O principal é o do egoísmo. Ninguém hoje que se preze minimamente não pode
deixar de ser dono dos seus livros comprados a preço de ouro, das suas roupas
caras e de marca, do seu quarto com televisão (este é o principal bem
responsável pela falta de diálogo e pelo egoísmo familiar) e todas as
comodidades que a vida actual exige que cada ser humano possua. Nenhuma pessoa
se imagina a vestir roupas que pertenceram a outra pessoa, as crianças e os
adolescentes não se revêem nos livros e nos materiais que pertenceram aos
outros. Tudo tem que ser novo e caro para que satisfaça plenamente as
investidas do ego.
Mas haverá um outro pecado social ainda mais grave, que torna a sociedade um enfermo em convalescença deprimente, é o da corrupção que está
embrenhada na sociedade toda. Porque a vida tornou-se tão complexa e tão
difícil que as coisas são mais fáceis de vencer e de conseguir mediante o
compadrio e o apadrinhamento. A ganância do dinheiro e do protagonismo social
exigem uma entrega e uma submissão doentia face aos poderes sociais, políticos
e económicos. A dignidade, o respeito e o amor próprio são enviados às urtigas.
Não importam para nada a dimensão do respeito e dos compromissos eternos que
implicam fidelidade e integridade. A corrupção é a todos os níveis porque
ninguém está minimamente preocupado com o respeito por Deus e pela pessoa
humana. O transcendente não tem nome face às sensações imediatas que
determinada meta social pode provocar. Face a essa perda de valor o que mais
vale é singrar a qualquer preço.
O pecado da desarmonia fiscal está associado aos
pecados da exclusão social e dos baixos salários. Os trabalhadores de fracos
recursos não podem nem têm condições materiais para poderem fugir aos impostos.
Antes de mais, porque os seus salários estão abaixo do valor mínimo para
poderem viver com dignidade. Daí que a exclusão social se torne uma
consequência inevitável. Para tudo
isto faz falta autênticas escolas de valores que eduquem para o respeito pela
vida em todas as suas dimensões.
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