A celebração da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, é também a celebração do começo ou dos recomeços de Deus e de Maria. De Deus, porque esta celebração coloca-nos diante do mistério da Encarnação e da Redenção. De Maria, porque esta mulher, é o primeiro ser humano a beneficiar dos frutos desse mistério que se faz presença real.
Por causa de tudo isto, celebramos uma festa só acessível à fé e difícil de explicar. Trata-se da ousadia dos recomeços. Deus escolheu Maria com predilecção, para templo vivo da Encarnação do Seu Filho. Tudo obra de Deus, não mérito desta mulher eleita, a “cheia de graça”. Desde o princípio Ela recebeu o que nós recebemos no Baptismo: a dignidade de filhos de Deus e também cheios de graça. Ela desde sempre sem ser afectada pelo mal do mundo. E assim foi durante toda a sua vida terrena. Sem pecado; sempre bela, Imaculada. E no fim, se se poderá dizer que é um fim, rainha de glória para toda a eternidade.
Difícil este mistério, mas belo para a fé dos crentes e riqueza única que nos distingue e nos torna diferentes neste mundo que pretende estandardizar pessoas e coisas.
Esta festa é, então, a proclamação da Encarnação de Deus sem qualquer sombra de mácula ou mancha que a subverta na sua originalidade, na sua visibilidade e no fim a que se destina (a salvação da humanidade).
Parece, logo à partida, o tema da Imaculada Conceição não estar associado aos Direitos Humanos. Mas está, porque, o seio da humanidade acolhe a Imaculada vontade de Deus em conceder todos os direitos a toda a humanidade.
As intenções de Deus estão desde sempre marcadas pelo desejo que o homem se salve e viva liberto das manchas que o inferiorizam. A intenção de Deus não é senão tornar vivos os direitos e os deveres da humanidade. De outro modo, prevalecem os ódios, os egoismos e as vinganças que destróem e provocam as ferozes guerras fratricidas.
Maria, a Imaculada, é o ser humano repleto de direitos e deveres assumidos em plenitude, o ser humano perfeito, como Deus o sonhou. Maria, é um rosto que reflecte Deus, um espelho da beleza divina, um olhar que se volta para nós com amor e se transforma numa esperança para sermos melhores. Porque é sempre Mãe de Deus e nossa! Que Maria nos ajude a mudar o coração para que logo depois possamos mudar o mundo à nossa volta.
2 comentários:
A Igreja foge como o diabo da cruz de comentar do "MAGNIFICAT" :"derrubou os poderosos dos seus tronos, aos ricos despediu de mãos vazias e encheu de bens os famintos" . Considero um dos hinos da Sagrada Escritura mais revolucionários e, todavia, pouco comentado pelos senhores padres e venerandos bispos nas suas homilias. Têm medo que o povo interiorize esta belissima e tão actual Oração.Ela é a antítese dessa imagem peregrina que nada diz se não em tempos idos educar-nos todos que é preciso salvar a Rússia e converter os pecadores, sendo estes os que defendiam o povo, se não iríamos para o inferno. Foi devido a isso que o inferno da PIDE e do Salazarismo se perpetuou no poder e esmagou o pobre e oprimido.Contrariamente ao Hino de Maria. Essa é que é minha Mãe e não a tal de Fátima.
Dois são os dias que separam a Festa da Imaculada Conceição, Mãe de Deus, e o dia Mundial da declaração dos Direitos do Homem.A sua reflexão, P.José Luis, encurta a distância e sobrepõe-os. Maria, na minha maneira de sentir, foi a 1ª Mulher que lutou pelos direitos e emancipação da Mulher, desde o Seu Sim em plena Liberdade.
N-Espero que já tenha recuperado a 100%
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