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sábado, 27 de junho de 2015

Terra mãe desamparada

Para o nosso fim de semana. Sejam felizes sempre sem prejudicar ninguém...
Quantas vezes já vi a dor do mundo
se contorcendo no descampado azul de cada dia
que as folhas dos plátanos atestam
no verde solene que vinha pela mão da esperança
na primavera sorridente de um pensamento
criado pelo mistério articulado do amor.
Todos escutaram naquela orquestra
pelo menos num instante
o som perene desse mar distante
que falta hoje o sangue em água nos campos
onde morre o bicho e a flor
nesse retrato partilhado onde se desampara
a planície, o chão, a montanha enfadada
que sempre se inquieta inundada com a dor
a cor do mundo e a terra nossa mãe desamparada.
Pode ser ainda possível a dança das gentes
sobre a terra que a maldade destrói
no fruto consistente a germinar as sementes
para gratuitamente gerar o dom da vida
contra ávidos poderosos que na ganância a corrói.
És sempre mãe, mesmo que desamparada
perante a morte nos lugares onde se soltam ais
mas no desejo ressuscitada em cada manhã
verterás fecundada a fauna e todas as essências florais.
Pensar equilibrado com amor
terra, água, fogo e ar nunca será demais.
José Luís Rodrigues

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