O
Papa Francisco no avião de regresso a Roma depois da sua estadia em África…
Destaco mais esta ideia das suas declarações abordo do avião aos jornalistas que o acompanharam na viagem. Trata-se desta actual e pertinente ideia relacionada com o fundamentalismo, que permitiu que o Papa colocasse os pontos nos is e definiu que ninguém, no
domínio da religião, pode atirar pedras contra ninguém... Quem desejar tomar conta de todos os assuntos tratados pode ver AQUI
Eis o assunto
espinhoso: o fundamentalismo religioso que ameaça todo o planeta, como
demonstra os recentes ataques em Paris. O fundamentalismo, explica o Papa, é
«uma coisa ruim», uma «doença» que «existe em todas as religiões». «Até nós
católicos temos alguns – muitos – que acreditam que possuem a verdade absoluta
e seguem em frente sujando os demais com a calúnia, a difamação, e fazem o mal».
Portanto, é necessário «combater» o fundamentalismo religioso, simplesmente
porque «não é religioso, falta Deus, é idolátrico».
O fundamentalismo judeu e islâmico
inquieta e entristece. O cristão-católico irrita e revolta. Basta ver Jesus e o
Seu Evangelho.
Neste ambiente, andou um destacado
antigo bispo de Portugal a participar em celebrações tridentinas. O Tridentismo
é uma forma de ressuscitar o conservadorismo anacrónico e é também fundamentalismo
contra as reformas do Papa Francisco. Custa muito ver que gente inteligente,
que se diz adepta da Ecclesia semper reformanda, que dizem pregar o
Evangelho da inclusão de Jesus de Nazaré contra todas as formas de exclusão,
afinal, também embarca no requinte e na riqueza exagerada que este
conservadorismo sempre manifesta. Uma campanha perigosa.
Há cinco ou seis séculos atrás, o
fundamentalismo católico fez-se com as cruzadas contra os infiéis e foi também a
negra inquisição que dividia a sociedade em bons e maus, santos e bruxos e
combatia esse maniqueísmo com métodos bárbaros. Eis algo que nos envergonha
hoje e são sempre elementos de arremesso duro no debate sobre a história da
Igreja Católica. Porém, resta salvaguardar que não eram todos os cristãos e
todos os grupos de cristãos que assumiam a violência como método principal de
conversão e de evangelização do mundo. São muitos os santos e mártires que
nesse tempo souberam acolher a mensagem do Evangelho como semente de amor.
Mas, todas as
tentativas de retrocesso revestidas de fanatismo que por aí andam, porque
contradizem a vontade de Cristo, não passam de uma roupagem idolátrica e
anacrónica, que não salva senão os comodismos pessoais dos interesseiros deste
mundo e enche o ego de quem gosta de encher o vazio que o assiste com a
roupagem da pompa e da circunstância.
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