico e o sentido comunitário desde a célula
familiar à Sociedade Mundial». Apesar de tudo e de tanto que norteia as nossas
escolas, um bom ano lectivo 2013-2014 para todos os fazedores da escola…
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