Os ventos correm fortes para os lados de
Espanha, mais especificamente no País Basco, na Diocese de San Sebastian. Um
grupo, de 96 padres revoltaram-se contra o bispo diocesano. Escreveram uma
carta ao bispo onde fica claro que estão contra determinadas opções pastorais,
a marginalização de alguns padres, a actuação do bispo, que revela uma prática
neoconservadora que esbarra contra as atitudes e pronunciamentos do Papa
Francisco…
Na carta de 14 julho de 2014 podemos ver
que são utilizadas expressões deste género: «considera a Diocese como um ‘feudo’
seu»; acusam com exemplos concretos de pronunciamentos e atitudes «de voltar as costas à história e à pastoral da Diocese anterior à sua chegada»; «também
apontam como profundamente negativa a «ligeireza com que faz as nomeações e
mudanças dos padres»; mais ainda reparam que a cultura e língua castelhana
estão cada vez mais presentes em detrimento da «importância da euskera, a
cultura basca, e a situação e identidade do País Basco»; «tem a intenção de
introduzir na Diocese um grupo de sacerdotes pertencentes a uma irmandade de
fora, sem ter tratado previamente o assunto no Conselho Presbiteral e no Conselhos
dos Arciprestes»; «muitos cristãos e fieis sentem-se fora da Igreja que o sr.
Bispo pretende implementar»; perante tudo isto, os padres querem denunciar «com
dor, que a Diocese, está desfigurando-se e desfazendo-se»; acusam também que há
falta de colegialidade e de corresponsabilidade, que segundo os padres, conduz
a Diocese a um beco sem saída, por isso, «ao longo deste tempo a divisão e desconfiança
mútua entre nós não parou de crescer»…
Entre as 96 assinaturas contam-se 5
arciprestes e 42 párocos, juntando-se um grupo de sacerdotes jubilados,
destacando-se as de Ibon Alberdi; Patxi Aspitarte, Anton Etxebeste; Feliz
Azurmendi, José Antonio Larrañaga e Jesús Mari Arrieta.
À medida que lia a carta perguntava-me,
quantas Dioceses há neste mundo com estes mesmos problemas? – Muitas por sinal. Falta coragem. Sentido de união para juntar forças e fazer o mesmo que estas
96 assinaturas testemunham. O Papa Francisco tem insistido muito na corresponsabilidade, esperemos que tal atitude do Papa faça caminho em todas as dioceses do mundo. Mais ainda se espera que faça despertar os padres da virose demissionária, em que se vêem tomadas as nossas Igreja particulares. Para quando os bispos serem aquilo que o Papa demonstra ser, um entre pares?
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