A fidelidade aos valores e aos
sentimentos não podem estar dependentes da materialidade exterior nem muito
menos devem ser oprimidos com a imposição da violência da lei. Não valerá muito
mais uma pessoa interiormente liberta da opressão do que uma pessoa subjugada,
recalcada e vergada ao peso do sofrimento da frustração.
As consequências da imposição da letra
da lei são bem notórias no rosto de muita gente. Se, por um lado, o legalismo é
evidente que é responsável por muito sofrimento, por muitas frustrações e muito
recalcamento. Por outro, a cegueira da lei ainda é responsável por muito
compadrio, muita corrupção e por muita violação dos valores da democracia. As
regras, deviam em todos os casos serem um meio e nunca um fim em si mesmas. As
leis devem ser um instrumento que conduz à paz e ao bem comum.
Assim sendo, perante uma circunstância
legalista que gerou indefinição, a opção é clara, tomar partido do amor e
acolher a vida sempre nessa base. Esta é a verdadeira lei que liberta e que
salva. Não é esta a novidade essencial da mensagem cristã? Não foi Jesus Cristo
que nos ensinou que o mandamento principal da vida seria o do amor?
A cada um compete olhar as coisas da vida
com sabedoria e inteligência para que a fidelidade ao amor não esbarre com a
imposição da lei. Toda a lei inoportuna, ineficaz, desumana e anacrónica devia
ser suprimida sem qualquer sombra de dúvida, para que à nossa volta, não exista
mais gente a sofrer com problemas sérios de frustração.
Resta só dizer que quem se deixou tomar
pela frieza do espírito da lei sofre e faz sofrer todos os outros que estejam à
sua volta. O legalismo cria monstros insensíveis à multiplicidade e diversidade
das coisas do mundo e da vida. O recalcamento do amor e da paixão mina toda a
vontade própria e a saúde da liberdade.
Acima de tudo desejamos gente
liberta interiormente, sem teias de aranha nas suas mentes para que vivam e
ensinem a viver a paixão pela vida. As regras convivem connosco e devem existir
sempre, porém, requerem inteligência para que não se tornem uma opressão e uma
violência contra a riqueza do amor. É certo e muito mais que certo que é
preciso mais do que nunca saber amar.
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