Luís Osório escreveu ontem no Jornal I o
seguinte: «percebe-se o pouco entusiasmo dos bispos portugueses quando falam do
sínodo de Francisco». Parece grave esta constatação, ainda mais se nos detivermos no título do artigo onde vem estampada esta frase. Reparemos: «A voz
de Francisco chega sumida aos bispos portugueses».
Realmente não é preciso
correr muito para não encontrarmos citações exaltadas do pensamento do Papa
Francisco nos discursos dos bispos portugueses. Deve derivar tudo isto da
tradição de bispos apalaçados que sempre existiram em Portugal, feitos com o
poder políticos reinante até aos dentes e, pior do que isso, amedrontados com o que
lhes possa acontecer se tiverem um laivo de pensamento livre e desprendido das
amarras cerceadoras de quem governa.
Mais ainda se torna grave se constatarmos
que temos uma série de bispos presos à subsidiodependência. Se tomam posições
contrárias ao status dominante logo lhe será cortado o subsídio para os museus,
os restauros das Igrejas, as pinturas e as estátuas dos santos que enfeitam os
altares. É disto que se trata.
O vendaval chamado Francisco não chega até nós
nem muito menos abana os bispos portugueses porque estão mais virados para a segurança do pensamento imutável nem muito menos estão abertos ao agiornamento que
agita a Igreja a partir do Papado, que deixou de ser aquela «coisa» quase
divina, que pouco ou nada desinstalava. Hoje a marca é esta: «A bondade de Deus
não tem confins, não discrimina ninguém: por isso o banquete dos dons do Senhor
são universais, são para todos. A todos é dado a possibilidade de responder ao
seu convite, ao seu chamamento; ninguém tem o direito de sentir-se privilegiado ou
pedir exclusividade» (Angelus, Roma, 12 de Outubro de 2014). O Papa mexe-se e
provoca os bispos para que se mexam também, para quem prefere estar quieto, obviamente,
que está preocupado e não gosta do Papa.
2 comentários:
«A bondade de Deus não tem confins, não discrimina ninguém: por isso o banquete dos dons do Senhor são universais, são para todos. A todos é dado a possibilidade de responder ao seu convite, ao seu chamamento; ninguém tem o direito de sentir-se privilegiado ou pedir exclusividade» (Angelus, Roma, 12 de Outubro de 2014).
Como esta mensagem é diferente/oposta da que os homens que se apoderaram da Igreja ao longo dos séculos foram construindo e impondo às/aos crentes!Tão diferente e oposta que nem esses , em verdade, a cumprem. A"bondade de Deus não discrimina ninguém", mas uns são menos discriminados que outros...
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