Ao sétimo dia:
Mais do que uma
fúria desregrada alimento um sentimento,
de silêncio pela
mão no caminho
escondido mas
interior na paixão do movimento.
O ruído impõe-se
da rua,
passa por mim
que revejo em cada coisa
que oiço naquele
som de praia que me invade
no vai e vem de
toda a verdade.
Mais um pouco
terminado o ruído,
como que do nada
desperto meio perdido
no poema escrito
a partir do nada
mas nele
recentro o brilho e o afeto
de uma flor que
colho na beira da estrada.
Pela razão
cheguei naquela hora de abrir a janela,
e de fora ouvi
alguém chorar
toda a tristeza
do mundo em vão
eram lágrimas Senhor
da fome do amor
que estão a
fazer verter em cada rosto a privação do pão.
Tanto e de tudo
para nos fazer pena,
são a dor que
preenche o mar imenso
que banha os
corações vazios pelo egoísmo
esta é a hora em
que é preciso ter vontade de ver o regresso
da amizade que só
o sorriso desmedido
faz vencer todo
o dolorismo.
Eu também por aí
estou como um cego,
faço-me como sou
pela estrada
embora saiba que
ela é maior do que eu
e levado pelo
passo da esperança
nada anseio mais
do que posso por onde vou
e na incontida
dor da humanidade
sei também que nada sou.
JLR
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