Comentário à missa deste domingo
XIII Tempo comum, 28 de junho de 2015
Se a generosidade acontece, então, "somos ricos
em tudo: na fé, na eloquência, no conhecimento da doutrina, em toda a espécie
de atenções e na caridade que recebestes de nós". Citei esta passagem de
São Paulo tirada do texto da Missa deste Domingo, para que sejamos despertos
para este sentido da generosidade. O nosso tempo precisa de encontrar este
valor, porque o mundo actual, necessitado de tantos outros valores, em
especial, precisa do valor da generosidade como do pão para a boca. O Papa
Francisco confirma-o: «o grande risco do mundo atual é a tristeza
individualista, que brota do coração mesquinho». Porque se repararmos bem vamos
encontrar um imenso deserto, porque faltou a generosidade no coração da
humanidade, que se deixou guiar pela mesquinhez do egoísmo e da ganância
desenfreada que açambarca imoralmente os bens que pertencem a todos. Daí a
desgraça dos desequilíbrios ecológicos que se abateram sobre a «casa comum», o
Planeta terra, a Gaia…
Por isso, é cada vez maior o número de pobres e de
indigentes no mundo; o individualismo ou o salve-se quem puder é regra que
comanda a vida; a mentira faz uma multidão de vítimas; a dependência de
substâncias alienantes brada aos céus; a procura de vida fácil é o principal
desejo de tanta gente; o hedonismo ou o prazer momentâneo são o pensamento
geral; a fuga dos sacrifícios e de tudo o que seja ter algum sofrimento comanda
a vida; o medo do futuro e das coisas de Deus faz escola em tantos lares; o
medo de assumir compromissos para a vida toda também está presente por todo o
lado; a irresponsabilidade face aos actos que se realizou é o mais comum; o
fazer da vida um desregramento total, é pão quotidiano; termino o elenco com
esta conclusão, tornou-se muito familiar o não acreditar em nada e em ninguém,
porque nada garante fidelidade e hoje as coisas são e amanhã já não serão e
vice-versa. A vida não está fácil para ninguém.
O mundo precisa nem que seja de uma mulher ou um
homem, que diga "não vou por aí…", quando todos dizem seguir por onde
não devem, como ensinava o poeta José Régio. E o mundo precisa que nem que seja
uma mulher ou apenas um homem que digam: "vou por aqui...", pelos
lugares que ninguém quer ir ou não está na moda caminhar por aí. O valor da
generosidade é um caminho importante que salva quem o segue e contribui para a
salvação de todos os que beneficiem desse valor. A generosidade é a bondade ou
a compaixão pelos outros, que emerge da vida que se inquieta com o mundo, não
apenas para alguns, mas para a felicidade de todos. Para quem pratica a generosidade
não lhe falta nada. Afinal, torna-se diante de Deus o mais rico de todos. A
generosidade enriquece a vida com tudo o que ela precisa para ser feliz. A
maior fortuna do mundo é a generosidade, que Jesus nos ensina termos a coragem
de a viver em todos os momentos da vida. A generosidade é a alegria que devia
comandar a vida em todas as suas ocasiões, mesmo que sejam as mais duras que
tenhamos que enfrentar.
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