Ao sétimo dia:
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É pacífico que todos os medicamentos têm
substâncias múltiplas que nós, pobres cidadãos mais do que leigos nesta matéria
de drogas, não percebemos patavina. E são tantos os medicamentos com as mais
variadas origens. Porém, tinha que existir uma origem (canábis) que precisa do
aval dos políticos para ser usada como substância com fins terapêuticos. Não se
entenderam na Assembleia da República ainda e por causa desse desentendimento
baixou à comissão especializada para ser devidamente discutido até que se chegue
a um consenso generalizado. Tudo certo.
Mas não entendo para que é necessária a
permissão de uma lei, para que as produtoras de medicamentos com fins
medicinais, utilizem a canábis? – Não soubéssemos nós que todos os medicamentos
são produzidos a partir de substâncias que se forem usadas fora da dosagem
necessária provocam distúrbios da mais variada ordem na saúde do ser humano e,
porque são tóxicas, geram dependências graves…
Neste sentido, se a canábis é benéfica
nos tratamentos de algumas doenças, então de que estamos à espera! São vários
os países que a utilizam nos tratamentos e segundo consta os benefícios que daí
advêm têm sido bem relevantes. Por isso, nada contra a utilização da canábis com
fins medicinais e, obviamente totalmente contra, em relação à sua utilização como
substância fumante para deliciar consumidores e negociantes do fumo.
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No entanto, trago à liça o seguinte,
porque é o que está verdadeiramente em causa: «O uso direto da planta de
canábis ou seus derivados com fins medicinais envolve desafios particulares. A
sua eventual permissão deve ser alvo de reflexão ponderada e multidisciplinar,
integrando as questões legais da sua produção, comercialização, controlo de
qualidade, do benefício/risco terapêutico em cada condição clínica», pode ler-se
nas recomendações do parecer, que foi homologado pela maioria dos membros do
Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos, segundo disse à Lusa o
bastonário, Miguel Guimarães.
Tudo que faça bem à saúde da humanidade,
venha de onde vier, deve ser utilizado e quanto a isso nada deve ser mais
pacífico do que isto. Aos cientistas ou especialistas na matéria compete
garantir-nos a segurança na sua utilização. Por isso, não entendo determinadas
posições opinativas sem analisar bem o que está em causa, a se manifestarem
claramente contra só porque sim. Haja bom sendo e já é tempo de deixarmo-nos de
luzes e de ingenuidades patéticas.
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