Homenagem...
Na nossa vida passam pessoas que consideramos serem eternas, que nunca iriam
morrer, só nos damos conta ao contrário quando efetivamente deixam este mundo.
A Lúcia estava distante daqui, vivia em Feira de Santana, uma cidade do nosso
irmão Brasil que aprendi a gostar através das publicações da Lúcia na sua
cronologia no facebook. Já vi as ruas, as casas, os carros, os bairros, a vida
social, a vida religiosa e, especialmente, os seus habitantes que Lúcia amava
desmedidamente que nos mostrou nas suas notícias sempre cheios de vida, de
alegria, de sorrisos. Ai como ela sempre me dizia que nós portugueses não
sorriamos nas fotos, sempre sérios, tristes... Não deixei de lhe explicar que
somos mais sombrios, aqui havia muito frio e que éramos o povo do fado. Não
aceitava com toda a razão, nada do que eu dizia justificava que não sorríssemos
ou que não estejamos alegres como ela e o seu povo sempre estão.
O seu trabalho na luta pelos direitos humanos era para mim extraordinário,
admirável. Foi um testemunho. Com toda a certeza que deixou sementes que irão
rebentar pujantes e frutuosas como foi a linda Lúcia, a mulher com o coração de
mãe maior do que este mundo. Era universal. A memória das pessoas grandes nunca
se apaga, porque lançam sementes abundantemente férteis.
A partir do dia 11 deste mês de Junho calou-se a Lúcia aqui no facebook e em
Feira de Santana. Só hoje tomei conhecimento do seu falecimento. Mas partir do
sábado passado comecei a ficar preocupado, o poema que publiquei não teve
opinião da Lúcia, não via a sua partilha, daí a minha estranheza quanto ao seu
silêncio. Pois, era isso, deixou de admirar, de ler, de corrigir e de partilhar
os meus poemas e todos os meus textos neste mundo, porque a sua vida tinha
entrado na glória de Deus.
Vai fazer-me falta esta amiga, esta professora, esta excelente mulher e mãe, não apenas dos seus filhos naturais, mas daqueles que Deus fazia passar pelas suas mãos. Tinha um coração universal. Daí que me tenha descoberto pela maravilha da tecnologia dos nossos dias e ficamos um com o outro na amizade dita de virtual, mas tão sentida, tão próxima, parecíamos vizinhos de longa data. Como sou feliz por ter conhecido a riqueza da Lúcia Campos ou Lucinha como carinhosamente na sua cidade a tratavam.
Vai fazer-me falta esta amiga, esta professora, esta excelente mulher e mãe, não apenas dos seus filhos naturais, mas daqueles que Deus fazia passar pelas suas mãos. Tinha um coração universal. Daí que me tenha descoberto pela maravilha da tecnologia dos nossos dias e ficamos um com o outro na amizade dita de virtual, mas tão sentida, tão próxima, parecíamos vizinhos de longa data. Como sou feliz por ter conhecido a riqueza da Lúcia Campos ou Lucinha como carinhosamente na sua cidade a tratavam.
Foi e é uma grande amiga para mim, embora distante. Agora silenciosamente, Deus
chamou-a à sua presença, era preciosa de mais para continuar neste pequeno
espaço que é o nosso mundo. Deus precisou dela para construir o grupo dos
intercessores dos direitos humanos, os defensores da fé e da Sua Igreja, que a
inquietou tanto no amor e que serviu de uma forma exemplar nas várias
pastorais.
Bem hajas Lúcia e contarei sempre com a tua amizade, cuidando de todos nós aí
junto de Deus no lugar da vida abundante e eterna. Descansa em paz na casa de
Deus Pai e Mãe. E porque não morreste, citando o poeta - gente que tinhas muito
em conta, porque amavas a poesia - o nosso gigante Fernando Pessoa: «Morrer é
só não ser visto, é fazer a curva da estrada». Efetivamente foi isso que te aconteceu
Lúcia Campos. Até um dia onde seremos tudo em todos felizes para sempre, sem
facebook, mas na comunhão eterna do amor de Deus.
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