A vida de ninguém não parece ser
possível no caos e na desordem total. Mas também não parece ser possível viver
com o coração a leste do amor. Ora vejamos, todas as opções e todas as funções
humanas e sociais requerem uma dose muito elevada de entrega apaixonada.
Ninguém se realiza como pessoa humana sem a assunção deste sentimento como
valor fundamental para felicidade e para a paz.
O que está verdadeiramente em causa é
que cada pessoa nas suas circunstâncias deve saber remediar as suas tomadas de
posição com profunda dignidade e sabedoria. Pois, então, perante as regras e
diante do amor que atitude assumir? Naturalmente que a resposta surge consoante
a educação e mentalidade de cada pessoa. Alguns pensarão que em nome da
consciência e da boa fama social a letra da lei deve prevalecer. Outros
entenderão que nada deve estar acima das regras que implicam fidelidade
absoluta. Mas podem também entender alguns que nenhuma lei faz sentido se não
for assumida com amor e doação total. Não existindo esta qualidade da lei,
nenhuma regra será libertadora e muito menos levará à felicidade.
Deste modo, antes de um acolhimento da
lei de forma cega, é necessário uma clarividência muito segura sobre os
contornos que determinada lei implica. Por isso, perante leis que sejam para o
tempo inócuas, anacrónicas e opressivas deve prevalecer a fidelidade ao amor.
Nada deste mundo deveria impedir que o amor não esteja em tudo e acima de tudo.
Sobre as leis aprendemos do Evangelho
que se não libertam e não promovem a vida devem de imediato serem suprimidas.
Nenhuma lei deve ser tomada só e exclusivamente na base da frieza do espírito
da letra. Isto é, nenhuma lei deste mundo é absoluta mesmo que aparentemente carregada de religião.
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