Atenção srs. governantes...
O Papa Francisco voltou a falar na última terça-feira sobre a pobreza na Casa Santa Marta, na habitual missa matinal. Há uma clarividência nas suas palavras que é desconcertante. A primeira leitura inspirou Francisco para falar da “teologia da pobreza” e observou que estas palavras provocam constrangimento. Muitas vezes, ouve-se dizer: “Mas este sacerdote fala demasiado de pobreza, este bispo fala de pobreza, este cristão, esta freira falam de pobreza… Mas são um pouco comunistas, não?” E ao invés, advertiu, “a pobreza está no centro do Evangelho. Se tirarmos a pobreza do Evangelho, nada se entenderia da mensagem de Jesus”. Podem ler de forma mais aprofundada sobre este assunto AQUI.
O Papa Francisco voltou a falar na última terça-feira sobre a pobreza na Casa Santa Marta, na habitual missa matinal. Há uma clarividência nas suas palavras que é desconcertante. A primeira leitura inspirou Francisco para falar da “teologia da pobreza” e observou que estas palavras provocam constrangimento. Muitas vezes, ouve-se dizer: “Mas este sacerdote fala demasiado de pobreza, este bispo fala de pobreza, este cristão, esta freira falam de pobreza… Mas são um pouco comunistas, não?” E ao invés, advertiu, “a pobreza está no centro do Evangelho. Se tirarmos a pobreza do Evangelho, nada se entenderia da mensagem de Jesus”. Podem ler de forma mais aprofundada sobre este assunto AQUI.
Porém,
em 29 de outubro de 2014 já tinha feito um discurso luminoso sobre esta
temática. Terra, casa, trabalho: estes foram os três pontos fundamentais em
torno dos quais desenvolveu-se o longo e articulado discurso do Papa Francisco
aos participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, recebidos esta
terça-feira na Sala Antiga do Sínodo, no Vaticano. O Pontífice ressaltou que é
preciso revitalizar as democracias, erradicar a fome e a guerra, assegurar a
dignidade a todos, sobretudo aos mais pobres e marginalizados.
"Terra,
tecto, trabalho. É estranho – disse –, mas quando falo sobre estas coisas, para
alguns parece que o Papa é comunista. Não se entende que o amor pelos pobres
está no centro do Evangelho." Portanto, acrescentou, terra, casa e
trabalho são "direitos sagrados", "é a Doutrina social da
Igreja". Podem ler mais sobre este assunto AQUI.
Neste sentido, Dom Hélder Câmara já tinha ensinado
magistralmente: «Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando
pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista».
Esta realidade aconteceu com uma força muito grande
por todo lado, no mundo inteiro. A nossa terra também não ficou imune a esta
pobreza de espírito. Foram imensas as ocasiões que o poder político se serviu
desta nomenclatura para rebaixar, insultar e distratar vários sacerdotes,
porque de alguma forma tinham manifestado a sua discordância com as políticas seguidas
e defendiam o nosso povo mergulhado na desgraça da pobreza. Ainda hoje, há
muito boa gente por aí que sofre desta mesma síndroma. Umas das formas mais
fáceis que encontra para fazer valer o seu querer, o seu poder, é diabolizando
os comunistas e para desconsiderar algum adversário, considera-o comunista.
Basta que se manifeste contra a pobreza e que pergunte reclame que luta que
deve se travada politicamente contra esta desgraça social que tomou conta de
uma porção enorme da nossa população.
Estes dois momentos do Papa Francisco são
esclarecedores e vêm mostrar que é preciso encetar outros caminhos, outras
políticas para que a luta contra pobreza seja feita por toda a sociedade e que
ninguém é campeão desta ou de outras causas que digam respeito ao bem comum.
Por isso, cuidado com o seguinte. O
Papa observou que não se vence "o escândalo da pobreza promovendo
estratégias de contenção que servem unicamente para transformar os pobres em
seres domésticos e inofensivos". Quem reduz os pobres à
"passividade", disse, Jesus "os chamaria de hipócritas".
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