Um Samurai alto e forte, de carácter
violento e rude, foi procurar um pequeno Monge, calmo e muito pacífico... o
Monge - disse autoritariamente - ensina-me o que é isso do "Céu" e do
"Inferno"! O Monge, franzino, olhou para o temível guerreiro e
respondeu com a mais absoluta calma: "Ensinar-te algo sobre o céu e o
inferno? A ti? Nem pensar!
Eu não te posso ensinar coisa alguma! Olha bem para
ti, estás imundo, diria mais, nojento! O teu cheiro é insuportável. A lâmina da
tua espada está enferrujada, és uma vergonha, uma humilhação para a classe dos
Samurais. Some-te da minha vista! Não consigo suportar a tua presença
horrorosa! O Samurai nem queria acreditar no que estava a ouvir. Por instantes
ficou boquiaberto, mas logo reagiu: as palavras do pequeno Monge fizeram eco
dentro de si e a fúria veio à superfície como um vulcão quando entra em
erupção. Então o Samurai estremeceu de ódio, o sangue subiu-lhe ao rosto,
e mal conseguiu dizer uma só palavra de tanta raiva. Num gesto rápido, empunhou
a espada enferrujada, ergueu-a sobre a cabeça e preparou-se para decapitar o
Monge. Nesse mesmo instante o Monge disse-lhe sem pestanejar: "Aí está...
isso... é o Inferno." O Samurai, mais uma vez, ficou pasmado e deteve-se.
Testemunhou a serenidade, a compaixão e absoluta dedicação daquele pequeno
homem, que colocou a própria vida em risco para lhe ensinar algo.
O Guerreiro baixou lentamente a espada
e, cheio de gratidão subitamente pacificado pela sabedoria daquele ser, baixou
os olhos e a cabeça numa atitude de humildade. Nesse mesmo segundo, o Monge
disse-lhe com serenidade: "Aí está... isso... é o Céu." Reiki - As Raízes Japonesas
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