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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Nascer de Deus

Comentário à Missa do Próximo Domingo
15 de Abril de 2012
Domingo de Pascoela e Domingo da Divina Misericórdia
1 Jo 5,1-6
A partir da Páscoa de Jesus Cristo, descobre-se que "nascer de Deus" é ressuscitar. A Ressurreição mostra-nos claramente que a vida venceu a morte e que com esse acontecimento inaugura-se o tempo escatológico da Acão do Espírito Santo.
A era do Espírito começa com as palavras de Jesus ressuscitado, atestando que sem a Acão transformadora do Espírito Santo nada será possível realizar. Estamos diante da realização da promessa de Jesus: "Não vos deixarei abandonados, vou enviar-vos o Espírito..." (Várias vezes pronunciou esta ou outras frases semelhantes nos Evangelhos, quando se refere ao Espírito ou o Paráclito). Jesus revela-nos agora que chegou o tempo do Espírito Santo e sem Ele nada pode ser feito (este aviso também foi pronunciado várias vezes por Jesus).
Por isso, há-de ser o Espírito que realiza o mais nobre ministério, acreditar ou como se refere São João, viver "a nossa fé". Esta é a Missão principal que Jesus confere aos seus Discípulos, que consiste em promover a paz através do perdão dos pecados e mediante a força da fé e da esperança que emergem do coração sempre renovado. Somos todos nós os continuadores deste anúncio. É o Espírito que sempre nos deve fazer renascer, para que a vida não se torne uma prisão, mas libertação para a felicidade. Nisto consiste o nascer de Deus e para Deus. E como precisa o nosso mundo deste testemunho.
Também estamos diante do mais que curioso episódio de Tomé, um dos doze, que não estava presente por ocasião das primeiras aparições de Jesus. Claramente nega tal facto e à maneira tipicamente humana, assegura que não acreditará sem ver e sem tocar no lugar dos cravos.
A expressão: «Vimos o Senhor», leva-nos a imaginar que deveria ser muita a alegria que transparecia nos rostos dos Discípulos que corriam ao encontro de Tomé para dar-lhe essa grande notícia. Não é que Tomé, um homem prudente, se mostra incrédulo e joga bem alto! Mas querem enganar quem! «Não acredito sem ver e tocar!» – dirá profundamente seguro de si mesmo. Porém, logo depois também afirmará com grande convicção: «Meu Senhor e meu Deus». A fé em Cristo ressuscitado, é o outro nome da felicidade, porque é a possibilidade última para o único sentido da vida que salva, a eternidade.
José Luís Rodrigues
(Imagem Google)

1 comentário:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luis,meu Irmão e Amigo, que lindo e magnífico texto. Sem dúvida que a idade do Espírito Santo é muito cultivada nos Açores e no Brasil à qual o Professor Agostinho Silva lhe dava grande apreço e até, diria, devoção. Ele cultivava a fraternidade nascida pelo Divino Espírito Santo. Mas, só os simples é que são os cultores desta devoção onde tudo é dividido e multplicado e não deduzido pelos poderosos e cobiçosos. Era uma verdadeira filadélfia .Uma comunidade (Igreja) que nascia no amor e na igualdade. Mas só -repito- os simples é que são portadores desta novidade, porventura criada pela Ressurreição. Um espírito ressurrecto é o que navega nesta aventura, inauguração de um "novo céu e uma nova terra". Sejamos, pois,nós, os que, apesar de tudo, temos as interrogações de Tomé, essas tais "noites escuras" de S.João da Cruz, mas depois dissolvemo-las numa práxis que nos faz diferentes e pq, tb, achamos que o Amor é que faz tudo crescer e vivificar.Vem, Senhor Jesus e dá-nos o teu Santo Espírito, para que sejamos unos no amor, na amizade, demolindo os demónios do egoísmo e do poder.