Com a minha nota de excelente à autora destas belíssimas palavras sobre Frei Bento Domingues que temos a alegria de receber por estes dias em nossa casa...
A Paróquia de São Roque, no Funchal, celebra o dia 25 de Abril de 2012 [pelas 20:00, no salão paroquial], promovendo uma esperada palestra com Frei Bento Domingues. Os mais atentos leitores do jornal o Público habituaram-se, já, a tratar a sua presença por tu, guardando embora o respeito que impõe um homem para quem a religião rima com paz, serenidade e reflexão séria e fundamentada acerca do mundo e das suas múltiplas incongruências. Nas suas crónicas, muitas das quais já compiladas numa excelente publicação, o peregrino que ele não abdica de ser revela-se nas suas múltiplas viagens pelos trilhos da aproximação entre credos, da diluição das margens que separam seres iguais por direito, do grito sereno com que denuncia injustiças e reclama a veracidade de cada rosto humano com as suas múltiplas cicatrizes e do doce olhar que posa sobre os silenciados. Saint-John Perse afirmou que “Os nossos caminhos são inumeráveis, mas incertas são as nossas estadias.” Muito mais que propor caminhos, embora o faça sem imposições fáceis, Bento Domingues dirige-se à forma como nos situamos nas nossas estadias em tempos de grandes inconstâncias, dúvidas e, infelizmente, de tão dramáticas desistências.
Ana Maria Kauppila – abril 2012
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