Deus e eu - Esta semana um texto desconcertante de Maria Conceição Pereira, exclusivo para os leitores deste blogue...
Os seres humanos relacionam-se com Deus,
ou com os Deuses, desde o fundo dos tempos, com o fim de superarem os seus
medos e explicarem os mistérios da vida. Mas as religiões, em sentido formal,
foram nascendo e se organizando com o desenvolvimento das civilizações.
Em nome de Deus já se cometeram crimes
atrozes e ainda hoje se invoca o nome de Deus, para o bem e para o mal, pois
ainda subsiste o hábito de “rogar pragas” e creio que a Igreja Católica ainda
aplica, nalguns casos, a excomunhão. Para não falarmos em religiões (ou
religiosos) que espalham o ódio e a vingança, em vez do amor e da paz.
Na minha opinião, o mais importante é a
relação íntima da crente (ou do crente) com Deus, a forma como tenta chegar até
Ele e não tanto o cumprimento formal dos rituais, por vezes de forma vazia de
sentimentos e apenas convencional, cumprir os preceitos, como diziam os
fariseus na época de Cristo.
Eu vivo num mundo repleto de seres
humanos e de outros seres vivos. E sendo eu um ser racional, tenho
responsabilidades para com os meus semelhantes e com a harmonia da nossa Casa
Comum, o Planeta Terra que, para os crentes, foi criado por Deus para aqui
vivermos felizes e solidários e, pelas nossas acções, alcançarmos a vida eterna
junto de Deus.
Para mim, as boas acções são aquelas que
contribuem para o bem-estar dos seres criados, humanos e inumanos, e ainda para
um ambiente sustentável, sadio, sem maldades nem destruição. Enquanto seres
racionais temos responsabilidades na condução da nossa vida pessoal, social e
política. Na conjugação destas três componentes: pessoal, social e política,
reside, ou não, a harmonia e o equilíbrio de toda a vida na Terra, para todos
os seres criados por Deus, segundo a consciência de quem é crente.
Eu sei que há diversas formas de viver a
vida e de se relacionar com Deus, de forma íntima ou cumprindo os rituais das
igrejas onde os crentes se integraram, mas considero que não basta cumprir
formalidades sem nos responsabilizarmos por toda a envolvência que nos rodeia,
porque só estamos vivos ou vivas se houver condições propícias para a vida. E
estar vivo ou viva, é uma responsabilidade. A vida é uma dádiva. Quantos não
chegaram à minha idade? Quantos pereceram devido às doenças e outras
vicissitudes? Se eu ainda aqui estou, se me foi concedida a dádiva da vida até
hoje, devo fazer algo por merecê-la. Daí que sinto obrigação de dar o meu
contributo para o bem de todos, de modo a merecer esta vida que Deus me
concedeu.
2 comentários:
Sera que cumprindo as formalidades religiosas abrimos caminho para acercar-nos a solidariedade necessaria para o bem estar dos nossos semelhantes e a manutencao da armonia do
nosso planeta
MUITOS SÃO CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS......PROFUNDA,REAL, GLOBAL, AS SUAS PALAVRAS....JÁ SÃO TÃO POUCOS A FALAR COM, E A OUVIR DEUS.....E A AGRADECER??? OBRIGADO
PELO BANQUETE DA VIDA MEU DEUS.....
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