O Tiago é uma criança de 10 anos. A maior parte desses anos de vida passou-os numa luta terrível contra uma doença, a Leucemia. Na cidade do Porto, esteve quatro anos internado em tratamentos. A Mãe, uma mulher extraordinária, esteve sempre ao seu lado, sentindo as dores e a solidão do seu filho. Mas, também comungando algumas vezes uma réstia de um sorriso e uma palavra (muito poucas, porque o Tiago, não é uma criança de muitas palavras, todo ele comunica uma mensagem superior, sobre a qual nós sentimos limitação para desvendar tal mensagem). Ao vermos esta criança somos tocados pela sua simpatia, contagia-nos o seu olhar afectuoso e o seu rosto carinhoso eleva-nos. Há nesta criança um mistério muito interessante.
Os seus pais correram vários lugares para colocarem o Tiago na catequese para fazer a Primeira Comunhão, pois, o maior sonho do Tiago era chegar a este momento. Pois, então, chegou o ano passado. Como surgiu tal desejo de encontro com Jesus alimento da Eucaristia?
Quando ele estava internado no Porto, a Mãe pediu aos médicos para que o Tiago viesse à Madeira à Primeira Comunhão da sua priminha, autorização concedida, veio o Tiago assistir a esse momento maior, que as crianças mais anseiam. Na ocasião em que a prima recebia a Comunhão, o Tiago diz à Mãe: - «também quero fazer a Primeira Comunhão». Voltou ao hospital para continuar os tratamentos e lá passou mais dois anos. Durante este tempo o assunto mais falado pelo Tiago, é que ia fazer a Primeira Comunhão. Nunca se cansava de dizê-lo aos médicos e à sua mãe. Muito bem, após esse longo período de internamento, o Tiago foi procurar um lugar onde o recebessem para realizar o seu maior sonho. Ninguém o recebeu, porque estava doente e não se responsabilizavam pelo que viesse a acontecer ao Tiago.
Mas, chegado o caso às nossas mãos, recebemos o Tiago com alegria e contagiou-nos o seu entusiasmo pela Eucaristia e o seu desejo de receber Jesus. Colocámo-lo no grupo das crianças que se preparavam para a Primeira Comunhão, todos o acolheram muito bem e ficaram muito tocados com a sua doença. Embora seja o mais pequenino de todos, é raquítico e tem um atraso muito grande no seu desenvolvimento, não se advinha a idade do Tiago. Podemos dizer que estamos perante um momento redentor e Jesus mais uma fez se serviu de todo o grupo de crianças para se manifestar.
Este ano o Tiago foi novamente ao hospital onde esteve internado durante quatro anos para ser examinado e ver o estado da sua saúde. Conclusão, o Tiago já não tem doença nenhuma, está curado. Mais interessante, que no dia da festa da Primeira Comunhão, o Tiago, foi ao pé da mãe e diz todo seguro de si: - «mãe não estou mais doente, estou curado». No momento, todos ficaram chocados com a certeza do Tiago, todos choraram, perante uma realidade que se desejava muito, mas que seria impossível de acreditar que tivesse acontecido ou que viesse a acontecer. Só o Tiago sabia o que dizia e só ele tinha certezas.
Passado um ano a Medicina confirmou, o Tiago está curado. Agora, é uma criança alegre, muito preocupada com a catequese e com a escola. Os seus pais são outras pessoas, deitaram o sofrimento fora e rejuvenesceram porque a tristeza deu lugar à alegria.
Jesus fez-se doente nesta criança e deixou que ela se transformasse na Sua beleza, na Sua saúde e na Sua salvação. E como é possível existirem pessoas que podem viver sem este alimento do céu, que é a Eucaristia? - O Tiago dá-nos um grande testemunho de fé e de amor a Jesus pequenino com os pequeninos. Obrigado Tiago pelo milagre que tu és para todos nós.
2 comentários:
P.José Luis custa acreditar. E aqui está a dialéctica entre Fé e Ciência. Aquela responde ao fim mais inefável de cada criatura, contra todas as conjecturas a nossa fragilidade é que nos fortalece, tal como uma das leituras sagradas de ontem, mas a ciência aparece tb para aniquilar as nossas fragilidades numa perpectiva diferente. Tentar minorar o sofrimento do humano. Torna-se, por isso mesmo, mais explicativa e compreensível a nossos olhos. Âgelo Paulo
As pessoas valem por aquilo que são e pela sua fé!
Jamais valem pelos rótulos que lhes colocamos!
Bem Haja!
Susana
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