PARÓQUIA DE SÃO JOSÉ - FUNCHAL
24 de Novembro de 2010 - Bodas de Ouro - 50º Aniversário de Vida Paroquial
A 24 de Novembro de 1960, foi publicado o Decreto que criava novas Paróquias na Diocese do Funchal. A Paróquia de São José foi criada pelo "Decreto sobre a Actualização das Paróquias" de D. David de Sousa, em 24-11-1960 e que entrou em vigor a 01-01-1961. Neste sentido, cabe-nos celebrar com a devida dignidade estes 50 anos de existência.
A Sede provisória da Paróquia, funcionou na Igreja de Santa Clara para os Actos de Culto e a Capela da Conceição para os Baptismos e Casamentos.
A Paróquia de São José já teve os seguintes párocos: o Primeiro pároco foi o Padre Rafael Maria Andrade, de 31-12-1960 até Setembro de 1969. Depois, entrou na paróquia o Cónego António Rosa Câmara (Setembro de1969 a 1982), tendo como coadjutor o Padre Agostinho Rafael Carvalho apenas durante um ano, de 1969 a 1970 (actual Pároco de Santa Cruz). A 16 de Fevereiro de 1982, começou a paroquiar em São José o Cónego João Duarte Rodrigues Pita de Andrade. No dia 23 de Setembro de 1990, entrou na Paróquia o Cónego Ernesto Fernandes de Freitas. Foi Pároco até Setembro do ano 2000. O Cónego Ernesto, foi o Pároco que deu início à construção da Actual Igreja, construída sob a direcção e orientação do Arquitecto Paredes. A 6 de Outubro de 2000 tomou a responsabilidade como pároco desta comunidade o P.e José Luís Rodrigues, o pároco actual.
A 19 de Março 1992, dia da Solenidade de São José, padroeiro desta Paróquia, procedeu-se à bênção da área da futura igreja e colocação da Primeira Pedra, que tinha sido benzida no ano anterior, 12 de Maio de 1991, pelo Papa João Paulo II, por ocasião da sua visita à Diocese do Funchal (Madeira).
Após este acontecimento marcante na vida da Paróquia, edificou-se a igreja actual durante os 2 anos seguintes. A Sagração e Dedicação do novo edifício, realizou-se a 17 de Julho de 1994. A construção e orientação estiveram sempre sob a responsabi-lidade do Pároco de então, Cónego Ernesto Fernandes de Freitas.
Aí está a concretização do sonho, do desejo e do trabalho das imensas pessoas que se envolveram na edificação desta obra. Podemos agora contemplar neste espaço toda a vida possível e o fim a que foi idealizado. Nele decorre a celebração do Mistério. Toda a vida litúrgica encontra abrigo entre as suas paredes. São sinais dessa dimensão o acolhimento, a oração, a pregação, a solidariedade, a catequese e o sentido de comunidade. São estes os pilares e a razão de ser desta paróquia e, afinal, de todas as paróquias. Todos os espaços circundantes à Igreja paroquial são espaços vivos onde se congregam, para as diversas actividades, todas as classes sociais e todas as etapas da vida humana.
Os 50 anos de existência da Paróquia de São José, como comunidade paroquial, enformam o sentido dos vários caminhos listados no parágrafo precedente. Vamos procurar explanar um pouco sobre cada um deles, para que a Paróquia ganhe cada vez mais sentido de Paróquia (COMUNIDADE) e todos os que participam nela encontrem resposta/alimento espiritual para as sua inquietações, desafios e ou problemas humanos que a vida sempre nos oferece.
Santo Agostinho, num dos seus sermões, a propósito de uma Dedicação de uma igreja dizia que a igreja é a casa das nossas orações, mas que nós próprios somos a casa de Deus.
Celebrar os 50 anos de uma paróquia significa, para mim, parar para olhar para trás, perceber os desafios do presente para lançar o futuro.
Vejamos cada um dos pilares que compõem esta igreja.
O acolhimento. Acolher quantos nos procuram. E quantos passaram por esta igreja para celebrar a sua alegria ou a sua tristeza à luz da fé. Quantos aqui vieram rezar, entregando a Deus as suas preocupações e angústias. Quantos vieram aqui celebrar a sua fé através dos sacramentos que dão sentido à nossa existência cristã. Quantos vieram aqui pedir um conselho, orações, orientação espiritual para as suas vidas…
A oração. Desde o início a comunidade paroquial de São José procurou o espaço, o lugar mais recôndito para o silêncio, onde é possível a oração. Nessa procura aparecem vários lugares e várias pessoas (crianças, casais, jovens, idosos…), que buscavam alimento para a sua relação com Deus. Nesses encontros e desencontros buscam o sentido da vida e a resposta para as inquietações que a fé sempre suscita.
A Paróquia também assenta no pilar da pregação, todas as igrejas, são "casas de pregação". Um dos motivos que traz as pessoas à Eucaristia dominical é para ouvir uma palavra que toque as suas vidas, que as ilumine e acompanhe. Uma Palavra que, antes de mais, é escutada - é a Palavra de Deus - e depois levada para a vida através da reflexão ou homilia.
Outro pilar muito importante da nossa comunidade é o da solidariedade. Se a Igreja deve ser solidária por natureza, as igrejas locais, espaços onde nos reunimos, devem ser focos de solidariedade. Também neste aspecto somos sensíveis: a nossa ajuda espiritual e material ajuda-nos a perceber o mundo e as suas dificuldades, abrir as nossas vidas à partilha, a perceber que o outro é nosso irmão. Neste aspecto gostaria de salientar não só a partilha solidária em géneros alimentares que todos os meses realizamos nas Eucaristias, mas também, saliento a forte sensibilidade para a ajuda monetária das muitas pessoas que abrem os cordões à bolsa para ajudar a manter e conservar a todos os níveis os espaços físicos da Paróquia. Isso demonstra o quanto existe de consciência aberta à comum união das pessoas que compõem esta comunidade. Por isso, agradeço a Deus e a todos por esta grande dádiva.
A catequese congrega em grupos à volta da disponibilidade imprescindível e voluntariosa das nossas catequistas que, na sua pequenez e simplicidade, falam de Jesus Cristo e do Seu Evangelho às crianças, aos adolescentes e jovens que compõem a dimensão do anúncio (a Boa Nova da salvação) da vida da comunidade paroquial. O movimento, a alegria e o ambiente de festa que a catequese proporciona nos espaços da Paróquia, leva-nos a afirmar sem sombra de dúvidas que, a catequese é a alma da comunidade.
Finalmente o sentido de comunidade. Se é verdade que um bom pastor faz um bom rebanho, não é menos verdade que um bom rebanho faz um bom pastor. Certamente que com este sentido de comunidade vem, de alguma maneira, o sentido de pertença. Para uns é uma identificação com a Paróquia de São José, para outros o sentido de comunidade passou por uma entrega voluntária às necessidades desta igreja. Também aqui tenho que lembrar, lembrar e agradecer a todos os que, ao longo destes anos, ajudaram na busca da qualidade da vivência comunitária que passou pelo coro, pelos leitores, pelos acólitos, pela catequese, pela ajuda aos mais pobres, pelos que colaboram de qualquer forma… É uma bela experiência sentirmo-nos ligados a uma comunidade.
Haveria certamente mais pilares onde a realidade desta igreja poderia assentar. Lembrei estes porque me parece terem sido visivelmente mais fortes.
50 anos passados, creio que todos devemos dar graças a Deus pelo tudo que faz em nós, por nós e nesta igreja.
É neste sentido que vos convido para a participação das actividades que vamos realizar durante a semana 20 a 27 de Novembro de 2010 para assinalar este aniversário. Este momento de festa consiste em três ocasiões. Dia 20 após a missa das 19 horas teremos na igreja uma conferência, no dia 24 (dia do aniversário dos 50 anos) teremos às 20.30 horas o descerrar de uma placa com a inscrição dos 50 anos da Paróquia de São José, seguido de um concerto de música clássica na igreja e no dia 27 às 17 horas teremos Eucaristia solene de Acção de Graças, seguida de convívio fraterno no Adro da nossa Igreja.
Todos, devem, sentir-se convidados para estes momentos que assinalam uma caminhada de 50 anos de uma Paróquia. Devemos com isto fazer jus aos muitos irmãos e irmãs que por aqui passaram/passam, que rezaram/rezam, trabalharam/trabalham e sonharam/sonham com a sua comunidade. Façamos festa em nome de todos e para todos.
Paróquia de São José
No ano de 2010
O Pároco
José Luís Rodrigues, p.
Nota: este texto está a ser distribuído pelas famílias que habitam no território da Paróquia de São José.
3 comentários:
Padre José Luis muitos Parabéns pela criação dessa Paróquia de S.José.Mas, se me permite, quem cria a comunidade paroquial é o padre que está à frente. Os paroquianos citadinos ou rurais serão aquilo que o dinamismo e a intenveção do seu pároco for. Isto é próprio da minha experiência de cristão. Eu não sinto uma vivência de comunhão em termos da paróquia a não ser quando vêm uns senhores com opa e umas miudas a cantar, com a bandeira do Espirito Santo, à minha casa por ocasião das tradicionais visitas do Espirito Santo. E digo-lhe mais, numa zona urbana aquilo não tem interesse algum.Nota-se que é só para angariar fundos. Uma paróquia que só funciona apenas e tão somente para isso peca na sua evangelização. Isto pq o meu pároco tem um estilo , que é dele e não tem culpa, palaciano. Tal como outros é funcionário da igreja.Apenas passar papeis. Penso que a evangelização tão querida do Papa João Paulo II é muito mais avançada e pede aos párocos que sejam dinãmicos na sua acção pastoral. O meu Amigo tem paróquias florescentes pq tem dinamismo e ideias consequentes do que é uma Paróquia para o sec XXI.
Quero associar-me a esta comemoração, pelo menos virtual e espiritualmente, uma vez que fui paroquiana desta paróquia 28 anos ( desde que nasci até que me casei), foi a Igreja em que fiz a comunhão solene, o crisma, em que me casei, onde baptizei os meus dois filhos, onde trabalhei pelo menos quinze anos como catequista, membro do grupo de jovens, voluntária nas festas/arraiais... Uma vida! Foi a minha casa. É onde quero voltar sempre que algo importante acontece na minha vida. Bem hajam todos os que trabalharam, rezaram e conviveram comigo durante todo esse tempo, inclusivé o seu actual pároco.
Deus abençoe esta paróquia que guardo , com muito carinho, no meu coração.
Susana Ramos
Amigo P. José Luís o meu abraço de celebração.
A Susana disse tudo, em poucas palavras.É essa afeição e vontade que faz a Comunidade Paroquial.
Que continue a Vivência esclarecida, liberta, devota.
E que toda a celebração corra bem, comemorando estes 50 anos, num olhar cheio de Fé para os outros que aí vêm. Felicidades.
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