Publicidade

Convite a quem nos visita

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A fartura do amor de Deus

Comentário à missa deste domingo XVIII tempo comum
3 Agosto de 2014
A imagem do banquete aparece muito na Bíblia para demonstrar a intimidade de Deus com o seu povo. Isaías recorre muito a essa imagem. Nesta passagem o profeta reanima a esperança dos hebreus deportados na Babilónia com a promessa de que Deus oferecerá uma grande abundância de felicidade (o vinho representa abundância e é sinal da festa). Neste texto descobrimos a certeza também para nós de que nada está perdido, quando somos confrontados com dificuldades não devemos desanimar, mas confiar e acreditar que Deus nos chama para a fartura da alegria e da felicidade do sentido da vida que a Sua intimidade revela. Consideremos este texto um convite, um convite que é dirigido primeiramente aos «pobres de Iahweh», os sedentos, os indigentes... Porque o amor preferencial de Deus está votado em primeiro lugar para esses.
Ao contrário deste mundo que sacia os poderosos e os ricos, gerando multidões de esfomeados e de vítimas inocentes. A fartura de Deus é o sinal da contradição, que nos desafia a olhar o nosso mundo e sentirmos vergonha por aquilo que ele nos apresenta.
O milagre da multiplicação dos pães é dos mais impressionantes. Assim é que o encontramos relatado nos quatro Evangelhos. A multidão segue Jesus até ao deserto, aí Jesus compadecido mata a fome ao povo. Eis uma imagem do banquete da fartura que Deus tem para oferecer. É interessante o diálogo de Jesus com os discípulos descrentes e a capacidade que Jesus manifesta para resolver um problema. Quanto mais impotente a vertente humana quanto mais se manifesta a maravilha da acção de Deus. As sobras e o número dos comensais manifestam o quanto é abundante o dom de Deus. Os discípulos são os mediadores entre Jesus e o povo, esta acção continua hoje na Igreja e pela Igreja que convida os fiéis a saborearem a Eucaristia e a Palavra de Deus como alimento do céu que sacia o seu interior com os ingredientes da coragem, do sentido para a vida e com a esperança no futuro. Estes são os principais elementos do banquete de Deus que devem ser servidos a todos com a mesma solicitude de Jesus, bem expressa no texto do Evangelho.
O cristão que saboreia em Jesus a liberdade, também acolhe uma vida nova em que está presente o Espírito de Cristo Ressuscitado, que o liga ao Pai e ao Filho. Tudo isto envolto no grande amor de Deus por nós. Quem recebe esse amor não tem nada a temer. Fica apto a vencer todas as dificuldades que encontra diante da relação com os outros. A fome de companhia e amizade é a pior de todas as fomes deste mundo.

A exemplar revolta dos padres em San Sebastian

Os ventos correm fortes para os lados de Espanha, mais especificamente no País Basco, na Diocese de San Sebastian. Um grupo, de 96 padres revoltaram-se contra o bispo diocesano. Escreveram uma carta ao bispo onde fica claro que estão contra determinadas opções pastorais, a marginalização de alguns padres, a actuação do bispo, que revela uma prática neoconservadora que esbarra contra as atitudes e pronunciamentos do Papa Francisco…
Na carta de 14 julho de 2014 podemos ver que são utilizadas expressões deste género: «considera a Diocese como um ‘feudo’ seu»; acusam com exemplos concretos de pronunciamentos e atitudes «de voltar as costas à história e à pastoral da Diocese anterior à sua chegada»; «também apontam como profundamente negativa a «ligeireza com que faz as nomeações e mudanças dos padres»; mais ainda reparam que a cultura e língua castelhana estão cada vez mais presentes em detrimento da «importância da euskera, a cultura basca, e a situação e identidade do País Basco»; «tem a intenção de introduzir na Diocese um grupo de sacerdotes pertencentes a uma irmandade de fora, sem ter tratado previamente o assunto no Conselho Presbiteral e no Conselhos dos Arciprestes»; «muitos cristãos e fieis sentem-se fora da Igreja que o sr. Bispo pretende implementar»; perante tudo isto, os padres querem denunciar «com dor, que a Diocese, está desfigurando-se e desfazendo-se»; acusam também que há falta de colegialidade e de corresponsabilidade, que segundo os padres, conduz a Diocese a um beco sem saída, por isso, «ao longo deste tempo a divisão e desconfiança mútua entre nós não parou de crescer»…
Entre as 96 assinaturas contam-se 5 arciprestes e 42 párocos, juntando-se um grupo de sacerdotes jubilados, destacando-se as de Ibon Alberdi; Patxi Aspitarte, Anton Etxebeste; Feliz Azurmendi, José Antonio Larrañaga e Jesús Mari Arrieta.
À medida que lia a carta perguntava-me, quantas Dioceses há neste mundo com estes mesmos problemas? – Muitas por sinal. Falta coragem. Sentido de união para juntar forças e fazer o mesmo que estas 96 assinaturas testemunham. O Papa Francisco tem insistido muito na corresponsabilidade, esperemos que tal atitude do Papa faça caminho em todas as dioceses do mundo. Mais ainda se espera que faça despertar os padres da virose demissionária, em que se vêem tomadas as nossas Igreja particulares. Para quando os bispos serem aquilo que o Papa demonstra ser, um entre pares? 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A estupidez que mata friamente

Comentando esta foto...
Todas as guerras são estúpidas. A guerra na Faixa de Gaza está a revelar-se o cúmulo da estupidez. O mundo está impávido e sereno diante de uma tragédia estúpida e prepotente. Israel pode ter todas as razões do mundo para reagir assim de forma tão desmedida, porém, perde todas as razões do mundo diante da morte de inocentes, especialmente, crianças. A meu ver estamos diante de um crime bárbaro que devia ser combatido pelo mundo. Não é só os palestinianos da Faixa de Gaza que morrem, uma parte da humanidade, daí que alguém devia ser responsabilizado por mais este crime contra a humanidade. A dor e a angústia arrastam também a vergonha perante o facto de termos ainda uma humanidade tão barbara e tão insensível perante aquilo que é capaz de fazer contra os seus semelhantes. 
Porque não aplicam os Estados Unidos e a Europa contra Israel sanções como acaba de fazer contra a Rússia por causa da Ucrânia? – Algo está mal neste mundo. Tudo continua a funcionar com dois pesos e duas medidas. A hipocrisia é nojenta. A insensibilidade perante a morte de crianças é revoltante.
Por isso, é impossível não se indignar perante a morte de crianças. É incompreensível que um país como Israel a todos os níveis próspero tenha atitudes deste género na base de uma violência atroz. É mais ainda não entendível que um povo como o judeu, massacrado ao longo da história e, especialmente, tenha sofrido o pior nas garras do nazismo durante o século XX, afinal, tenha esquecido toda essa memória e proceda de forma tão fria sobre inocentes na Faixa de Gaza.
Todas as guerras são horríveis e estúpidas. Esta excede toda a possibilidade de compreensão. E revelou o quanto a estupidez comanda a vida da humanidade, mesmo que aparentemente desenvolvida em muitos aspectos. Se querem manter este jogo bárbaro, retirem-se para o deserto, longe das populações e façam o vosso jogo de morte. Mas não se esqueçam de colocar à frente dos exércitos toda claque governamental responsável por esta chacina, os de uma parte e da outra. À cabeça Benjamin Netanyahu de Israel e Ismail Haniyeh, líder do Hamas na Faixa de Gaza. Em nome da vida, em nome das crianças parem com esta desgraça, com esta chacina estúpida, com esta barbaridade vergonhosa.     

terça-feira, 29 de julho de 2014

Os belos desejos do senso comum

Há desejos que são comuns a todos nós. Obviamente, que pairam no nosso pensamento, mas são tantas vezes desejos que recebemos dos outros que estão à nossa volta. Venham de onde vierem são os belos desejos do senso comum. 
A urgência por trabalho, salário digno para fazer face às despesas das famílias é o que se deseja, o ser humano não precisa que lhe façam caridade, mas que lhe reconheçam a dignidade. Nada é pior para uma família do que não ter condições económicas para levar para casa dignamente o pão para se alimentar. É, deveras, nojento e indigno, um Estado e um governo, que persiste em manter as coisas tais como elas estão. Contribui para a crise, para a austeridade, para a fome, para o desemprego, numa palavra contribui para fazer continuar a miséria e mesmo assim proclamam à boca cheia que isto está salvo. Como pode estar salvo, se as pessoas não são tratadas a tempo e horas quando estão doentes? Mais ainda, se nos chegam as notícias hediondas, que chegam grávidas, bebés incluídos e idosos aos hospitais com fome? – Não nos enganem mais. O tempo urge e se salvaram o país economicamente falando, por favor, salvem o seu povo, que bem precisa de salvação.
As elites endinheiradas deste país pensam assim. Vivem como elites prediletas e iluminadas. Acham que a tudo tê direito mesmo que seja à custa da fome e da miséria. Não sabem que há neste país, grávidas com fome. Crianças com fome. Idosos desamparados e com fome. Desempregados desesperados. Famílias sufocadas por causa da carga de impostos, escolas a fechar e as que sobram com falta de material necessário para funcionarem, hospitais convertidos em morgues, porque não há material que os desinfeste e tantas outras situações que fazem mergulhar um povo inteiro no desencanto e na depressão…
E tudo à conta dos desvarios e desvios irresponsáveis destas inconscientes elites. Por isso, a vergonha já não tem limites e o insulto excede tudo o que a normalidade devia tolerar. Não podemos calar esta gente que nasceu em berço de ouro e que acha que pode açambarcar tudo à conta da miséria da maioria do nosso povo? Não se pode aplicar-lhes um corretivo? - Deve ser tomado tudo o que levaram do país indevidamente e restituir até ao último cêntimo ao Estado para que seja depois derramado na economia e nos serviços do bem comum. Os criminosos devem ser chamados a contas e a haver culpas, devem ser presos. Doa a quem doer.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Frases divertidas do Papa Francisco no Rio de Janeiro

Só para apreciarmos como um homem sábio contorna e relativiza as adversidades...
E para iniciarmos a semana com descontração.
Aos jornalistas:
Não são "santos da minha devoção", mas tampouco "leões tão ferozes assim".
Durante a bênção das bandeiras no Rio de Janeiro, o Papa Francisco brincou com os presentes. Diante do comentário do prefeito sobre o mau tempo, disse: "Vocês precisam levar uma dúzia de ovos às Clarissas"; e a uma lutadora de carate: "É melhor eu cumprimentar você com respeito". Com um ex-jogador de basquete, brincou sobre sua altura.
Aos jovens argentinos se entusiasmaram com a já famosa frase "Quero bagunça nas dioceses, quero que saiam às ruas"; na conversa com eles, também brincou sobre estar enjaulado: "Que pena que estejam enjaulados. Eu também às vezes me sinto enjaulado, confesso de coração. Eu gostaria de estar mais perto de vocês, mas compreendo que, por questões de segurança, às vezes isso não é possível".
À venezuelana Estefani Lescano, de 21 anos, comentou que o Papa lhe disse, brincando: "Os venezuelanos não têm pecados".
Um dos momentos mais espontâneos do Papa Francisco foi o almoço com os jovens. Começou dizendo: "Quem é o cara-de-pau que vai falar primeiro?". E falou abertamente: "O que quiserem perguntar, podem perguntar; se há algo com o qual não concordam, espero que me digam também; não digam somente 'sim' porque 'sim'".
Diante dos bispos do CELAM: "O fenómeno dos bispos polígamos (risos). Estão casados com uma, mas esperando para ver quando chega a promoção".
Na emissora Globo. Sobre a rivalidade Brasil-Argentina, o Papa Francisco disse que já está superada: "Negociamos bem: o Papa é argentino e Deus é brasileiro".
Quanto à sua escolha de morar na Casa Santa Marta, afirmou, rindo, ser "por razões psiquiátricas: não posso viver sozinho", e "por razões de pobreza, pois, do contrário, teria de gastar muito dinheiro com psiquiatras".
À segurança do Vaticano e do Brasil, ainda que "os dois sabem que sou muito indisciplinado neste aspecto"; ou quando falou da proximidade necessária da Igreja: "Não conheço nenhuma mãe por correspondência".
No avião papal, o Papa Francisco deu corda à sua capacidade criativa. Sobre o conteúdo da maleta preta, disse: "Não guardo nela a chave de uma bomba atómica"; "Guardo lá o barbeador, o breviário, a agenda e um livro para ler. É normal carregar uma maleta quando viajamos, temos que ser normais".
Sobre o IOR, também brincou: "Vamos por um lado, mas se chutam e fazem um golo, precisamos atacar, não é mesmo? A vida é assim e esta é a beleza da vida. Não sei como vai acabar a história do IOR".
Ele inclusive se atreveu a falar do caso de um sacerdote preso com especial ironia: "Temos esse monsenhor na prisão [núncio Acarano, acusado de desviar grande quantidade de dinheiro], e ele não foi preso precisamente por se parecer com a Beata Imelda...".
Sobre o lobby gay no Vaticano se livrou do seu fino senso de humor: "Escrevem muito sobre o lobby gay. Mas eu ainda não me encontrei com ninguém que me mostre um documento de identidade que diga isso".
Mas talvez o momento mais engraçado tenha sido quando o Papa Francisco perguntou se já queriam jantar e um jornalista lhe indagou: "O senhor está cansado?". "Não estou casado, sou single", respondeu, fazendo todos rirem.
In Aleteia

sábado, 26 de julho de 2014

A levada

 Para o fim de semana. Sejam felizes!
Vem silenciosamente este curso de longe
Cravado na terra e na pedra
É água calmamente canalizada no tempo
Que os braços dos homens fizeram
Em nome da sede comum que sentem
Na secura dos dias grandes da luz e do sol.

Eis que então serpenteia o chão dos montes
Mais ainda os vales que os Poios testemunham
Nas Achadas e Fajãs das sementes do amor
Que os Pauis descansam os pés serenos
E molhados na ternura que se rega
Na hora certa da partilha e do dom da água.

Ai como saboreio este passeio soado e duro
Património antigo de gente nobre e grande
Que edificaram na fé e na esperança
O pensamento da comum da união fraterna
Para todos sede saciada e fome quebrada
No nome alegre em prazer de água que chora
Para a eternidade a fartura de uma levada.
José Luís Rodrigues

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A passividade de conveniência

Obituário...
O país enlutado comunica às pessoas das suas relações o falecimento da CPLP. O desenlace aconteceu em Dili, diante das máximas autoridades do Estado Português, as quais, por comoção evidente, se mantiveram respeitosamente caladas diante dos nossos novos líderes.
Aproveitamos o ensejo para anunciar ao mesmo tempo o nascimento de uma coisa que passa a usar a sigla CPLVP - Conferência dos Países de Línguas de Várias Proveniências.
Brevemente esperamos a adesão da Coreia do Norte, Nigéria, Sudão, Estado Islâmico do Iraque e do Levante, e de outras democracias que compõem a nova ordem mundial.
Frei Fernando Ventura

O imparcial

Melhor é impossível...
O Tribunal Judicial do Funchal dá como não provado que o JM omita e discrimine a informação sobre  os partidos da oposição; que este jornal tenha resultados líquidos negativos; que seja instrumento de divulgação de actos públicos do Governo Regional, casos das inaugurações com fins eleitorais; e que a EJM utilize o jornal para informar a população de forma parcial, não isenta e rigorosa.
O Tribunal refere na sua fundamentação que a convicção é formada para além dos dados objectivos fornecidos pelos documentos e provas constituídas, também por declarações e depoimentos, em funções das razões de ciência, das certezas e ainda das lacunas, contradições, hesitações e inflexões de voz.
E até ficou provado que o JM no tempo da Madeira Nova nunca apresentou uma fotografia que fosse das principais entidades desta terra: Presidente do Governo Regional, Papas, Bispos e padres. Mais ainda se pode também confirmar e provar que ninguém tenha sido insultado e atacado naquele órgão de informação no que diz respeito à sua honorabilidade.
A nossa terra é fértil em produzir notícias fantásticas.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Uma definição do Reino de Deus

Comentário à Missa deste Domingo XVII tempo comum
27 julho de 2014
A 1.ª leitura deste domingo vem dar-nos conta do início da história de Salomão, o filho de David que a memória do povo de Deus consagrou como paradigma de sabedoria, a ponto de lhe atribuir a autoria de boa parte da literatura bíblica sapiencial. 
Salomão em sonho - forma de comunicação muito utilizada por Deus com a humanidade na tradição bíblica - implora a adesão interior à vontade de Deus numa total sintonia com o seu desígnio de salvação. Nisto consistia a sabedoria que o rei Salomão ansiava para governar o povo de Deus. Se este sentimento estivesse presente no coração dos governantes, nós teríamos uma sociedade mais justa e mais dentro dos parâmetros do bem-estar que se deseja para todos os povos. O que se deseja seriam governantes interessados apenas e só no bem para todos. Governantes menos envolvidos em negociatas e emaranhados numa infindável rede de interesses do grupo ou do partido a que pertencem. Governantes menos envolvidos na lógica de que os interesses pessoais são a regra para todas as medidas. Salomão revela que só a sabedoria pode fazer com que tenhamos governantes guiados pela lógica do serviço a todos. Precisamos de líderes que governem com a verdade e a justiça como luz que ilumina os dias de quem governa e de quem é governado. Para isto não há alternativas.
No Evangelho temos as parábolas sobre o Reino de Deus, a do tesouro e a da pérola, a da rede lançada ao mar que é recolhida e a conclusão do discurso com um elogio aos escribas que se tornaram discípulos. Estes serão os mais instruídos do grupo dos discípulos, que são capazes de recolher do tesouro da Palavra de Deus coisas velhas (alusão ao Antigo Testamento) e coisas novas (Novo Testamento), isto é, serão eles que farão a conciliação entre a literatura antiga e a novidade do Evangelho.
De resto, Jesus pretende ensinar que o Reino de Deus é algo muito precioso e para O viver não pode ser de forma marginal e episódica, é algo vital e precioso que requer uma entrega radical como modo de ser e de estar na vida. O desafio que nos é feito, é que sejamos capazes de descobrir todo valor do Reino de Deus e na vida concreta do mundo sejamos capazes de levar à prática, com coragem e firmeza, o sentido da vida que «o tesouro do Reino» nos fez descobrir.
Se somos felizes, façamos os outros felizes, se a verdade nos liberta lutemos contra toda a mentira, se a justiça nos realiza lutemos contra toda a injustiça, se a vida está deprimida lutemos contra toda a desesperança, se o amor edifica então edifiquemos com amor... Só assim o Reino de Deus é presença na vida concreta de cada pessoa. Esta é uma definição bem concreta do que é o Reino de Deus neste mundo.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O Céu e o Inferno

Um Samurai alto e forte, de carácter violento e rude, foi procurar um pequeno Monge, calmo e muito pacífico... o Monge - disse autoritariamente - ensina-me o que é isso do "Céu" e do "Inferno"! O Monge, franzino, olhou para o temível guerreiro e respondeu com a mais absoluta calma: "Ensinar-te algo sobre o céu e o inferno? A ti? Nem pensar!
Eu não te posso ensinar coisa alguma! Olha bem para ti, estás imundo, diria mais, nojento! O teu cheiro é insuportável. A lâmina da tua espada está enferrujada, és uma vergonha, uma humilhação para a classe dos Samurais. Some-te da minha vista! Não consigo suportar a tua presença horrorosa! O Samurai nem queria acreditar no que estava a ouvir. Por instantes ficou boquiaberto, mas logo reagiu: as palavras do pequeno Monge fizeram eco dentro de si e a fúria veio à superfície como um vulcão quando entra em erupção.  Então o Samurai estremeceu de ódio, o sangue subiu-lhe ao rosto, e mal conseguiu dizer uma só palavra de tanta raiva. Num gesto rápido, empunhou a espada enferrujada, ergueu-a sobre a cabeça e preparou-se para decapitar o Monge. Nesse mesmo instante o Monge disse-lhe sem pestanejar: "Aí está... isso... é o Inferno." O Samurai, mais uma vez, ficou pasmado e deteve-se. Testemunhou a serenidade, a compaixão e absoluta dedicação daquele pequeno homem, que colocou a própria vida em risco para lhe ensinar algo.
O Guerreiro baixou lentamente a espada e, cheio de gratidão subitamente pacificado pela sabedoria daquele ser, baixou os olhos e a cabeça numa atitude de humildade. Nesse mesmo segundo, o Monge disse-lhe com serenidade:  "Aí está... isso... é o Céu."                                                                  Reiki - As Raízes Japonesas

Dizem que estão de férias

Viva o descanso... Ainda dizem que estes animais são burros. Ora se há burros mais burros do que estes. Cada um que pense o que quiser. Até parece o Porto Santo em Agosto quando é invadido pelos ilustres.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Os filhos de Abraão perseguidos no Iraque

A perseguição aos cristãos no Iraque está envolta num silêncio ensurdecedor. A comunicação social não fala muito. Ora porque a guerra entre palestinianos e israelitas está mais mediatizada. Ora porque a perseguição religiosa é de somenos quando se trata, ser contra cristãos. Se fosse de cristãos-católicos sobre islâmicos o que não seria… Mas vamos ao que interessa reflectir.
O Iraque salta à vista agora com grande acuidade, mas a Nigéria, a Síria e tantas outras parte do globo continua a reinar o alimento da perseguição que semeia a deportação, a destruição e a morte contra os cristãos.
Se somos implacáveis contra a inquisição, as cruzadas e todas as formas de perseguição religiosa que o cristianismo carrega sobre a sua história, não podemos agora senão sermos consequentes e deplorar até à saciedade todas as formas de perseguição religiosa venham de onde vier. Ainda mais no nosso tempo, dado que nos guiamos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela consciência das liberdades individuais.
A liberdade religiosa deve ser um bem a ser salvaguardado e defendido por todas as sociedades que almejam a paz, a fraternidade e salvação das pessoas, aliás, princípios fundantes de qualquer expressão religiosa. Assim, creio!
No Iraque a organização extremista deu prazo aos 25 mil cristãos de Mossul se converterem, pagarem uma taxa ou deixarem a cidade. Forças de segurança iniciam ofensiva no norte do país.
O grupo fundamentalista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) deu ultimato até ao sábado (19/07) para que os cristãos de Mossul se convertam ao islamismo, paguem uma taxa religiosa ou abandonem a cidade no norte do Iraque. Os que não seguirem uma dessas três alternativas serão mortos, afirmaram os militantes extremistas. Neste momento, pouco ou nada sabemos em que ponto está a situação. O silêncio noticioso é terrível e ensurdecedor.
«Após esta data não há nada entre nós e eles senão a espada», declarou o líder do EIIL Abu Bakr al-Bagdadi, conhecido como «Califa Ibrahim». O ultimato é baseado no dhimma, uma antiga forma de contrato, na qual muçulmanos prometem proteção aos «infiéis» em territórios islâmicos, em troca do pagamento da taxa denominada jizya. No fim de junho, o EIIL proclamou a fundação de um califado na Síria e no Iraque, onde vale a sua versão radical da sharia, a lei tradicional islâmica.
Actualmente não se sabe quantos cristãos existem no Iraque. Após a invasão americana, em 2003, os cristãos foram atacados, mortos e expulsos das cidades iraquianas, num claro espírito de vingança por causa da horrível guerra provocada pela invasão ocidental sobre o Iraque, que os grupos extremistas islâmicos converteram numa guerra religiosa.
Assim, faz-nos temer o pior sobre a perseguição dos cristãos no Iraque, a terra onde neste momento os filhos de Abraão sofrem inconsoláveis a perseguição absurda dos extremistas que cegos pelo ódio fazem também levar para diante a destruição e morte. Que nos faça mais uma vez pensar como São João Paulo II, a quando da invasão do Iraque, nos lembrou dando voz aos alertas dos vários Papas desde São João XXIII e Paulo VI: «a guerra é a derrota da humanidade». A invasão americana ao Iraque prova que esta derrota é bem evidente e deixa marcas para sempre.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Pobres mas alegres

Está a ser divulgada a notícia de que o Governo Regional da Madeira gastou desde 2010 cinco milhões de euros em festas. Será que entra a mesma quantidade nos cofres da região? Será que o mesmo valor é derramado na economia? Será que foram criados muitos postos de trabalho com este gasto absurdo? Será que os apertos, a sobriedade é só para as famílias? Será que o exemplo não devia começar por quem governa? - Afinal, a nossa terra está cheia de festas, tudo é pretexto para uma festança, das mais antigas, as religiosas às modernas, que faz o culto da lapa e de todas as frutas que esta região mal e porcamente ainda produz. Cada fim de semana no Verão apresenta dezenas de festas, cada uma com muitas pessoas. Vamos a isto, o povo gosta de festas, de comer e de beber, mesmo que a isso tenha que pagar o preço de estar a ser comido o ano inteiro, a vida toda. Assim se dança o bailinho na região das festas, onde rei é o pão e o circo, porque é preciso manter um povo eternamente cego, surdo e mudo.

Deus perante o bem e do mal

Para início de semana em força...
Pensamento fresquinho do Papa Francisco. Ontem dia 20 de julho na oração do Angelus na Praça de São Pedro, Vaticano.

“Nós às vezes, temos muita pressa em julgar, classificar, colocar os bons de um lado e os maus do outro. Lembrem-se da oração do homem soberbo: Deus, eu te agradeço porque sou bom e não sou como aquele que é mal. Deus, ao invés, sabe esperar. Ele olha no campo da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia. Vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança que amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. O nosso Deus é um pai paciente que sempre nos espera e nos espera para nos acolher e nos perdoar”, exortou ainda o Papa Francisco.
“Graças a esta esperança paciente de Deus a mesma cizânia, ou seja, o coração mal, com muitos pecados, pode se tornar boa semente. Atenção: a paciência do Evangelho não é indiferença ao mal; não se pode fazer confusão entre bem e mal. Diante da cizânia presente no mundo o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, alimentar a esperança com o apoio e a confiança inabalável na vitória final do bem, que é Deus”, disse o Pontífice aos milhares de fiéis presentes na Praça de São Pedro.

sábado, 19 de julho de 2014

Conversa de amigos quando se encontram

Para o fim de semana... Sejam felizes sempre.
Estavas tu e eu frente a frente
No esplendor de uma brisa
E no suave diálogo da tarde.
Emerge sem sabermos uma luz saborosa
Da ternura que os olhos viram
Na inquietação de um sonho.
E foi assim que na artéria do desejo
Se juntaram dois que querem dizer
Vamos adiante ao monte da luz.
Por isso desfolhou para o mundo
Uma vontade redonda no arco
Em círculo do futuro que vem
No pensamento que naquele dia semeou.
E tu e eu vimos o sabor do pão
No molho morno da esperança.
José Luís Rodrigues

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Tenho medo deste mundo e desta humanidade

A frieza que nos leva a crer existir perante a queda do avião da Malaysia Airlines, alegadamente com um míssil, fez semear no chão da Ucrânia a morte a 295 pessoas inocentes, incluindo crianças e especialistas sobre a doença do SIDA, mas também sobre nós o medo, o pavor de estar num mundo e fazer parte de uma humanidade que realiza gestos hediondos de barbárie que nos remetem aos antípodas idade da pedra.
Que mundo é este onde estamos a viver? Que mundo, vamos deixar para o futuro? Que qualidade de vida, estamos a dar a milhões de pessoas por este mundo fora? Uma série de perguntas que nos assistem, perante toda a esta violência que a humanidade semeia por todo o lado.
Guerras intermináveis, atentados terroristas, morte de inocentes, populações de crianças e mulheres indefesas que são dizimadas com armas sofisticadas e com ódio, muito ódio no coração daqueles que se tomam por poderosos e mais fortes. A força dos argumentos pela via do diálogo e da conversação têm que ser mais fortes que a força das armas.
Ironicamente, os tratados de paz são aos montes por todo o lado, a oração pela paz, felizmente, tem sido e ainda é uma constante na vida de uma grande parte da humanidade, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, sempre é reavivada e falada por muitos governantes deste mundo… Porém, não termina de forma nenhuma a regra do ódio que gera violência e que semeia vítimas por todo o lado.
O coração humano é capaz do melhor, mas é também capaz do pior. O mesmo coração que guarda altruísmo, amor e paz, pode logo a seguir guardar ódio, egoísmo e toda a propensão para a barbárie. Pouco ou nada me faz temer neste mundo, mas a humanidade sim, faz-me viver com algum temor, porque se espera de tudo de alguns homens. A sua barbárie fria me faz viver com um certo medo, perplexidade no presente e inquietação quanto ao futuro.
Para todos os terroristas deste mundo retenho esta frase de Nelson Mandela, precisamente hoje, o «Dia Internacional Nelson Mandela - pela liberdade, justiça e democracia»: «Ninguém nasce a odiar outra pessoa devido à cor da sua pele, ao seu passado ou religião. As pessoas aprendem a odiar, e, se o podem fazer, também podem ser ensinadas a amar, porque o amor é mais natural no coração humano do que o seu oposto». E para o massacre que se está a realizar no Médio Oriente, especialmente, entre palestinianos e israelitas, retenho também de Nelson Mandela este ensinamento: «Negar ao povo os seus direitos humanos é pôr em causa a sua humanidade. Impor-lhes uma vida miserável de fome e privação é desumanizá-lo».
Muito precisamos de dos livrarmos desta frequente propensão para a tragédia de uma humanidade que não se dá ao respeito, que não se respeita, porque prefere a desordem contra a ordem da paz que gera felicidade, segurança e bem-estar para todos. Até que não sejam travados todos os terroristas bárbaros que este mundo abriga não saberemos senão de notícias miseráveis e tristes. Muitos governantes, são os principais culpados desta desgraça.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O Reino de Deus está para para todos

Comentário à Missa deste domingo XVI Tempo Comum
 20 julho de 2014
O livro da sabedoria, escrito em Alexandria na 1.ª metade do séc. I (a.C.), é de onde foi tirada 1.ª leitura deste domingo, é a parte final do livro. Nesta passagem descobrimos que Deus, sendo todo-poderoso, podia manifestar-Se com poder, castigar e sanear todos os malvados que não o acolhessem e amassem.
Mas, Deus não se entrega como os pequenos tiranos a manifestações de fúria. Mas, descobre-se um Deus «justo» misericordioso e compassivo. No entanto, o autor afirma que Deus condena todo o mal, mas não o faz com tirania, mas com toda a indulgência de modo que todos se possam arrepender. Assim, devemos nós os crentes ser tolerantes e sempre esperar pacientemente a conversão e a mudança dos outros. Esta esperança deve fazer parte das nossas vidas para que os males dos outros não nos vençam e nos conduzam para a violência ou à inquietação incontrolável perante as limitações que a vida dos outros muitas vezes apresenta, que tanto prejudicam a nossa vida. Devemos seguir o exemplo de Deus e isso nos salvará e nos fará felizes.
Depois dos gemidos que passamos nesta vida material, na expectativa do bem maior que vamos depois alcançar, São Paulo, aponta os gemidos do Espírito para que o destino do cristão à vida nova e à glória são sejam frustrados perante as misérias e limitações da vida deste mundo. O Espírito estabelece uma feliz comunhão entre a aspiração do cristão e a vontade de Deus. Na nossa intimidade, pela oração, descobrimos a acção do Espírito, que nos revela Deus como Pai, para depois sentirmos o abraço do Seu amor como Mãe.
O Evangelho propõe mais três parábolas sobre o Reino, seguidas de uma explicação sobre o trigo e o joio. As parábolas são transmitidas às multidões e as explicações em casa aos discípulos. Muito curiosa esta particularidade do Evangelho. A parábola do trigo e do joio põe em confronto duas atitudes, a do dono do campo (paciência) e a dos servos (impaciência). Só a atitude de Deus – o «dono do campo» – é salvadora. Eis um convite de Jesus aos discípulos para conterem a sua impaciência e dominarem o seu «puritanismo» até ao tempo da «ceifa» (imagem do juízo definitivo de Deus).
Neste mundo, o Reino de Deus deve crescer lado a lado com o mal. Agora é o tempo da espera, não o do juízo nem cabe a nós fazermos a colheita. Só Deus, o «dono» do Reino pode julgar com justiça quem a Ele pertence ou não, por conseguinte, a nós, cabe-nos ter a certeza que a justiça de Deus nunca falha. Ele é um justo e sábio juiz. 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Os bandeirantes da natalidade acordaram tarde

Ontem assistimos a um show importante de altíssima propaganda do governo português, agora embalado por intentos de um cio criativo, a proclamar alto e bom som, incentivos à natalidade. Se não fosse grave o problema em causa fartava-me de rir com esta anedota.
Deve pensar que vamos esquecer que estes bandeirantes da natalidade foram os responsáveis pelo altíssimo desemprego, que fez partir do país famílias inteiras com crianças no ventre e bebés nos braços. Estes bandeirantes também foram responsáveis pelo aumento terrível de impostos (IMI, IRS e IVA). Agora, pretendem que esqueçamos que todas as medidas em todos os âmbitos da vida das pessoas conduziram ao descalabro da falta de nascimentos para compensar as taxas elevadíssimas de defuntos que temos tido nos últimos tempos.
Mas, interessa perguntar. Qual é a disposição de um jovem para constituir família se não encontra emprego em parte nenhuma, vive à conta dos pais, após ter feito um curso universitário ou outro que custou os olhos da cara aos seus progenitores? Qual a disposição de um jovem em constituir família perante a depressão geral em que está mergulhada toda a sociedade portuguesa? Qual a disposição de um jovem para gerar filhos se ouve dizer que chegam aos hospitais mulheres grávidas com fome, crianças a quem é prolongado o seu internamento hospitalar após o nascimento porque os pais não têm comida para as alimentar? Qual será a disposição de um jovem para corresponder aos bandeirantes da natalidade se está confrontado com a prática que a educação pública foi chão que já deu uvas? – Não se entende que perante esta circunstância alguém encontre disposição para gerar filhos, os educar e animar com esperança para o futuro de um país tomado de assalto por meia dúzia de energúmenos sem escrúpulos que a única coisa que sabem fazer é propaganda barata.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Pérolas de meninos ricos que gozam com os pobres


A seguinte frase é de Ricardo Salgado, o nome mais badalado nas trafulhices que envolvem as empresas e os negócios relacionados com o Banco Espírito Santo (BES). Eis a frase: «Há imigrantes que substituem os portugueses que preferem ficar com o subsídio de desemprego».
Pérolas deste género já não dá mais para comentar. O que merecem seria silêncio ou risos que nos fizessem verter lágrimas salgadas como sinal de que são uma anedota descarada. Estes salgados que de espírito santo têm pouco, esquecem que para terem muitos milhões amealhados muitos milhões de pessoas mergulham no desemprego, na pobreza, na fome em todo o mundo. Os seus jogos de casino com o dinheiro dos outros, é uma ofensa, um roubo à população de um país inteiro. Devia ter vergonha tem é dos principais culpados pelo desemprego que as suas malfeitorias geram todos os dias. Dizer coisas destas é um insulto e uma pouca-vergonha diante da crise miserável que os mercenários deste mundo geraram.   
Mas, para enfeitar mais a coisa veio a público a vertente feminina deste espírito santo. Foram as declarações de Cristina Espírito Santo, de 44 anos, à revista do ‘Expresso', referindo que as suas férias na Comporta são como «brincar aos pobrezinhos», obviamente, que estas sumidade causou polémica, porque a fotografia casa e o do seu ambiente envolvente denunciam que não se trata de nenhuma barraca nem muito menos que esteja edificada no meio de outras barracas num bairro de lata.
Esta senhora, é prima em segundo grau de Ricardo Salgado, do BES, e filha de Kiki e Jorge Espírito Santo, Cristina chocou os portugueses, numa altura em que o País atravessa uma grave crise financeira.
Porém, remediou-se um pouco com o seguinte comunicado, que nos fez verter mais umas lagrimazitas salgadiças: «Em relação à frase que me foi atribuída na reportagem da revista do Expresso do passado fim de semana, intitulada 'Como se vive no refúgio das elites', gostava de esclarecer que, não obstante considerar que se verificou um inapropriado e descontextualizado aproveitamento das minhas declarações, não posso deixar de admitir que fui infeliz na forma como me expressei.
Não penso o que saiu publicado no Expresso, nem me revejo na síntese da declaração que lá vem feita. Por isso peço desculpa a todos a quem ofendi inadvertidamente.
Lamento ainda pela polémica em que envolvi a minha família de forma escusada e  involuntária». Coitadinha da senhora. O que queria? - Pronunciar insultos e que passasse sem que ninguém desse conta? - Vá trabalhar a sério.
As elites endinheiradas deste país pensam assim. Vivem como elites prediletas e iluminadas. Acham que a tudo tê direito mesmo que seja à custa da fome e da miséria. Não sabem que há neste país, grávidas com fome. Crianças com fome. Idosos desamparados e com fome. Desempregados desesperados. Famílias sufocadas por causa da carga de impostos, escolas a fechar e as que sobram com falta de material necessário para funcionarem, hospitais convertidos em morgues, porque não há material que os desinfeste e tantas outras situações que fazem mergulhar um povo inteiro no desencanto e na depressão…
«Barraca» da Comporta da elite Espírito Santo
E tudo à conta dos desvarios e desvios irresponsáveis destas inconscientes elites. Por isso, a vergonha já não tem limites e o insulto excede tudo o que a normalidade devia tolerar. Não podemos calar esta gente que nasceu em berço de ouro e que acha que pode açambarcar tudo à conta da miséria da maioria do nosso povo? Não se pode aplicar-lhes um corretivo? - Deve ser tomado tudo o que levaram do país indevidamente e restituir até ao último cêntimo ao Estado para que seja depois derramado na economia e nos serviços do bem comum. Os criminosos devem ser chamados a contas e a haver culpas, devem ser presos.  Doa a quem doer.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Seguir Cristo é meter Cristo em nós

Para começar a semana com toda a força...
à pergunta «Deus, o que é?», o autor do livro de a «Cor dos Dias», António Alçada Baptista, responde: 
«A mensagem cristã assegura que Cristo está em nós e como isso é necessário fazer outro mundo que nada tem a ver com este que estamos a viver. Na estrutura deste mundo quem acha possível amar os inimigos, dar a outra face quando foi esbofeteado, pensar ser como as aves do céu e os lírios do campo, a olhar para a vida com um olhar inocente e tudo o mais que Cristo nos propõe? Não me parece que haja uma quantidade significativa de pessoas que estejam dispostas a esta proposta de despojamento. Mas as palavras de Cristo permanecerão à espera de quem as quiser seguir. Às vezes penso que tudo isso é impossível e que as leis do mundo permanecerão inabaláveis contra as propostas de compreensão e amor que Cristo nos propôs. Mas, por outro lado, sinto uma grande insatisfação nas pessoas que de uma maneira ou de outra tentam pôr em questão as leis do mundo e arranjar uma maneira de sair fora desta armadilha em que todos vamos caindo. Eu sei que uma religião tem de ter uma base institucional que assegure as formas e os ritos que, pelo menos por enquanto, regule uma relação com os mistérios de Deus. E também essas instituições, como todos nós, estão afectadas pelo mundo em que estamos emersos. Noto que os males do mundo aparecem como inevitáveis. Como é possível a gente conformar-se e achar que fazem parte da vida coisas como as guerras, as fomes, a violência e tudo o mais que são os comportamentos dos homens?
Seguir as palavras de Cristo é meter Cristo em nós e, se não sabemos onde está Deus, Cristo ensina-nos que pode estar dentro de nós. No meio das coisas do mundo seria bom, para nós e para o mundo, se cada cristão fosse outro Cristo» 
Mais e melhor Evangelho que isto não consigo encontrar...

sábado, 12 de julho de 2014

Ler esta paisagem

Para o fim de semana. Sejam felizes!
cada momento enaltece
o sol e a luz sobre as plantas
que neste olhar fundo
diz de nós a paisagem.

sim… Deus que nos cria
com as mãos que se unem
na liturgia do pão
sobre o vigor do sangue
que em ação de graças
abriu a porta do ódio
na feliz reconciliação da graça
do sublime dom da luz
que anunciaram desde sempre
os patriarcas, os profetas e os santos.
e todos com eles e por eles
disse Deus aqui estou contigo
no corpo que se parte e reparte no pão.

para sempre os dons
que se são o eterno
abraço que sinto na amizade
mais os caminhos que os homens fizeram
e que fluem próximos nas margens
do oceano infinito
que as águas incansáveis beijam
solenemente enamoradas
do amor carne e palavra.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A anestesia do futebol

Para a derrota do Brasil frente à Alemanha na Copa do Mundo, utilizaram-se as palavras mais absurdas para exagerar sobre o exagero da derrota (1-7 golos).
Mas o que dizer agora perante a morte de crianças, mães com filhos nos braços, pessoas idosas que não podem fugir, entre tantas outras vítimas inocentes que esta guerra, todas as guerras sempre provocam.
Assim, «vexame» é esta tragédia. Uma «humilhação histórica» é, as forças israelitas em menos de 24 horas lançar mais de 200 rides sobre a Faixa de Gaza A «desonra» é, não terem interiorizado o que pretendeu o Papa Francisco com a sua recente viagem à Terra Santa e com o encontro de oração pela paz em Roma entre o líder de Israel e da Palestina.
O Papa falou e disse o essencial no seguinte: «A paz é um compromisso diário, a paz é feita em casa - lembrou o Papa, acrescentando que a maior parte das vítimas são exatamente as pessoas mais vulneráveis, como as crianças, os idosos, as mulheres e os doentes. - Convido até os que não acreditam a desejarem a paz. Juntem-se a nós com o vosso desejo, um desejo que amplia o coração. Vamos todos nos unir, seja com a prece ou o desejo, mas todos, pela paz. Ao vermos a Criança na manjedoura, os nossos pensamentos se voltam para aquelas crianças que são as vítimas mais vulneráveis das guerras, mas pensamos também nos idosos, nas mulheres, nos doentes. A guerra destrói e fere muitas vidas. Deus é paz: vamos pedir a Ele que nos ajude a sermos agentes da paz a cada dia, nas nossas vidas, nas nossas famílias, nas nossas cidades e nações, em todo o mundo».
Por isso, cuidado, não nos anestesiemos com o exagero do futebol enquanto outros perante a nossa distração fazem bem pior no mundo, vitimando inocentes. É preciso não esquecer que em cada momento em que nos distraímos vamos permitindo que «Os direitos humanos sejam violados não só pelo terrorismo, a repressão, os assassinatos, mas também pela existência de extrema pobreza e estruturas económicas injustas, que originam as grandes desigualdades» (Papa Francisco).
Seria interessante que o mundo inteiro fizesse o mesmo perante a desonra, a humilhação, o vexame, o desastre que mata famílias inteiras que é esta guerra e qualquer outra guerra. Ainda não encontrei expressões para qualificar esta guerra e todas as guerras como as que foram utilizadas na derrota do Brasil. Fica a busca seguinte publicada por estes dias em que a derrota fez a abalar o mundo, mas uma guerra, encara-se como «coisa» perfeitamente normal, mesmo que morram crianças inocentes e morram famílias inteiras. Aliás todo o um povo oprimido pela força das armas. Para isto não vejo a mesma indignação. Reparemos:
«“Eterna desonra”, escreve o jornal espanhol 'Marca', dizendo que a “Alemanha deu um banho histórico à ‘canarinha’” e que o “drama nacional no Brasil é comparável ao Maracanazo”, nome dado à derrota com o Uruguai (2-1), no jogo decisivo no Mundial de 1950, também disputado no Brasil.
O também espanhol 'As' fala em “sete maracanazos” e diz que “a Alemanha chega à final depois de infligir ao Brasil a pior derrota da sua história”.
“A maior humilhação mundial”, titula o catalão 'Sport', que fala num momento “histórico, brutal, incrível”, referindo que “os alemães submeteram os de [Luiz] Felipe Scolari ao pior corretivo numa meia-final de um Mundial”.
A britânica 'BBC' diz que “Alemanha destrói Brasil para atingir final” e que os brasileiros sofreram “uma das derrotas mais humilhantes” das histórias dos Mundiais.
 “Pesadelo do anfitrião”, descreve o sítio da 'Sky Sports', que fala em “demolição” da seleção alemã.
O francês 'L’Equipe' fala em “o desastre”, com uma foto de David Luiz ajoelhado, considerando que a “Alemanha infligiu uma derrota histórica ao Brasil”.
“Brasil, humilhação histórica”, refere a italiana 'Gazzetta Dello Sport', que diz que “a seleção, sem Neymar e Thiago Silva, sofre derrota sem precedentes”.
A revista 'France Football' diz que “o sonho mais bonito virou o pior pesadelo”, vincando que o dia 08 de julho vai “entrar para a história do futebol brasileiro”.
 “Diz-me que são sete...”, escreve o argentino 'Olé', que acrescenta que os alemães deram aos brasileiros “uma lição de futebol e que os fizeram passar vergonha, com o 7-1 junto da sua gente”.
Na Alemanha, fala-se em “loucura”, com o 'Bild' a escrever que a seleção jogou um “futebol de outro planeta”.
Para o 'Die Welt', o triunfo de Belo Horizonte tornou-se “uma lenda”, enquanto a 'Kicker' refere que a equipa de Joachim Löw chocou 200 milhões de brasileiros, afastando o anfitrião de “forma impressionante”» (in Jornal da Madeira).

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A importância da Palavra de Deus

Comentário à missa deste domingo XV Tempo Comum
 13 de julho de 2014
A Liturgia deste Domingo, apresenta-nos uma mensagem sobre a Palavra de Deus. Somos convidados a pensar sobre a Palavra de Deus. Que importância lhe damos? Que estudo fazemos dela e quais as formas que escolhemos para a estudar? A Palavra de Deus, é o centro da minha religiosidade? Procuro esclarecer a fé na Palavra que me é anunciada? Ponho em prática a Palavra de Deus, como se fosse uma luz que inspira todo o meu viver? - Estas são apenas algumas das questões que podemos colocar diante da mensagem Bíblica sobre a Palavra que as leituras deste Domingo nos apresentam. São abundantes as metáforas sobre a Palavra de Deus, lembremos Jeremias que compara a Palavra ao fogo e ao martelo. O autor de Heb recorre à ideia da «espada de dois gumes». Isaías inspira-se no mundo rural, um camponês que se inquieta perante a terra árida, nada mais deseja e ama do que a chuva, início e condição para o ciclo da vida. À Palavra de Deus, o profeta dá-lhe tal importância que nos faz pensar Naquele que é a Palavra plena, definitiva, criadora de Deus, Jesus Cristo. 
A nossa vida está cheia de exemplos de práticas de instrumentalização da Palavra de Deus. São muitas as pessoas, ditas de muito crentes, que não seguem a Palavra de Deus, mas antes a palavra dos homens. São muitos os que não se guiam pela luz da Palavra Divina, mas pela doçura das palavras de alguns, os idolatrados pelos interesses deste mundo.
São Paulo ensina que a Palavra de Deus não se deixa encadear, mas pela força do Espírito Santo, corre veloz como uma gazela e é penetrante como uma espada de dois gumes. Por isso, não deixemos que nenhuma lógica deste mundo, nem nenhuma divisão da vida, nem nenhum interesse material, nem nenhuma palavra, por mais doce que seja, nos desviar o coração da verdade que a Palavra de Deus nos transmite.
Quando nos guiamos pela Palavra de Deus, nada nos desvia do caminho que Jesus traçou para nós. Aconteça o que acontecer, estamos seguros na rocha firme que é a Palavra Divina inspirada por Deus. A Palavra de Deus, deve ser bem interpretada, e melhor do que a interpretar é preciso reza-La, porque a Palavra de Deus se serve para nos guiar para a vida plena, também quando mal digerida serve para cometer as piores atrocidades e violências. A Palavra recria-nos sempre para o amor, que depois permite que as nossas atitudes estejam em consonância com todo o bem e de acordo com a vontade de Deus. Nisto consiste a nossa missão.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Medida nas coisas quanto à escola

Está a ser notícia que o Governo regional da Madeira pretende alargar a semana de aulas para os alunos do 1º e 2º ciclos. Pretende que seja uma semana muito superior ao que é obrigatório a nível nacional. Eis mais uma forma para reter as crianças em detrimento da sua imprescindível presença na família e em outras actividades também igualmente importante para o seu crescimento e educação.  
O professor Eduardo Sá, já avisou o seguinte: «Anda toda a gente num registo eufórico e doente, que não percebe que as pessoas precisam de tempo para crescer. Acho engraçadíssimo quando dizem com orgulho que no jardim-de-infância há crianças que já sabem ler e escrever, mas não é isso que as torna mais sábias. Às vezes, as pessoas confundem macacos de imitação com crianças sábias. Acho engraçadíssimo quando as crianças não podem errar – eu julgava que errar era aprender. Mas não: as crianças têm que ter notas que são insufladas sabe Deus pelo quê. Vivem empanturradas em explicações. Se os pais puderem utilizar todo o tempo que a escola coloca ao serviço das famílias, elas podem passar 55 horas por semana na escola… Estamos a espatifar a infância das crianças, a espatifar a adolescência e, depois, com um olhar absolutamente cândido, dizemos que elas têm défices de atenção». Importante demais para não se rescutado.
Esta coisa das entidades quererem substituir-se à família não serve e resulta zero na transmissão dos valores. A principal educação deve continuar a ser dada pela família, crie-se condições que favoreçam isso, é o que se deseja e pede às entidades públicas que têm este dever entre mãos e deixe que depois as famílias façam o principal. Mais ainda deve ser pedido aos serviços públicos que deixem as crianças brincarem e não se adiantem no tempo com actividades que as façam entrar em stress fora de tempo.
Modus in rebus (medida nas coisas) é o que se pede a quem tem o dever de organizar a escola como lugar complementar do crescimento e educação das futuras gerações.
Porém, do que se trata afinal, é que a mentalidade dos nossos tempos perdeu totalmente a educação como processo de desenvolvimento humano, como meio de transmissão de cultura, como forma de chegarmos a ter uma sociedade mais livre, agindo de acordo com a sua própria vontade. Numa palavra uma sociedade crescida, com famílias saudáveis e pessoas cultas, equilibradas. A educação com vista ao emprego e a ser um instrumento para ganhar dinheiro, muito dinheiro, redundou neste descalabro educativo. O que temos? - Um bando enorme de desempregados ou desocupados a viver à conta dos salários e reformas dos pais, uma imensa multidão de jovens que passa a vida em noitadas a se encharcarem de álcool e consumindo drogas. Alguns perdem a saúde para sempre e outros já estão ou vão a caminho dos cemitérios. A educação assente puramente em valores materiais sem ter em conta as pessoas conduz à destruição da humanidade.