Nota: aqui vai o texto de ontem, só hoje é que foi possível colocá-lo no blog. Desculpas a quem esperou por ele.
Impressões do dia 20 de Julho (Algarve e Huelva)
As impressões de hoje (20 de Julho de 2009) não são muito positivas. Obviamente, que se aprecia muito as pessoas (hoje muitas em comparação com dia de ontem) as paisagens, as praias, o mar, as marinas cheias de belíssimos e sedutores iates… Uma infinidade de coisas muito belas que encantam quem passa por estas bandas do nosso país. Mas, fica a impressão do dia que recai sobre dois aspectos. Primeiro, a construção desenfreada e muito desordenada na orla costeira, um desencanto ver quanto se constrói sem a mínima preocupação com o ordenamento e com a beleza que devia apresentar todo o género de construção humana. Exemplo deste desconcerto construtivo é quase todo o Algarve, mas de modo especial, Portimão e Albufeira. Segundo, os sinais exteriores de riqueza que algumas regiões do Algarve apresentam, por exemplo, Vilamoura.
A ganância da atracção turística levou à construção sem regras e ao salve-se quem puder. Um roubo aos olhos de todos, porque explora exaustivamente os recursos e o património natural que pertence a toda a humanidade. Esta loucura levará a futuro nenhum.
Sobre o segundo aspecto, tem a ver com a crise. Vilamoura é um exemplo bem claro de que a crise é só para alguns. Não falta por estas bandas carros em abundância topo de gama. Os iates dentro da Marina são um luxo que nos encanta, mas também revela o quanto o mundo, o nosso mundo, está desordenado e quanto está injustamente distribuída a riqueza. Muito poucos com muito e muitos com quase nada ou mesmo nada para sobreviver.
Por fim, continuando a viagem descobre-se outro mundo, Espanha, também não menos desorganizado quanto a construção, porque nesse aspecto os espanhóis também não são exemplo para ninguém. Porém, oferecem-nos estradas em melhores condições, gratuitas. Quando se passa a fronteira, que hoje está muito ténue, notamos logo a grande diferença de condições nas estradas. Neste outro mundo, compensa-nos a alegria de chegar a uma cidade de Espanha, Huelva, onde se pode matar as saudades das ruas amplas com passeios os seus passeios grandes onde nos levam à Plaza Maior, que em Huelva se chama Plaza de las Monjas.
Outro mundo, como já disse, outra v ida, outro povo, cheio de vida que dá alma às ruas e às praças, coisa que em Portugal não sabemos fazer. Onde fazemos da rua uma festa no nosso país? – Em Espanha a rua é o lugar onde se fala (alto, por sinal), onde se come, bebe e se convive com muita alegria. Neste aspecto com nuestros irmanos temos muito que aprender, e como nos faria bem aprender a fazer festa, para que as depressões, o desânimo e a melancolia deixassem de ser o «pão-nosso de cada dia» de tanta gente no nosso país.
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