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quinta-feira, 3 de julho de 2014

O jugo suave e a carga leve de Jesus

Comentário à missa deste Domingo XIV Tempo Comum, 6 de julho de 2014
Esta passagem da 1ª leitura, famosa, é obra do chamado “Segundo Zacarias”, um profeta anónimo do séc. IV-III a.C.. Toda a lógica da guerra e da corrida aos armamentos, porventura alimentada pelos sonhos de um messianismo político e triunfalista, são agora abandonados. O Rei que vai chegar, é um «pacifista», contra toda a violência e injustiça.
O capítulo 8.º da carta aos Romanos é uma das páginas mais densas da teologia paulina. Este Espírito é não só um novo princípio de vida, mas também um princípio de vida nova e, portanto, penhor da vida futura da Ressurreição.
Jesus e os primeiros cristãos experimentaram a recusa dos chefes e dos “sábios” (escribas, fariseus, saduceus...) em acolher o projecto salvador de Deus que em Jesus, com Jesus e por Jesus se realizava (nisso consiste o “mistério do Reino”). Mas ao mesmo tempo viviam a alegria de ver os pobres, os simples e os humildes a acolher essa Boa Nova. Daí, que aos sábios e prudentes risíveis, aos arrogantes, aos grandes na aparência mas, na verdade, inchados, opôs não os ignorantes ou os imprudentes, mas os pequenos. Jesus ensina-nos que devemos ser pequenos para conhecermos a grandeza do amor que Ele nos revela. A humildade salva-nos.
Estamos em tempo de festas populares, os nossos arraiais. São importantes para congregar as comunidades à volta de acontecimentos que requerem sempre alguns gastos avultados. Por isso, é sempre muito importante a pequena partilha de cada um para juntar o muito que é preciso gastar para ser realizada a festa. Mas, dado que os tempos são de dificuldades financeiras para todos, devemos ser comedidos, sóbrios para que não escandalizemos os que passam maiores dificuldades e necessidades.
Os nossos arraiais têm esta função essencial, congregam e apelam à partilha. Sabe bem sabermos que é um acontecimento de todos e não uma manifestação egoísta, que antigamente servia para alguns se pavonearem no exibicionismo, felizmente esse tempo vai passando.
A nível espiritual, a festa serve para louvar e invocar o mistério maior da nossa fé, a Eucaristia e os santos padroeiros das nossas comunidades. A eles a comunidade junta-se para agradecer, pedir e aprender o seu exemplo de vida cristã.
As nossas festas paroquiais devem servir para nos sentirmos alegres, renovados na esperança e justificados pela fé que professamos em Jesus Cristo.
O arraial acontece no exterior das Igrejas, como sinal dessa alegria que convida ao convívio e à fraternidade. Este momento deve ser aproveitado para retemperar forças e extravasar a alegria de se saber pertencente à comunidade que acolhe na celebração da fé. O arraial serve os comes e bebes; a música com a respectiva dança; as conversas animadas e o riso. Tudo isto serve para proporcionar o ambiente da festa. As comunidades precisam disto e cada pessoa individualmente também precisa, porque não podemos estar sempre sobrecarregados com as contrariedades da vida do dia a dia. É Jesus que ensina: «O Meu jugo é suave e a Minha carga é leve». Assim, a festa serve para aprender que a missão e a condição de ser cristão devem ser vividas e acolhidas com a maior das alegrias.

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