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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Caridade na verdade

O Vaticano apresentou a terceira encíclica de Bento XVI, de marcado carácter social, na qual afirma que a economia precisa de ética e que o mercado "não é o lugar de atropelo do forte sobre o fraco".
Na encíclica "Caritas in veritate" (Caridade na verdade), o Papa afirma que a crise mostra que os tradicionais princípios da ética social, como a transparência, a honestidade e a responsabilidade, "não podem ser descuidados".
O papa afirma que a economia não elimina o papel dos Estados e tem necessidade de "leis justas".
Bento XVI exige que as "finanças, após o seu mau uso, que prejudicou a economia real", retornem a ser um instrumento orientado para o desenvolvimento.
O papa pede uma "urgente" reforma da ONU e da arquitetura económica e financeira internacional.
"Urge a presença de uma verdadeira autoridade política mundial que se atenha de maneira coerente aos princípios de subsídio e de solidariedade", escreve.
Também trata o tema do meio ambiente e afirma que as sociedades tecnologicamente avançadas "podem e devem diminuir" as suas próprias necessidades energéticas e devem avançar na pesquisa sobre energias alternativas.
O novo documento do papa retoma os temas sociais contidos nas encíclicas "Populorum progressio" (1967), escrita por Paulo VI, e "Sollicitudo rei socialis" (1988), sobre a mesma temática, escrita por João Paulo II.
A encíclica - carta solene dirigida pelo papa aos bispos e fiéis católicos do mundo - foi assinada pelo Pontífice em 29 de junho, festividade de São Pedro e São Paulo, está dividida em seis partes e consta de 136 páginas.
O texto começa afirmando que "a caridade na verdade, da qual Jesus se fez testemunha, é a principal força propulsora para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira".
As seis partes do texto são "A mensagem da Populorum progressio", "Desenvolvimento humano no nosso tempo", "Fraternidade, desenvolvimento económico e sociedade civil", "Desenvolvimento dos povos, direitos, deveres e ambiente", "A colaboração da família humana" e "Desenvolvimento dos povos e da técnica".
O papa Bento XVI já escreveu outras duas encíclicas, "Deus caritas est" (Deus é amor), de 2006, e "Spe salvi" (Salvos pela esperança), de 2007.
In Agência de Notícias EFE
Nota da redacção: Só é pena que o Papa não «obrigue» as Igrejas nacionais e dioceses do mundo inteiro a criarem organismos de ajuda às famílias que estão com a «corda ao pescoço» por causa das dívidas acumuladas. Situação que resultou dos muitos disparates do sistema económico-financeiro do desenvolvimento que a humanidade teima em levar adiante. Era preciso que o Papa «forçasse» a Igreja toda a se empenhar concretamente na criação de mecanismos de ajuda às famílias a braços com os créditos que não podem agora fazer face. Outra medida importante seria a Igreja toda abdicar do absurdo do luxo e dos previlégios que muitos membros da Igreja têm injustificadamente. A meu ver continua a Igreja a pensar muito bem as questões sociais e tudo aquilo que a sociedade passa em cada momento histórico, mas quanto à prática da Igreja, deixa muito a desejar. Porém, bem haja o Papa pela bela reflexão que trouxe a lume.

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