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terça-feira, 21 de julho de 2009

Marcas de um passado para o futuro

Impressões do dia 21 de Julho (La Rábida e Sevilha – Espanha)
Deste dia destaco a visita ao Monasterio de La Rábida; Muelle de las Carabelas e a Catedral de Sevilha.
1. O Monasterio de La Rábida, é um importante Santuário Franciscano, onde Cristóvão Colombo se hospedou e se preparou durante oito anos para a grande viagem marítima para o encontro com o continente Americano. Um espaço interessante, cheio de história e mágico para nós hoje que sabemos o que implicou essa aventura mar adentro.
Este é um Convento Franciscano, que data de finais do Séc. XIV ou princípios do Séc. XV. Aqui, com a contribuição decisiva de Frei António de Marchena (frade Astrónomo) e Frei Juan Pérez, antigo Contador Real na Corte Castelhana, gerou-se um dos acontecimentos mais transcendentais da história da Humanidade, o encontro com as Américas. Por isso, em 1993 o Papa João Paulo II, ajoelhou diante de Nossa Senhora dos Milagres, Santa Maria da Rábida e disse: «Venho agradecer-te pelos séculos de cristianismo na América, que partiu das tuas plantas…».
2. O Muelle de las Carabelas é um sítio interessante. Um museu marítimo, onde podemos encontrar as três caravelas de Colombo: Santa María, La Pinta e La Niña. Destes nomes já não me recordava, porém, logo depois veio à memória a frase que a professora da primária nos dizia para decorar os nomes das caravelas de Colombo, frase atribuída ao navegador. Conta-se que algures Colombo conheceu uma jovem e porque os seus encantos seduziram o navegador, ele pronunciou o seguinte: «Santa María, que Pinta Tiene la Niña», truques de outros tempos que nos ajudavam a decorar as coisas. Para hoje pouco serve, porque ninguém está para decorar nada. É pena.
As caravelas deste museu, são réplicas das caravelas verdadeiras, mas são importantes pelo que significam e pela tomada de consciência relativamente à austeridade ou até crueldade que devia ser encher aquelas «cascas de nós» de gente e lançá-las ao mar. Esta impressão causa um certo arrepio, mas faz-nos remontar ao passado, a esse momento ousado da humanidade. Porque esta aventura não pode ser, por isso, só desse tempo, mas de todos os tempos. Porque nessas caravelas embarcou todo o passado e todo o futuro da vida humana.
Daqui também destaco a figura do Dominicano Frei Bartolomeu de Las Casas, que teve direito a grande relevo neste museu. Podemos vê-lo num quadro médio, mas destacado, a sua biografia e as suas obras literárias. Esta é a grande figura de evangelizador das Américas, mas com grande respeito pelos povos e pelas culturas. Denunciador corajoso, incansável dos abusos cometidos pelos ditos descobridores do Novo Mundo.
4. A Catedral de Sevilha. Um monumento fabuloso. A sumptuosidade cai sobre a nossa pequenez e esmaga-nos. Poderíamos dizer deste monumento apenas uma palavra: um génio. Parece que faço o que fazia o professor de Patrística (uma cadeira muito interessante do curso de Teologia, que tive o prazer de fazer na faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lisboa). O nosso professor, um padre já com uma certa idade, cabia-lhe dar-nos esta cadeira, uma figura interessante, daquelas figuras sábias, que vivem enterrados nos livros. Quando se chegava ao item sobre Santo Agostinho, limitava-se a pronunciar o seguinte: «Um génio» e imediatamente passava para o item seguinte.
Também me vejo um pouco assim diante da catedral de Sevilha. A grandiosidade da Catedral é impressionante, a área do edifício é de 23.500 metros quadrados. É a Catedral gótica maior do mundo. O seu cumprimento é de 126 metros, a largura mede 83 metros. A altura máxima (centro do cruzeiro) mede 37 metros. A torre, chamada em Sevilha de Giralda, do passeio até ao cata-vento, é de 96 metros de altura. Dizem os sevilhanos que a Torre da Catedral é a imagem da mulher sevilhana, os pés são romanos, a parte central, o corpo da mulher, é árabe e a cabeça é cristã. De facto, ao olharmos a torre concluímos que faz todo o sentido dizer esta charada.
A catedral remonta ao Séc XV e XVI. Construída no lugar da Mesquita maior de Sevilha. Da Mesquita conservam-se o Pátio das Laranjeiras e grande parte da Giralda (Giralda, porque o cata-vento, cristão, gira para indicar a direcção do vento).
O seu interior é sumptuoso e carregado de uma riqueza incalculável. Uma beleza extraordinária. Salta à vista o retábulo do Altar-mor, todo em talha dourada com diversas cenas da vida de Jesus. Uma catequese viva que «dá cartas» à catequese dos nossos tempos.
Bom, porque as impressões de hoje já vão longas, ficam estas pinceladas sobre a Catedral de Sevilha e que seja como um apelo para que muitos possam também sentir anseio de uma visita a este lugar.
Hoje o calor de Espanha foi forte, os termómetros atingiram os 44 graus, um pouco agressivo para nós habituados a outros calores.

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