Porque
são tão universais, aqui estão, mesmo que muitos não gostem nem se sintam
minimamente interpelados com estes desafios:
«1. Procuramos que o nosso trabalho e o de nossos
presbíteros seja mais pastoral que administrativo? Quem é o principal
beneficiário do trabalho eclesial, a Igreja como organização ou o Povo de Deus
na sua totalidade?
2. Superamos a tentação de tratar de forma reativa os
problemas complexos que surgem? Criamos um hábito proativo? Promovemos espaços
e ocasiões para manifestar a misericórdia de Deus? Estamos conscientes da
responsabilidade de repensar as atitudes pastorais e o funcionamento das
estruturas eclesiais, buscando o bem dos fiéis e da sociedade?
3. Na prática, fazemos os fiéis leigos participantes
da Missão? Oferecemos a Palavra de Deus e os Sacramentos com consciência e
convicção claras de que o Espírito se manifesta neles?
4. Temos como critério habitual o discernimento
pastoral, servindo-nos dos Conselhos Diocesanos? Tanto estes como os Conselhos
paroquiais de Pastoral e de Assuntos Econômicos são espaços reais para a
participação laical na consulta, organização e planeamento pastoral? O bom
funcionamento dos Conselhos é determinante. Acho que estamos muito atrasados
nisso.
5. Nós, Pastores Bispos e Presbíteros, temos
consciência e convicção da missão dos fiéis e damos-lhe a liberdade para irem
discernindo, de acordo com o seu caminho de discípulos, a missão que o Senhor
lhes confia? Apoiamo-los e acompanhamos, superando qualquer tentação de
manipulação ou indevida submissão? Estamos sempre abertos para nos deixarmos
interpelar pela busca do bem da Igreja e pela sua Missão no mundo?
6. Os agentes de pastoral e os fiéis em geral
sentem-se parte da Igreja, identificam-se com ela e aproximam-na dos batizados
indiferentes e afastados?
Como se pode ver, aqui estão em jogo atitudes.
A Conversão Pastoral diz respeito, principalmente, às atitudes e a uma reforma
de vida. Uma mudança de atitudes é necessariamente dinâmica: “entra em
processo” e só é possível moderá-lo acompanhando-o e discernindo-o. É
importante ter sempre presente que a bússola, para não se perder nesse caminho,
é a identidade católica concebida como pertença eclesial.»
O papa frisou ainda que o «fundamento do diálogo com o
mundo atual» reside no primeiro número da constituição "Gaudium et
spes", publicada no final do Concílio Vaticano II (1962-1965):
«As alegrias e as esperanças, as tristezas e as
angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e atribulados, são
também alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo.»
Para Francisco, «a resposta às questões existenciais» colocadas
hoje pelo ser humano, especialmente pelas «novas gerações, prestando atenção à
sua linguagem», implica «uma mudança fecunda» a realizar «com a ajuda do
Evangelho, do Magistério e da Doutrina Social da Igreja».
«Os cenários e areópagos são os mais variados. Por
exemplo, numa mesma cidade, existem vários imaginários coletivos que configuram
“diferentes cidades”. Se continuarmos apenas com os parâmetros da “cultura de
sempre”, fundamentalmente uma cultura de base rural, o resultado acabará
anulando a força do Espírito Santo. Deus está em toda a parte: há que saber
descobri-lo para poder anunciá-lo no idioma dessa cultura; e cada realidade,
cada idioma tem um ritmo diferente», apontou.
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