Escrever nas estrelas
Que
mundo inventou a humanidade? Que formidável inteligência assiste a humanidade
para ser capaz de inventar o sublime e ao mesmo tempo também a mais horrível
fealdade? – São perguntas que me coloco diante do absurdo quotidiano que vou
vendo por todo o lado, sem que eu esqueça o formidável que a humanidade é capaz
de ser e de fazer.
Tudo
isto resulta que esta humanidade que somos trouxe um tesouro que sempre se diz
no vocabulário do amor, da paz, da solidariedade, da amizade… Mas também trouxe
montanhas de lixo tóxico no vocabulário do ódio, do rancor, da vingança, da
violência… O que nos permite resumir-se tudo no que tem de bom a humanidade,
resulta na sua capacidade de implementar a justiça e de tomar a consciência do
bem comum, mas também do horrível que há nessa mesma humanidade, que resulta na
incapacidade para não perdoar e para não resolver sem dramas e sem violência o
que deve ser resolvido em nome da dignidade e do valor incalculável que tem
cada pessoa.
Teria
de existir sempre a consciência do pior que há em nós para não o praticarmos e sermos
capazes de fazer sobressair sem hesitações o melhor que cada coração humano
enforma.
Então Jesus, Ele que está perto desse recanto interior de cada homem e de
cada mulher com a luz da vida, para que o coração bata no ritmo certo pelo
movimento sublime do amor. Não devia faltar-nos a coragem para realizar a dádiva
do aperto de mão em todas as circunstâncias onde vingou a divisão, a
incompreensão e a falta da paz. O olhar e a palavra que ecoa no encontro com os
outros a cada hora deste mundo, deviam ser a maior riqueza e as verdadeiras
«bombas atómicas» sempre prontas para serem lançadas quando necessário reconstruir
o caminho do bem e da felicidade.
1 comentário:
Bem dito, caro Padre. Mas o Homem conhece-se há tanto tempo...conhecer os seus limites não deveria ser, nos dias de hoje uma certeza? Apesar de acreditar que em cada Homem existe um 'fundo de bondade' muitos não conseguem fazer com que esse fundo prevaleça. É um mundo maravilhoso e ao mesmo tempo aterrador, este que vivemos. Mas não terá sido sempre assim? Dúvidas que me assolam desde há muito. Seja como for, estamos 'condenados' a viver juntos, porque, mesmo aqueles que dizem não precisar dos outros, não conseguem viver sem eles. Nem que seja para expressar o que de pior têm.
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