O rei Herodes é uma daquelas figuras da História que só se conhece pelas afirmações dos seus adversários. A sua imagem é tão sinistra, que nela se ajusta o infanticídio de Belém (Mat. 2,16).
Herodes não respeita ninguém, nem mesmo a família, nem os seus amigos mais íntimos, como os Sacerdotes, nem o povo. Na estatística dos seus assassínios figuram dois maridos da sua irmã Salomé, a sua mulher Mariane e os seus filhos Alexandre e Aristóbulo. Mandou afogar o seu cunhado no Jordão e eliminou Alexandra, sua sogra. Dois sábios que tinham arrancado as águias romanas de ouro da porta do templo foram queimados vivos; várias famílias nobres foram completamente exterminadas; muitos fariseus afastados do seu caminho. Cinco dias antes da sua morte ainda mandou matar o seu filho Antifaiter. E isto é apenas uma parte daquele que «como soberano era uma fera».
A perseguição do Menino Jesus por Herodes adapta-se muito bem à fuga de José e Maria para o Egipto, cuja razão é indicada pelo evangelista: «Assim se cumpria a palavra do Senhor pela boca do seu profeta: ‘chamei o meu filho ao Egipto’».
Em contrapartida existe tão pouca documentação histórica ou arqueológica para a “fuga para o Egipto” como para a estadia de Jesus em Nazaré. Era desastrosa a situação quando José, Maria e o Menino regressaram do Egipto. Depois da morte de Herodes sucedeu-lhe o filho Arquelar “e por isso temeu ir para lá”. No entanto instalaram-se em Nazaré onde José trabalhava como carpinteiro.
De facto Jesus nasceu num período político e socialmente instável: um tirano louco que não poupava ninguém, desordem no país, controlo de contribuições e impostos, recenseamentos, perseguição de milhares de Judeus e revolta de Jerusalém.
E os Herodes de hoje?... Pensemos, pois…. Nos Herodes das nações que matam, exploram os seus povos a todos os níveis; os Herodes das famílias que fazem vítimas todos os dias sob a violência doméstica; os herodes das igrejas que se fazem santorolas mas apontam o dedo, caluniam e sujam o nome a toda a gente condenando e ostracizando tudo quanto podem; todos os lugares da sociedade em geral onde há vítimas da prepotência e do quero posso e mando, como se alguma vez Deus criasse donos do mundo... É infindável a lista de Herodianos que os lugares da vida apresentam.
1 comentário:
Na verdade, o nome próprio "HERODES" é hoje vulgar - olhemos para África, Ásia,todo o Oriente sem democracia, olhemos a existência da pena de morte nos países do hemisfério norte, olhemos os "Herodes" domésticos que não perseguem "Meninos", mas esquecem a Pobreza e vivem na corrupção. Não nos chega a memória (e a prática) da História de Jesus, às vezes parece haver a necessidade de novo Nascimento,nos dias de hoje, com toda a cobertura dos media que conhecemos.Há demasiada dureza no mundo...
Enviar um comentário